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FHC diz sentir 'certo mal-estar' por não ter votado em Haddad

FHC diz sentir 'certo mal-estar' por não ter votado em Haddad

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) anulou o voto no segundo turno das eleições de 2018, quando Jair Bolsonaro venceu o candidato do PT

Publicado em 5 de março de 2021 às 20:42- Atualizado há 3 anos

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Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso . (Reprodução )

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) demonstrou arrependimento em ter anulado o seu voto durante o segundo turno da eleição presidencial de 2018, disputada entre Jair Bolsonaro e o petista Fernando Haddad.

Segundo FHC, ele sentiu um "certo mal-estar não ter votado em alguém contra"  Bolsonaro, diante do que tem sido apresentado pelo atual governo. Ele também admitiu que pode votar no PT em 2022, caso a disputa entre o partido e Bolsonaro se repita.

"A pior coisa é você ser obrigado a não ter escolha. Ao não ter escolha, permite o que aconteceu: a eleição do Bolsonaro. Teria sido melhor algum outro? Provavelmente, sim. Pergunta se eu me arrependo? Olhando para o que aconteceu com o Bolsonaro, me dá um certo mal-estar não ter votado em alguém contra ele", disse FHC em entrevista à revista Época.

O ex-presidente disse que foi a única vez na vida em que votou nulo. A decisão, segundo ele, ocorreu por não acreditar na possibilidade de que o PT pudesse realizar um bom governo.

"Embora eu reconheça que o outro lado tinha mais sensibilidade social do que o Bolsonaro, mas tinha medo que houvesse uma crise muito grande financeira e econômica e rachasse ainda mais o país."

Questionado sobre um eventual segundo turno em 2022, entre Bolsonaro e um candidato petista, FHC admitiu que poderia votar no PT.

De acordo com o ex-presidente, este voto "depende de quem do PT seria capaz de levar o país. Espero que não se repita esse dilema. Pouco provável que se repita."

Para FHC, o PT perdeu muita presença na política brasileira. "O Lula tinha uma imantação, que era do Lula, e não do PT", disse.

"Não sei quem vai ser o candidato do PT. Mas eu prefiro que seja um candidato saído do PSDB, do centro, não necessariamente do PSDB", afirmou ele, em referência a um eventual segundo turno nas próximas eleições para presidente.

LUCIANO HUCK

O tucano voltou a abrir espaço no partido para uma filiação do apresentador da Globo Luciano Huck e disse que a candidatura de Doria à Presidência pelo PSDB não está garantida. "Eu acho que a prévia pode acontecer. É bom que aconteça. Nunca fui contra prévia", afirmou.

Segundo FHC, caso Huck decida ser candidato à Presidência, ele primeiro precisa ter uma estrutura partidária razoável.

"O Luciano não tem nenhuma e vai escolher. Essa escolha é importante para a estruturação da campanha, e não para o voto. Tem de escolher um partido que tenha a capacidade, que seja irrigado por vários setores da sociedade para que você possa chegar a eles", disse.

O tucano considera positiva a presença do apresentador no partido, mesmo diante de outros pré-candidatos que já existem no PSDB.

"Acho que o Doria já tem um partido. É suficiente? Não. Há o governador do Rio Grande do Sul, o Eduardo Leite. Ele pode querer ser [candidato a presidente]. Não sei. Acho que seria melhor uma composição entre eles."

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Na avaliação de FHC, uma filiação de Huck ao partido seria positiva para ambos. "Ele vai ter de calcular isso. Se vale a pena para ele. Para o PSDB é um candidato a mais. Mas o Huck vai ter de pensar em outra coisa. Qual é o partido que convém a ele? Será que é o PSDB ? Do meu ponto de vista, é. Mas o que vai prevalecer não é o meu, mas o ponto de vista dele. Nunca conversei com ele sobre isso", disse.

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