Publicado em 21 de maio de 2020 às 18:03
Ao comandar a primeira reunião de gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) no cargo de ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello foi recebido com discursos em tom de trégua feitos por representantes de secretários de Estados e municípios No encontro, o militar defendeu gestão "apartidária" e sem ideologia, união e atenção para o avanço dos casos ao interior. >
O encontro, nesta quinta-feira, 21, ocorre após desentendimentos entre secretários e ministério sobre orientações do governo federal para distanciamento social e uso precoce da cloroquina.>
Ministério e conselho de secretários de saúde de Estados (Conass) e municípios (Conasems) reúnem-se mensalmente para votar resoluções sobre o funcionamento do SUS. Os debates perderam a regularidade durante a pandemia. A retomada da reunião também vinha sendo adiada por divergências entre os gestores.>
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Nas últimas semanas, os conselhos rejeitaram assinar a "matriz de risco" elaborada pela gestão do oncologista Nelson Teich, o que impediu a publicação como regra do SUS. Enfraquecido e após desentendimento com o presidente Jair Bolsonaro, Teich deixou a pasta. Cerca de um mês antes, Luiz Henrique Mandetta havia sido demitido.>
O Conass também se opôs à nova orientação do ministério sobre a cloroquina. Na noite de quarta-feira, 20, a entidade divulgou nota questionando a mudança de discurso. "Por que estamos debatendo a cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a cloroquina em vez de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os estados em emergência?".>
Os representantes do conselho e Pazuello não trataram na reunião de assuntos como distanciamento social e uso precoce da cloroquina, que divide gestores locais e governo federal.>
Nesta quinta-feira, 21, Pazuello disse que a "missão" dos gestores do SUS é salvar vidas. "Concito a todos e todas a caminharem e remarem juntos nessa direção", disse.>
O presidente do Conass e secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame, comemorou a "retomada do diálogo". "Não que tenha sido rompido, mas tivemos afastamento durante algum tempo", disse.>
"Esse é um momento que é simbólico. Início da sua gestão, em que nós recebemos com enorme satisfação e alívio o seu discurso, fala e prática de busca de diálogo", completou Beltrame. O presidente do Conasems, Wilames Bezerra, também pediu "união" dos gestores.>
Pazuello e representantes de Estados e municípios alertaram para o aumento de casos no interior do País. "É inevitável. A progressão vai acontecer e temos de estar preparados", disse Pazuello.>
Ele afirmou que gestores devem investir na "capacidade de transporte" para levar pacientes do interior para hospitais de referência, geralmente localizados em capitais dos Estados.>
Pazuello também observou que a doença deve avançar para além do Norte e Nordeste, hoje mais impactados, durante o inverno. "Rezamos para o impacto ser menor, mas virá algum grau de impacto", disse.>
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