Em entrevista exclusiva para o Gazeta Online nesta segunda-feira (16), o senador Ricardo Ferraço (PSDB) afirmou que é pré-candidato ao Senado e que "não é uma pessoa dada à improvisação". Desde o último dia 9, quando o governador Paulo Hartung (MDB) informou, a aliados e por meio de nota oficial, que não seria candidato à reeleição, o nome do senador era o mais cotado pelos aliados para ocupar a cabeça de chapa governista.
Além dele, outro nome cogitado era o do deputado estadual Amaro Neto (PRB), que também já reafirmou, no sábado (14), que não vai se candidatar ao governo e se manterá na disputa ao Senado. O bloco governista ainda trabalha com os nomes do vice-governador César Colnago (PSDB) e do empresário e professor Aridelmo Teixeira (PTB).
Hartung chegou a dizer, em um evento em Guarapari, que seria "um sonho" ver Ferraço no comando do Palácio Anchieta. Já à revista Crusoé, também antes do anúncio de que não tentaria a reeleição, afirmou que teria "muito prazer em apoiar" o tucano. Não será desta vez.
Confira a entrevista:
O senhor é pré-candidato ao Senado e não será candidato ao governo?
Eu sou pré-candidato ao Senado.
Vou ser bem direta. O senhor não será candidato ao governo?
Se sou candidato ao Senado, não posso ser ao governo. É a Lei da Física, que impede que dois corpos ocupem o mesmo espaço. Sou pré-candidato ao Senado.
O grupo político da base governista, do qual o senhor faz parte, trabalhava com o nome do senhor para ocupar o espaço na cabeça de chapa. Por que tomou essa decisão?
Porque o meu projeto e o diálogo que contruí com os capixabas, com as lideranças políticas, religiosas, empresariais e comunitárias foi na direção de uma candidatura ao Senado, de continuar defendendo os capixabas no Senado Federal.
O tempo para construir uma candidatura seria curto, desde que o governador Paulo Hartung anunciou que não tentaria à reeleição?
Não sou uma pessoa dada à improvisação. Todo o meu planejamento foi disputar o Senado. Foi continuar o meu trabalho no Senado Federal. A improvisação não é uma boa conselheira.
Apesar de o governador Paulo Hartung falar que decidiu no tempo certo, o senhor acha que o tempo foi curto?
O governador tem meu absoluto respeito pela decisão que tomou.
E como fica agora a decisão do bloco da base aliada?
Essas conversas estão sendo feitas pelo presidente do meu partido, César Colnago.
Quem o senhor avalia que poderia ocupar esse espaço deixado por Hartung?
Essas conversas estão sendo conduzidas pelo presidente do meu partido.
Fica complicado para a base se organizar agora para achar um novo nome?
Não tem nada complicado. Está tudo acontecendo na mais perfeita normalidade.
Se o governador tivesse decidido antes, seria mais fácil o senhor construir uma candidatura ao governo?
A vida não é como a gente gostaria, é como ela é. Não sou eu que estou dizendo, é Nelson Rodrigues.
Muita gente afirmou que esta era a hora de o senhor disputar o governo. O senhor acha que era a hora?
Quem define nosso tempo na vida é Deus. Não somos nós, é Deus.
Pretende mais à frente, em outra eleição, ser candidato ao governo do Estado?
O futuro a Deus pertence.
César Colnago está à frente das discussões, como o senhor disse. Mas qual será o papel do senhor neste momento de articulação da base?
Meu papel é de pré-candidato ao Senado. Para mim, qualquer coisa está boa. O que preciso é do apoio do povo. Qualquer representante político precisa do reconhecimento do seu trabalho pelo povo. Qualquer cenário é para lá de atraente. Nunca acreditei em acordo de cúpula.
O senhor tem conversado com o senador Magno Malta (PR)?
Tenho conversado com todo mundo. Político tem que conversar com todo mundo.
O senhor quer o apoio de Paulo Hartung para sua candidatura ao Senado?
Preciso do apoio de todos, inclusive de Paulo Hartung.
E do ex-governador Renato Casagrande?
Quando falo de todos, é de todos. Política é uma ação coletiva, todos que puderem ajudar, são bem-vindos. Nessa canoa, na minha candidatura ao Senado, tem remo para todo mundo. Só não pode bater o remo na minha cabeça. Mas de todos que peguem o remo para ir para frente. Defender os interesses do Espírito Santo em Brasília é muito importante. Ainda mais que o Estado está em constante ameaça. O Senado é o único espaço em que disputamos com os outros Estados em pé de igualdade.
Os rumos da campanha de 2010 (quando o escolhido para suceder Hartung na chapa governista foi Renato Casagrande) influenciaram na decisão do senhor de não disputar o governo?
2010 é uma página absolutamente virada. Há muito tempo. E foi em 2010 que os capixabas me deram uma votação extraordinária para representá-los no Senado.
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