Publicado em 2 de março de 2019 às 19:49
O primeiro dos bailes de carnaval do Copacabana Palace aconteceu seis meses após a inauguração do hotel, no Carnaval de 1924. Graças à influência do dono do espaço, o empresário Octavio Guinle (1886-1968), o baile nasceu já como a representação mais luxuosa e sofisticada da festa brasileira, atraindo a alta sociedade carioca e diversas estrelas internacionais.>
Rivalizando com o Theatro Municipal pelo título de baile mais concorrido do país, a festa do Copacabana Palace tinha ingressos reservados com um ano de antecedência.>
Os salões do Copa receberam celebridades de Hollywood e do cinema italiano como as atrizes Gina Lollobrigida, Kim Novak, Rhonda Fleming, Ginger Rogers (1911-1955) e o cineasta Orson Welles (1915-1985), todos parte do círculo de amigos de Guinle.>
Algumas histórias dessa primeira fase dos bailes incluem a atriz Brigitte Bardot como jurada de um concurso de fantasias na edição de 1964 e Jayne Mansfield (1933-1967), símbolo sexual dos anos 1950 e tida como principal concorrente de Marylin Monroe, que teria causado sensação quando a alça de seu vestido se soltou no baile de 1959.>
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Quase 50 anos depois do baile inaugural, em 1973, a popularização das escolas de samba tirou parte do brilho dos carnavais de salão, e o Copacabana Palace decidiu não realizar mais seu baile de elite. A festa só foi retomada duas décadas depois, em 1993.>
E como se manter atual? "Todo ano é um espetáculo, é um momento de muita alegria. O tempo todo tem atrações acontecendo, nos diferentes salões. Parece um parque de diversões, misturando pessoas que vem há anos com aqueles que estão participando pela primeira vez", diz a atual diretora-geral do hotel, Andréa Natal.>
MÁSCARA DE VENEZA E MODA DE MILÃO INSPIRAM CENÁRIO>
O Copacabana Palace já teve a cara da Rússia, da China, do Japão, da Índia e da França, entre outros países. Neste ano, os salões Frontais, Nobre e Golden Room do hotel vão incorporar o vermelho, verde e branco da bandeira italiana.>
"Nosso tema é o 'Dolce Carnevale'. Os italianos gostam de festa, têm muito a ver com os brasileiros. Eles gostam de comer bem, de uma bela mesa. Foi essa conexão que nos deu o clique de que nunca havíamos homenageado a Itália e já estava na hora", diz Natal.>
O décor deve incluir uma volta pelo país europeu. Milão, Piemonte, Toscana, Veneza, Roma, Nápoles e Siracusa terão elementos representados na decoração ou na comida. Isso inclui uma trattoria napolitana, um mercado de peixes de Siracusa, uma passarela de Moda de Milão, com direito a decoração de limões sicilianos, uma "Mamma" servindo massa feita na hora e, claro sorvete.>
"Não seria uma festa italiana sem o gelato", afirma Mário Borriello, responsável pela cenografia e decoração da festa.>
Já o luxuoso mármore italiano passa longe do salão. Se a decoração transpira luxo, os materiais usados se assemelham muito aos das escolas de samba.>
A escultura que homenageará o cineasta Federico Fellini (1920-1993), por exemplo, será de de isopor empastelado pintado, como os bonecos de carros alegóricos.>
"Eu estou aqui para fazer magia, eu tenho que transformar, iludir. Levar as pessoas numa viagem em que tudo seja luxuosíssimo, douradíssimo, riquíssimo. Minha proposta como cenógrafo de Carnaval é convidar para o sonho", explica Borriello.>
Isso não significa que é uma festa barata. Borriello não revela quanto custa para transformar os três salões e duas varandas do Copa na representação da Itália, mas resume bem: é caro.>
Os shows são tão variados quanto os cenários -e igualmente inspirados na Itália. Na entrada, um grupo de dançarinos fará uma grande tarantela. Um cantor trará as músicas contemporâneas e um violinista, as clássicas.>
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