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Candidatos ao governo falam o que querem fazer para melhorar a educação

Candidatos ao governo falam o que querem fazer para melhorar a educação

Os seis candidatos ao Palácio Anchieta responderam às perguntas preparadas pelo GAZETA ONLINE, com base nos principais desafios e metas da área para os próximos anos

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 22:03

Candidatos ao Governo do Espírito Santo - Eleições 2018 Crédito: Reprodução

Reivindicadas por especialistas e aguardadas pela população, as melhorias na área da Educação tornaram-se tema prioritário na pauta dos governos. Mas garantir que tais avanços saiam do papel depende de esforços que ultrapassam a esfera dos discursos políticos para se transformarem em ações. E é por isso que o GAZETA ONLINE convidou os seis candidatos na disputa pelo Palácio Anchieta para apresentarem suas propostas para a área, com base nos principais desafios a serem superados.

Conforme apontou a reportagem veiculada nesta quinta-feira (30) pelo GAZETA ONLINE, o futuro governador do Estado pelos próximos quatro terá pela frente a tarefa de reduzir o número de crianças e de jovens fora da escola, que em 2015 atingiu a marca de 50.374 não matriculados, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Do mesmo modo, a erradicação do analfabetismo até 2024, conforme prevê o Plano Nacional de Educação, exigirá ações contundentes, já que em 2017 ainda havia 178 mil pessoas sem saber ler e escrever no Espírito Santo. Paralelo a isso, ainda será preciso dar continuidade à implantação de escolas de tempo integral. A meta estadual é que até 2030, 50% dos alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública estejam matriculados nesse tipo de instituição. Confira agora as respostas dos candidatos, que foram elaboradas pelo GAZETA ONLINE:

1 - Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base em um levantamento do IBGE de 2015, existem 50.374 crianças e adolescentes (6,3%) fora da escola no Estado, dos quais 29.985 (16%) são jovens entre 15 e 17 anos. O que vai fazer, caso eleito, para reduzir os índices de evasão e de abandono escolar?

RENATO CASAGRANDE (PSB)

Nos últimos quatro anos, houve um recuo enorme dos valores alocados pelo Governo do Estado para a Educação. Além disso, muitas turmas e escolas foram extintas. Só no EJA, por exemplo, houve uma queda de cinco mil para mil turmas. Como resultado, tivemos uma diminuição também dramática na realização de matrículas. Vamos reabrir escolas e torná-las mais atraentes, seja revisando currículos, seja desenvolvendo novas práticas pedagógicas, ou ainda ofertando mais atividades esportivas e culturais, fundamentais para uma formação humanística adequada. Além disso, vamos, dentre outros, ampliar o ensino integral; fortalecer o EJA; reestruturar o projeto Coordenadores de Pais, que garante o elo entre a escola, a família e a comunidade; fortalecer o Nossa Bolsa e o Bolsa SEDU; e desenvolver ações de valorização e qualificação dos profissionais da Educação.

ROSE DE FREITAS (Podemos)

A escola não é só um ensinamento didático, que você pega um professor, coloca para ensinar as matérias e os alunos absorvem esse aprendizado. Porque a escola também tem que impulsionar a Educação aliada à cultura, à atividades de esporte para evitar que os alunos abandonem a escola por desinteresse, por dificuldades de aprendizado.Você tem que prestar atenção no aluno como um todo. E outra coisa: é preciso capacitar os professores a identificar as dificuldades que as crianças têm, algumas têm dificuldades de aprendizado, outras possuem conflitos familiares. A escola tem que melhorar sua capacitação profissional e ser uma escola com melhor condição de ensino. É preciso que um identifique o outro: o professor saber identificar o aluno e suas dificuldades e o aluno saber se mostrar diante de uma escola como uma pessoa que pode ser melhor aproveitada. Melhorar o ambiente escolar, a atividade escolar.

ARIDELMO TEIXEIRA (PDT)

Primeiramente nós temos que deixar de analisar só a estatística e encontrarmos essas pessoas. Isso é possível. É importante conversar com este jovem e levar cada um para uma escola, mas não a tradicional, porque é óbvio que ele não vai querer voltar para a escola antiga, aquela que não faz conexão com o lado de fora da janela da vida dele. É aí que entra o programa da Escola Viva, principalmente a trilha profissionalizante, que é justamente trazer o projeto de vida do jovem para dentro da escola para que ele efetivamente se sinta acolhido e alinhado com ela. Eleito, até o final do governo, a intenção é chegar a mais 100 escolas vivas, com pelo menos uma em cada município do Estado.

CARLOS MANATO (PSL)

Nós precisamos entender que o jovem se afasta da escola, muitas vezes, por falta de estímulo. Tenho um projeto que vai reativar os campos de várzea e dar material esportivo, feito por presos do regime semiaberto, em parceria com a iniciativa privada, para aquelas escolinhas de futebol e de outras modalidades. Vamos investir em atividades que atraiam essa garotada para sala de aula, pois apenas terá acesso ao esporte aluno matriculado. Além disso queremos ampliar projetos interessantes, como o Escola Viva. Conversar com os educadores para conhecer as prioridades e sugestões de ações em prol da educação. Outro projeto que pode fazer crescer o interesse dos jovens na escola é a implantação do Escoteiros na Escola. O projeto, se implantado, terá atividades que estimulem o companheirismo, a disciplina, a meritocracia e a ecologia, em atividades na escola e fora dela.

JACKELINE ROCHA (PT)

O nosso Programa de Governo tem como meta a universalização, até 2020, do atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos. A escola precisa ser um ambiente agradável para as crianças e adolescentes e para os profissionais da educação. Isso requer condições de trabalho e diálogo para cumprimento do Piso Nacional do Magistério; formação continuada do magistério e profissionais de apoio da educação; transversalidade das políticas sociais com integração das secretarias de cultura, esporte e lazer, assistência social, saúde, ciência e tecnologia, segurança pública e trânsito, para contribuir nas ações escolares e extraescolares das crianças e adolescentes; a situação socioeconômica das famílias também deve ser observada para que crianças e adolescentes não tenham que abandonar a escola para trabalhar ou, o que é mais cruel, ser atraído pela criminalidade; amplo programa de construção, reforma e manutenção dos prédios escolares.

ANDRÉ MOREIRA (PSOL)

Uma das prioridades do programa do PSOL é combater a evasão escolar. Por isso somos críticos à política do atual governo que fechou 41 escolas e cerca de 5,5 mil vagas na rede de ensino pública. Para isso, pretendemos destinar 30% do Orçamento para a Educação. Universalizar, progressivamente, o ensino médio gratuito, sob responsabilidade do poder público, considerando a indissociabilidade entre o acesso, a permanência e a qualidade da educação escolar. Os resultados do atual governo precisam ser revertidos. No segundo trimestre de 2018, a taxa de analfabetismo de crianças com idades entre 7 e 9 anos, no Espírito Santo, foi de 6,6%. Este número é maior que o da Região Sudeste (5,6%) e menor que a média nacional (10,9%). A frequência escolar dos jovens entre 15 e 17 anos, no Espírito Santo, foi de 85,2%. Com relação à alocação do tempo dos jovens com idades entre 15 e 29 anos (899.928), no Espírito Santo, 11,3% (101.957) trabalhavam e estudavam; 38,7% (348.645) só trabalhavam; 25,0% (224.946) só estudavam e 24,9% (224.381) não trabalhavam nem estudavam. Dentre os jovens que nem trabalhavam e nem estudavam, 125.174 (55,8%) não procuravam emprego, o restante dos 99.207 jovens (44,2%) estava à procura de um trabalho.

2 - De acordo com dados do IBGE de 2017, o Estado possui 178 mil analfabetos com 15 anos ou mais, sendo que a meta do Plano Nacional de Educação é erradicar o analfabetismo até 2024. Como fará para reduzir esse índice no Estado?

RENATO CASAGRANDE (PSB)

Vamos fortalecer e ampliar a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a partir de sua integração efetiva com ações de profissionalização (capacitação para o trabalho), inserção socioprofissional (intermediação para o emprego) e do reconhecimento de saberes e competências na perspectiva da aprendizagem ao longo da vida (foco na história pessoal e nos projetos de vida do cidadão). Também vamos fomentar e alocar recursos técnicos e financeiros para as ações e programas que contribuam para a redução do índice de analfabetismo no Estado, trabalhando pela conscientização e mobilização da sociedade para a importância da participação de todos nesse processo.

ROSE DE FREITAS (Podemos)

É um absurdo termos analfabetos no século 21. É perda de dignidade a pessoa não saber identificar letras, pois ela vive no mundo das letras, das palavras, dos sons, das imagens. Ela tem que saber identificar, então precisa aprender a ler. Isso é inclusão. A pessoa pode ter o melhor nível de renda, mas se ela não estiver no mundo cultural, educacional, econômico, social, político, ela está excluída. Há pouco tempo havia escolas que identificavam colaboradores, voluntários, que se dispunham a ir na casa das pessoas ensinar ou tinham um horário dentro da escola em que havia salas com quatro, cinco, dez, quarenta pessoas. Mas era uma tentativa de erradicar o analfabetismo pelo voluntarismo das pessoas integrado à escola. A escola ia buscar na famílias onde os filhos estudavam e o pai não teve oportunidade de aprender. Localizava as pessoas e disponibilizava espaço e pessoas para que as pessoas fossem a hora que quisessem para aprender. Isso é tarefa do Estado. O Estado não pode achar que é um índice morto de quem está à margem da Educação. É tarefa do Estado identificar dificuldades, limites e disponibilizar tempo, espaço e pessoas para que possamos combater o analfabetismo.

ARIDELMO TEIXEIRA (PDT)

O analfabetismo é uma mazela da sociedade que vem tentando resolver desde o Mobral no regime militar. O país e o estado já gastaram fortunas e o analfabetismo não consegue ser solucionado. A nossa meta é até 2022, o último ano do meu mandato, juntarmos esforços com a iniciativa privada para que possa ser estabelecido um grande pacto para que o capixaba consiga erradicar o problema antes mesmo da meta do MEC. Educação é prioridade no nosso plano de governo.

CARLOS MANATO (PSL)

Pretendo investir em programas de alfabetização de jovens e adultos. Também vamos incrementar programas de formação inicial de professores e em gestão e liderança.

JACKELINE ROCHA (PT)

O governo do Estado precisa ser o articulador e dirigente do processo de execução das políticas públicas, sobretudo das prioridades sociais que repercutem na economia. A pessoa analfabeta fica limitada a funções de baixa qualificação, ou até, sem condições de acesso ao mercado de trabalho. Temos que buscar apoio do governo federal e, junto com a bancada de deputados federais e senadores que representam o Espírito Santo no Congresso Nacional, tentar reverter a limitação do teto orçamentário para as áreas sociais proposta pelo governo de Michel Temer. Com os atores locais, vamos buscar parcerias com a sociedade e órgãos públicos, nos níveis municipais, estadual e federal, para realizar um grande programa de erradicação do analfabetismo. É imprescindível ainda utilizarmos a infraestrutura da educação do campo para esse trabalho.

ANDRÉ MOREIRA (PSOL)

Esses números por si só explicam como o atual governo tem tratado a política de educação para esse segmento. Isso é resultado dos fechamentos nos últimos quatro anos das escolas das turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2014, o Estado tinha 144 alunos matriculados no EJA. Em 2018 são cerca de 92 mil. Como os números apontam, as turmas não foram fechadas porque a demanda diminuiu, mas porque a política de educação do atual governo preocupou-se apenas em reduzir gastos, inclusive em áreas essenciais, e investir num programa vitrine. Estou me referindo ao Escola Viva.

3 - Considerando os desafios econômicos, estruturais e de pessoal, como vai cumprir a meta de que 50% das escolas do Estado ofereçam ensino integral até 2024, conforme estipula o Plano Nacional de Educação?

RENATO CASAGRANDE (PSB)

No nosso governo, entre 2011 e 2014, iniciamos a implantação das escolas de tempo integral no Espírito Santo. Vamos priorizar a expansão do ensino integral, com amplo diálogo com a comunidade, garantindo o atendimento das demandas educacionais nas diferentes regiões do estado. Esse processo, no entanto, não pode gerar prejuízos aos capixabas, com a extinção de turmas e o fechamento de escolas. Assim, vamos melhorar a gestão dos recursos da educação.

ROSE DE FREITAS (Podemos)

O Estado sozinho não vai conseguir oferecer até 2024 o ensino integral para 50% da população. Por isso estou sempre ressaltando que nós através da parceria construída no governo federal, através do orçamento que conhecemos bem, sabemos que há rubricas especiais para isso, temos que procurar sermos parceiros desse projeto e buscar parcerias para ele também. Muitas vezes se consegue uma escola em tempo integral, como conseguimos em São Mateus, mas o município não tinha terreno para oferecer para a construção da escola. O Estado tem que interagir com o município na questão educacional. Como em várias coisas o Estado tem que interagir para considerar que metas estão exatamente organizadas para que a gente possa ajudar a estruturar melhor a sociedade e fazê-la se desenvolver. É uma questão de justiça haver o cumprimento dessa meta de oferta de ensino integral. Pois mães e pais muitas vezes saem para trabalhar em outros municípios e deixam seus filhos sozinhos em casa. A escola cumpre esse papel de ser uma estrutura importante para que a família tenha tranquilidade de deixar seu filho alimentado e aprendendo e utilizando seu tempo não só para o aprendizado, mas com outras atividades que enriquecem sua vida. Então, o Estado tem que procurar parcerias. O modelo da Escola Viva é um belo modelo, mas não temos capacidade de construir escolas vivas em todos os lugares. O governo Federal tem um modelo de escola integral. Vamos conciliar a Escola Viva com a escola em tempo integral do governo Federal e vamos ser parceiros para criar estruturas, oferecer terrenos e manutenção para a escola. Temos que envolver a comunidade, que muitas vezes pode ajudar na manutenção. Uma comunidade agrícola, por exemplo, quanto ela pode contribuir com alimentação? Quanto nós podemos fazer para adquirir os alimentos da região? Tudo isso favorece a construção do modelo de escola integral atendendo a tudo: a atividade didática, cultural, esportiva e a questão nutricional, que é muito importante.

ARIDELMO TEIXEIRA (PDT)

O Plano Nacional de Educação fala em 50% das escolas ou 25% do número de alunos, esse é o principal foco do nosso governo. Vamos bater a meta de 2024 em 2022. Com, no mínimo, mais 100 escolas vivas até o fim do mandato, nós teremos condições de estar superando a meta dos 25%. Na realidade, eu acredito que a meta que estabelecemos de mais 100 escolas, deverá ser ampliada se a sociedade efetivamente assim demandar. O plano atende, cabe no bolso da Secretaria de Educação. Já fizemos todas as contas, e temos condições de, no mínimo, chegar em 2022 com mais 100 escolas vivas, antecipando o atingimento da meta do MEC para 2024, para 2022.

CARLOS MANATO (PSL)

O projeto Escola Viva é interessante e deverá ser ampliado. Se for eleito, e Bolsonaro também, não teremos amarras políticas, pois seremos eleitos apenas com o apoio popular, sem a cobrança de vários partidos aliados. No fim da eleição, só teremos como credores o povo. Com isso fica bem mais fácil enxugar a máquina administrativa e economizar dinheiro, pois não teremos que lotear o nosso governo com cargos e secretarias, para acomodar nossos apoiadores de campanha. Eu tenho certeza que, com essa economia, vamos poder priorizar setores importantes da nossa sociedade como a educação. E nosso governo vai fechar parcerias importantes com o governo federal. Juntos vamos investir pesado nisso, pode ter certeza.

JACKELINE ROCHA (PT)

Melhorar a gestão é o primeiro passo para superar as dificuldades pela limitação orçamentária. Se a educação é prioridade da sociedade e garantido pela Constituição federal, será tratada como prioridade por meu governo. Os governos do ex-presidente Lula têm apoio popular por terem cumprido as promessas de prioridade nas políticas sociais. Temos compromisso e vamos inverter as prioridades para que as políticas de educação, saúde, assistência social.

ANDRÉ MOREIRA (PSOL)

É preciso lutar contra a EC (Emenda Constitucional) 95 que congelou dinheiro da Educação. Não é possível ampliar a cobertura da Educação Pública com a qualidade devida, sem ampliar os recursos nesta área. A EC 95 é inconstitucional em relação ao art. 212 da CF e quanto a outros tantos valores fundamentais da Constituição Federal. Assim, vamos garantir que a ampliação do investimento em educação desconsiderando os limites inconstitucionais impostos pela EC 95.

4 - De acordo com os dados do Ministério da Educação, o Estado não alcançou as metas estipuladas pelo próprio MEC no Ideb dos últimos anos, tanto no nono ano quanto na 3ª série do ensino médio. Que ações vai implementar para melhorar os índices da educação básica?

RENATO CASAGRANDE (PSB)

O Estado precisa investir tanto no ensino médio quanto no fundamental, ajudando os municípios. É necessário que toda a rede – estadual e municipal - tenha dedicação total ao aprendizado do aluno, com atividades extracurriculares e acompanhamento dentro e fora da sala de aula. E é nesse sentido que vamos atuar. As escolas precisam ser mais atrativas, não só no que diz respeito às suas estruturas físicas como também à grade curricular. Vamos realizar investimentos em reformas e aquisição de equipamentos para as unidades da rede, transformando-as crescentemente em ambientes de elevada cidadania. Além disso, vamos fortalecer e ampliar o ensino integral, garantindo a participação dos profissionais da educação e das comunidades no aprimoramento dessa importante política pública; e capacitar cada vez mais os nossos professores.

ROSE DE FREITAS (Podemos)

Tivemos uma experiência muito interessante. Em Santa Maria de Jetibá, levamos a atividade de xadrez para a escola e o Ideb do município melhorou muito e as pessoas tiveram muita capacidade de aprendizado na matemática, nos estudos tecnológicos. Então, nós mostramos que outras atividades, curriculares ou não, tem que ter maior incentivo e as crianças vão saber que aquela atividade não é obrigatoriedade, mas sim um estímulo ao raciocínio, ao déficit de atenção. Temos que melhorar. Eu ouvi em um programa recentemente em que diziam assim: "eu não gosto da escola porque ela é chata". A escola não tem que seduzir o aluno para aprender, mas tem que encontrar maneiras de interagir com esse aluno, inclusive com outras matérias, atividades culturais, físicas. É ter a capacidade de ensinar outras coisas que a cabeça deles está preparada para aprender, mas não há um ambiente construído. Melhorar a escola, integrar atividades, ajudar os professores a se capacitar mais e capacitar também o ambiente físico e cultural da escola.

ARIDELMO TEIXEIRA (PDT)

Temos que esclarecer o seguinte: em 2009 o Estado cumpria a meta do MEC no que cabe ao Ensino Médio. Mas o governo de 2011 a 2014 jogou o desempenho abaixo da meta, um fato lamentável. Nós ficamos muito atrás na avaliação de 2011 e 2013 porque a nota é medida de dois em dois anos, e a cada ano a expectativa era que a nota subisse em torno de 10%. No ano de 2011, o desempenho andou para trás, no ano de 2013 estagnou e só em 2015, já no governo atual, voltou a crescer próximo de 10% ao ano. Então, agora, com o IDEB de 2017, se não baterem a meta, chegaremos muito perto. No nosso Governo superaremos as metas do MEC com a expansão do projeto das escolas em tempo integral, a Escola Viva, tendo em vista que a primeira escola do modelo, implantada há três anos, já supera em muito as metas do MEC.

CARLOS MANATO (PSL)

Dialogar com os educadores para conhecer as prioridades e sugestões de ações em prol da educação dos alunos, para implementar os programas que se fizerem necessários e dar continuidade a programas que visam, justamente, melhorar o ensino no Estado. Eu ainda pretendo levar mais disciplina e comprometimento para as salas de aula, como a inserção da cultura militar nas escolas. Hoje, o aluno não respeita professor. Os alunos precisam de disciplina para levarem a sério o aprendizado. Visitei uma escola militar em Brasília, que tem ótimos índices no Ideb. Lá o professor é respeitado e o aluno valorizado. Os alunos com notas boas são homenageados, ganham acessórios no uniforme, de forma que são facilmente identificados por todos. Isso estimula ele a estudar e se dedicar, sempre em busca das melhores notas, para receber tal honraria.

JACKELINE ROCHA (PT)

De acordo com a LDB-EN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a prioridade do governo estadual é o ensino médio, mas as condições orçamentárias e financeiras das prefeituras não permitiram que os municípios assumissem integralmente a educação infantil e o ensino fundamental. Além de apoiar financeiramente os municípios, em nosso governo, vamos propor parceria com os municípios para a formação continuada dos profissionais do magistério e pessoal de apoio. Com isso poderemos poupar recursos e aproveitar melhor as instalações e pessoal qualificado dos municípios, do estado e também das instituições de educação de nível superior.

ANDRÉ MOREIRA (PSOL)

Primeiramente, é preciso encarar a educação com seriedade que o tema requer. No governo do PSOL, educação sempre estará entre as políticas públicas prioritárias. É inadmissível para o PSOL falar em cortes na educação, como vem fazendo o atual governo. Nossa proposta segue na direção contrária da atual. Por isso defendemos assegurar ao menos 30% do orçamento em educação. Só com mais investimentos conseguiremos melhorar a qualidade do ensino fundamental (infantil, fundamental e médio) e ampliar a oferta de vagas. Nenhum governo alcançará resultados satisfatórios enquanto continuar retirando recursos da educação para cobrir rombos na Previdência estadual.

5 - Quais são suas propostas para garantir uma Educação inclusiva no Estado, garantindo os direitos, por exemplo, de alunos com necessidades especiais, alunos do campo e jovens e adultos que cursam o EJA?

RENATO CASAGRANDE (PSB)

Vamos fortalecer e ampliar o EJA. Além disso, vamos desenvolver ações de valorização e qualificação da educação no campo, com redução das diferenças de qualidade entre as escolas urbanas e rurais; facilitar o acesso e a permanência de crianças e adolescentes negros, indígenas, com necessidades especiais e demais grupos sociais em todos os níveis da formação escolar. Vamos ainda criar políticas educacionais que garantam o enfrentamento da homofobia, machismo e racismo e todos os tipos de preconceitos dentro das escolas.

ROSE DE FREITAS (Podemos)

Tenho feito planos para estruturar as escolas públicas para alunos com necessidades especiais. A questão dos alunos do campo a gente tem que ampliar tudo o que estamos falando, porque muitas vezes chega nos locais mais perto das metrópolis e não chegam no interior. E lá também há jovens com necessidades especiais, alunos que precisam ser amparados mais adequadamente e se sentirem amparados pela escola. Na questão das escolas agrícolas, temos que entender esse calendário especial que pode ser criado pelo Estado, seguindo a grade curricular o tempo disponível para aprendizado. A escola agrícola tem que respeitar também a família que trabalha no campo. A atividade agrícola requer que o filho do agricultor tenha a capacidade de estar na escola em tempo integral ou em tempo especial para que ele possa estar junto com a família e estar na escola para aprender, inclusive, sobre sua realidade familiar. No interior do estado vemos muito a questão do EJA. Pessoas que tiveram pouco tempo para estudar ou tempo nenhum e agora estão se identificando dentro desse projeto. Precisamos ampliar, estruturar melhor para que elas façam isso na hora que têm disponibilidade de tempo. Tudo isso só enriquece, tanto a vida social da pessoa quanto a vida econômica também.

ARIDELMO TEIXEIRA (PDT)

Para resolver o problema do EJA, vamos ter que reinventar o programa. Me parece que a nova divisão de aulas com redução de cinco para três dias, melhorou os resultados do programa. Vamos estudar e buscar soluções onde estiverem. No caso do campo, a Escola Viva já prevê a parte de profissionalização alinhada à vocação regional. Então, as regiões onde o engajamento no agronegócio é importante, a própria vertente da escola, a especialização dela, estará voltada para atender a essa necessidade. Também essa comunidade terá à sua disposição escolas de tempo integral que poderão ter alguma flexibilidade em termos de calendário, para que possa atender a especificidade da região. E elas serão profissionalizantes para a melhorar a qualidade da tecnologia aplicada nas famílias. Com isso, a escola se conecta com a vida do jovem, não afasta ele da família, aumenta a atratividade para a permanência do jovem no campo e ainda, impulsiona a economia local evitando a migração para grandes centros.

CARLOS MANATO (PSL)

Pretendo implementar programas que garantam atendimento de qualidade no período noturno, para aqueles que, além de estudar, precisam trabalhar durante o dia. Manter parcerias com instituições que atendam a alunos com necessidades especiais, de forma a haver condições de ter um atendimento correto. Vamos realizar parcerias com as prefeituras, para ter melhorias nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), dentro das limitações orçamentárias. No meio rural, vou investir em educação e infraestrutura no campo, de forma a possibilitar que as famílias dos produtores rurais tenham uma melhora na qualidade de vida, evitando o êxodo rural.

JACKELINE ROCHA (PT)

O Espírito Santo já foi um polo de criação e difusão de iniciativas educacionais exitosas, em especial no campo. O que o meu programa de governo propõe é fortalecer propostas como a pedagogia da alternância e as instituições como o MEPS, RACEFFAES e demais escolas, em assentados e áreas rurais. Segmentos como quilombolas, indígenas, pomeranos e ciganos terão suas culturas respeitadas na formulação e execução dos projetos pedagógicos. Questões como origem étnica e as liberdades individuais e coletivas como a discriminação às pessoas LGBTS serão tratadas com o devido respeito às orientações e escolhas pessoas. Quando falamos em inclusão também estamos pensando nas pessoas com deficiência física ou mental. Nossa prioridade é que essas pessoas possam frequentar as escolas regulares e só será buscado outro meio com o devido diálogo com a própria pessoa, familiares e técnicos especializados.

ANDRÉ MOREIRA (PSOL)

Nosso compromisso principal é garantir que a política de educação seja deliberada pela sociedade civil, por isso o respeito aos Planos Nacional e Estadual de Educação. Esse é um dos caminhos para assegurarmos a participação popular na política de educação pública. Respeito às deliberações das conferências com alocação de recursos adequados no orçamento são medidas imprescindíveis para assegurar a “revolução social” que só a educação pública é capaz de fazer. O atual governo está destruindo a educação de Jovens e Adultos (EJA) e o ensino noturno regular, que também sofre com o fechamento de turmas nos últimos quatro anos. Não podemos esquecer que o atual governo fechou 41 escolas e cerca de 5,5 mil vagas nas rede pública estadual;61 mil crianças e adolescentes estão fora da escola (em 2014, eram 39 mil). Criar formas mais flexíveis de organização escolar para a zona rural, bem como a adequada formação profissional dos/as professores/as, considerando a especificidade do alunado e as exigências do meio. Idêntica preocupação orientará a educação de grupos étnicos, como os negros indígenas e quilombolas. São nossos compromissos de governo adequar o ensino noturno público e gratuito, de nível fundamental e médio, em cada etapa de escolarização, às necessidades do aluno, por meio de compatibilização de horários para alunos trabalhadores, de opções curriculares, programáticas e metodológicas específicas, de distribuição harmônica do tempo.

6 - O que o candidato vai fazer para garantir que a comunidade externa (família, sociedade civil, pesquisadores) participem da elaboração de políticas para a Educação?

RENATO CASAGRANDE (PSB)

Na educação, o Estado deve ser promotor, indutor e garantidor da igualdade de oportunidades. Vamos voltar a investir na educação e, principalmente, dialogar com a população para que os programas e ações implantados nas escolas atendam as necessidades sociais e pedagógicas das comunidades, bem como promover a valorização dos profissionais da educação com oferta de capacitação e outras ações que promovam o engajamento do docente. Além disso, vamos fortalecer os conselhos e fóruns sociais.

ROSE DE FREITAS (Podemos)

A escola não pode ser um prédio físico isolado dentro das comunidades. Ela precisa estar integrada à vida comunitária. É uma extensão da casa, da sociedade, ela complementa tudo isso. A escola não pode encerrar o expediente na sexta-feira e acabou. Ela tem que estar aberta para a comunidade. Assim ela interage com a comunidade, ela coaduna esforços para ajudar na educação, para fazer o pai e a mãe entenderem e a apoiarem. É evidente que, em contrapartida, a escola ajuda a comunidade e as famílias. A escola pode ser uma ativista no estímulo ao empreendedorismo. A criança e o adolescente querem mostrar o desenho, a música que fizeram. E se eles não conseguem fazer isso no ambiente familiar ou só conseguem no ambiente familiar, a escola tem que ser um outro lugar onde essas atividades de integração, interação, existam a partir de iniciativas da comunidade e da escola. Os dois agindo tornam a política de ensino mais atraente e atualizada em relação ao estágio daquela criança, daquele adolescente.

ARIDELMO TEIXEIRA (PDT)

O nosso plano de governo estabelece uma meta não somente de participação, a comunidade tem que ser corresponsável, principalmente, a família e os responsáveis pelas crianças e jovens. Não existe educação de qualidade só com dinheiro. Um ingrediente até mais importante, é o engajamento das famílias no processo de construção dessa nova escola. Todos devem ser corresponsáveis pela Educação. No nosso governo não só vamos querer a participação da comunidade, como vamos exigir que isso ocorra com foco no aprendizado do aluno, buscando parceria com os conselhos e Ministério Público.

CARLOS MANATO (PSL)

Primeiro de tudo, não vou indicar diretor de nenhuma escola. Vou deixar que os professores e toda a comunidade escolar tomem essa decisão. Afinal, eles, com certeza, vão saber o que é melhor para aquela escola. Muito mais que um governador que não acompanha o dia a dia dessa escola. E quero ser o governador do diálogo, ouvindo muito os educadores para, juntos, decidirmos o melhor para nossa educação. Eu já fui professor e sei como nem sempre a categoria tem a valorização que merece. Quero mudar isso.

JACKELINE ROCHA (PT)

A participação da comunidade escolar, da sociedade e das instituições públicas e privadas não é um problema apenas da educação. O nosso programa de governo tem como eixos uma gestão participativa e transparente; garantia dos direitos Sociais e Serviços de Qualidade para a População; desenvolvimento para a Geração de Trabalho e Renda e fortalecimento do Conselho Estadual da Educação, dos conselhos municipais (em diálogo e respeito a autonomia dos prefeitos) e dos conselhos escolares, que serão fundamentais para pactuar uma nova política de educação para o Espírito Santo. Vamos realizar fóruns de debates, seminários, encontros e congressos com o objetivo de ouvir e acolher propostas da sociedade, meio acadêmico e pesquisadores. Iremos criar meios de reconhecimento da produção de pesquisas e estudos que contribuam com a melhoria da educação.

ANDRÉ MOREIRA (PSOL)

A educação pública e de qualidade e democrática é um instrumento estratégico para o programa do PSOL. Há dois compromissos assumidos pelo partido: ampliar para 30% os gastos com a educação pública, já que entre 2011 a 2016, ao menos, uma "pedalada fiscal" fez com que os dois últimos governos descumprissem o percentual de 25% do orçamento fiscal para gastos com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), art. 212 da Constituição Federal; o segundo compromisso é restabelecer o direito das comunidades escolares elegerem diretamente os diretores das escolas da rede pública estadual. Essa é primeiro passo para garantir a participação das comunidades e sociedade civil nas decisões da educação.

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