Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 23:42
Os Correios anunciaram nesta terça-feira (27) a criação de uma taxa extra para a entrega de encomendas no município do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, os problemas relacionados à segurança pública no Rio chegaram a níveis extremos e o custo para entrega de mercadorias na capital sofreu altíssimo impacto. A empresa estabeleceu uma cobrança emergencial de R$ 3 para os envios destinados à cidade.>
A estatal disse ainda que a tarifa extra foi necessária para cobrir custos de manutenção da integridade dos empregados, das encomendas e até das unidades dos Correios. Segundo a empresa, a cobrança poderá ser suspensa a qualquer momento, desde que a situação de violência seja controlada.>
Em 2017, a reportagem revelou que a cada quatro horas um veículo dos Correios é alvo de assalto no estado do Rio. Em 2016 foram registrados 2.317 ocorrências de roubos de cargas envolvendo a empresa.>
AUMENTO DE TARIFA ENTRE CAPITAIS >
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Os Correios anunciaram ainda que vão aplicar um reajuste médio de 8% nas tarifas do frete de encomendas para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual já a partir do dia 6 de março. A empresa não divulgou uma tabela de preços praticados no balcão para Sedex e outros serviços, e também não informou os percentuais de reajuste para outras localidades do país.>
Segundo a estatal, trata-se de uma revisão anual de preços e a definição dos valores cobrados é baseada no aumento dos custos relacionados à prestação dos serviços, que considera gastos com transporte, pagamento de pessoal, aluguéis de imóveis, combustível, contratação de recursos para segurança, entre outros.>
IMPACTO NA VENDA ONLINE>
De acordo com especialistas, os novos valores de frete vão atingir as transações realizadas no varejo online em todo país, incluindo pequenos e médios empreendedores. Para órgãos de defesa do consumidor, essa conta será repassada ao comprador de produtos eletrônicos.>
"Esse movimento dos Correios é muito sério e, em alguma medida, o aumento será repassado ao consumidor final que faz compras pela internet. O que lamento é não haver mais competição no mercado de entregas. O que podemos dizer é que deve fortalecer o comércio local e a regionalização", avalia André Miceli, coordenador do MBA em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV).>
LOJISTAS FAZEM CAMPANHA CONTRA REAJUSTE >
O anúncio do aumento levou lojas virtuais a iniciarem uma campanha na tentativa de mobilizar seus clientes contra o reajuste. O Mercado Livre, por exemplo, diz que o ajuste impacta diretamente os pequenos e médios empreendedores, ressaltando que só na plataforma mais de 110 mil famílias têm as vendas como fonte de renda. O site comparou o custo do frete no Brasil com outros países onde também opera e diz que o serviço brasileiro é 42% mais caro do que o da Argentina, 160% mais caro do que no México e 282% mais caro do que na Colômbia.>
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