> >
Escolha dos vices fica para última hora no Estado

Escolha dos vices fica para última hora no Estado

A dois dias do limite, somente um dos pré-candidatos ao governo já definiu o segundo nome de sua chapa

Publicado em 4 de agosto de 2018 às 00:39

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Renato Casagrande (PSB), Rose de Freitas (Podemos), André Moreira (PSOL) e Carlos Alberto Foresti (PSL). (Divulgação)

Enquanto as pré-candidaturas ao governo do Estado já foram anunciadas e estão se movimentando desde o início do ano, o segundo nome das chapas vai ficar, mais uma vez, "para a porta do cartório", na segunda-feira (6), data do fim do prazo.

A decisão tardia da escolha do vice ocorrerá em três das quatro chapas do Estado, muito por conta da fragmentação partidária, que dificulta a conclusão das negociações de alianças. Até esta sexta-feira (3), André Moreira (PSOL), Renato Casagrande (PSB) e Rose de Freitas (Podemos) se diziam longe de bater o martelo.

A tradicional dificuldade em definir um nome se dá, principalmente, porque prevalece, para a escolha, a acomodação dos partidos da base e o espaço que cada um poderá ter no novo governo em caso de vitória, deixando muitas vezes em plano secundário o critério de seleção por currículo e programas dos nomes a vice, conforme apontam especialistas.

"Há uma distorção nesse processo de escolha porque as composições não são formadas com base em semelhança de ideologia ou de programa de governo, mas sim levando-se em conta cálculos para atingir a maioria dos votos. O ideal é que o vice de outro partido componha uma base de sustentação, em geral com reflexo na base do governo dentre os parlamentares", analisa o doutor em Direito Adriano Pedra.

Como as coligações estão muito imprevisíveis, o cientista político Fernando Pignaton lembra que a vaga de vice pode ser utilizada para compensar alguma força que ficou na desvantagem. No entanto, os candidatos devem levar em conta que o vice também é responsável pela estabilidade política (ou não) do governo.

"O ideal é um vice leal politicamente, e tecnicamente competente, que possa ajudar na gestão. Ele também é importante para compor as alianças e a imagem do governador", destaca.

PRAZOS

Por determinação da Procuradoria Regional Eleitoral e agora também do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esta definição não poderá ficar para o dia 15 de agosto, prazo para o registro de candidaturas, e sim para o dia 6, data limite para que as chapas completas, definidas nas convenções, sejam registradas na Justiça Eleitoral.

No entanto, Adriano Pedra ressalta que se o candidato a vice renunciar, o partido ainda poderá substituí-lo até 17 de setembro.

COSTURAS

Até agora, só o pré-candidato Foresti (PSL) anunciou o segundo nome de sua chapa: será Adriana Bôas, também do partido.

"Ela ia disputar como deputada federal, mas a Executiva decidiu que teria muito a agregar na majoritária. Ela é administradora, e toca uma causa social, das pessoas com deficiência", explicou Foresti.

Na vice de Casagrande, haveria pelo menos três nomes cotados do PPS: o do vereador de Vitória Vinícius Simões, o de Luiz Paulo Vellozo Lucas e o da ex-secretária Lenise Loureiro, sendo os dois últimos, até então, pré-candidatos a deputado federal. Simões seria o primeiro da lista defendido pelo partido, enquanto Luiz Paulo já disse que aceitaria o convite.

O PHS também colocou o nome do ex-deputado federal Jurandy Loureiro, enquanto o PDT trabalharia com os nomes do casal Sérgio ou Sueli Vidigal.

Na chapa de Rose, comenta-se nos bastidores sobre duas linhas distintas de estratégia: ou a opção por um nome jovem, ou alguém ligado à economia.

Para a primeira opção, haveria o vereador de Vitória, Mazinho dos Anjos (PSD); o de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (MDB); ou Gustavo de Biase (Rede). Entre os mais experientes, haveria convites a José Carlos da Fonseca Júnior (PSD) e a Aridelmo Teixeira (PTB), que se mantém na cabeça de chapa de seu partido.

CANDIDATOS APOSTAM EM DIVERSIFICAR CHAPA 

Um dos critérios ponderados pelos pré-candidatos ao governo, seja para equilibrar os perfis de sua chapa, ou para demonstrar diversidade, seria com a escolha de mulheres para a vaga de vice.

Para André Moreira (PSOL), o partido considera prioritária a presença feminina na chapa. "Ainda não definimos o nome, que pode ser do partido ou da composição com o PCB. Queremos uma mulher, e negra, para reafirmar nosso compromisso com a população e trabalhar para mudar a representatividade", afirmou.

Tanto Rose de Freitas (Podemos) quanto Renato Casagrande (PSB) destacaram que a decisão ainda está dependente também do grupo de partidos aliados, e ambos contam com mulheres cotadas.

"É uma complicada matemática. Penso em um nome da juventude, mas que também tenha experiência para administrar o Estado, esteja presente nos movimentos sociais. Pode ser outra mulher, um homem mais ligado à economia, está aberta a discussão", declarou Rose.

Este vídeo pode te interessar

Para Casagrande, o "fator mulher" é levado em conta, mas não será o que determinará a escolha. "Preciso de alguém que represente fortalecimento da qualidade do governo, com características políticas e técnicas. Vamos observar ainda se será alguém que, ao ser retirado da chapa proporcional, vai ajudar a fechá-la", disse.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais