Publicado em 5 de agosto de 2018 às 22:50
O senador Magno Malta, lançado à reeleição, neste domingo (05), na convenção do PR, recebeu de braços abertos o PRB do deputado estadual Amaro Neto. O partido, até então, era aliado do governador Paulo Hartung (MDB). O emedebista não vai tentar a reeleição e, para o senador, deixou os parceiros "na chuva". "Como os companheiros dele falam que foram surpreendidos... Parece assim: é tempo de Murici, cada um cuida de si, o último a sair apaga a luz. Foi embora, largou a luz acesa e deixou para os outros apagarem, afirmou, em entrevista.>
"É como se ele tivesse chamado todo mundo para morar na casa dele, 'vem pra cá, traz seus móveis, esse quarto é seu' e depois 'agora vocês podem ir para a rua lanchar, depois voltam'. Quando eles voltaram, os móveis estavam todos na rua. Eles ficaram na rua, com os móveis, chovendo, sem saber para onde ir", resumiu Magno.>
Ele ainda lamentou que tem gente que vai perder o emprego (comissionado). "Se eu chego e falo: 'gente, vou ser candidato mais não'. Você desnorteia pai de família que tem prestação de casa, prestação de carro e a possibilidade de chegar outro governador e desapear todo mundo. Não quero julgar ninguém. Quem sou eu? Não estou na cabeça de Paulo nem no coração dele. Mas eu faria diferente", disse.>
Mas quando se trata da gestão, o tom é outro: "Como é que eu vou atacar Hartung? Tenho que respeitá-lo. Tem muita coisa nele que eu não gosto. E muito mais coisa em mim que ele não gosta. Mas ele é gestor. Ele administrou mal a greve da polícia, mas Paulo Hartung é um bom governador", falou à plateia, ao anunciar que não promoveria ataques na campanha, apesar de apoiar a candidatura do deputado federal Carlos Manato (PSL) ao Palácio Anchieta.>
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Os dois se uniram, e também ao PRB, para garantir um palanque exclusivo para o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Estado. Magno também conversava com o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e com a senadora Rose de Freitas (Podemos), e voltou a elogiar os dois neste domingo, mas ressaltou que não poderia ficar ao lado deles porque o socialista faz palanque para Ciro Gomes (PDT) e Rose, para Alvaro Dias (Podemos): "Queria que Casagrande fosse Bolsonaro, eu iria com ele. Queria que Rose fosse Bolsonaro, eu iria com ela".>
CONTRADIÇÃO>
O discurso do senador na convenção, no geral, não destoou do que tem apresentado em sua trajetória política: críticas à esquerda, alertas quanto a um movimento "comunista" no país apesar de o candidato que lidera as pesquisas para a Presidência da República, em cenários sem Lula (PT), Bolsonaro, ser de extrema direita , e ataques ao que chama de "ideologia de gênero" e ao aborto. Para além das falas estridentes, o próprio Magno ponderou: "Precisamos discutir no Espírito Santo ferrovia e não ideologia de gênero. É estrada e não aborto".>
Questionado pela reportagem, então, sobre o motivo de ele mesmo discutir reiteradamente os temas que diz serem menos relevantes, o senador respondeu: "Essa é minha vida, cheguei aqui discutindo isso. O povo acha isso tão importante que estou indo para o terceiro mandato. Se a gente não discutisse isso lá trás quem sabe você não estaria aqui, nem ela", afirmou, às repórteres, supondo que não teriam nascido.>
"Agradeço a Deus por ter bandeira de vida para defender porque isso vale mais do que ferrovia", complementou, contradizendo-se. Mas o senador também revelou ter trabalhado, sim, em outras frentes, mas de forma discreta: "Quem lutou pela ferrovia fui eu, quem esteve com o ministro fui eu, só que eu não verbalizo essas coisas. A mesma verba que eles (outros parlamentares) mandam por emendas para os municípios, eu mando também. Só que eu não vou a ordem de serviço, eu não vou a inauguração e prefeito não pode botar faixa com o meu nome".>
CHAPA>
A chapa majoritária desenhada pelo trio PR, PSL e PRB ficou assim: ao governo do Estado, Carlos Manato (PSL); vice: Rogério Zamperlini (PSL); às duas vagas para o Senado, Magno Malta (PR) e subtenente Assis (PSL).>
Entre os candidatos à Câmara Federal estão o deputado estadual Amaro Neto (PRB), o ex-prefeito de Vila Velha Rodney Miranda (PRB); a cantora e ex-deputada federal Lauriete Rodrigues (PR) e o deputado estadual Gilson Lopes (PR). Já entre os candidatos a deputado estadual estão o tenente-coronel Carlos Alberto Foresti (PSL) e um dos líderes da greve dos caminhoneiros, Bira Nobre (PR).>
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