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Bolsonaro demite general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa

Bolsonaro demite general Fernando Azevedo do Ministério da Defesa

O militar permaneceu por dois anos e três meses à frente da pasta, à qual Exército, Marinha e Aeronáutica estão vinculados

Publicado em 29 de março de 2021 às 16:14- Atualizado há 3 anos

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Ministro da Defesa Fernando Azevedo
Ministro da Defesa, Fernando Azevedo foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda. (Marcos Correa/PR)

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, foi demitido do cargo nesta segunda-feira (29) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A decisão do presidente pegou os militares de surpresa e ocorre no mesmo dia da saída de Ernesto Araújo do cargo de ministro das Relações Exteriores. Segundo aliados, Bolsonaro deve promover novas trocar no primeiro escalão do governo.

A mais nova baixa no governo Bolsonaro divulgou uma nota em que anuncia a saída da pasta.

"Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa", diz o texto.

"Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida", complementa.

Fernando Azevedo e Silva permaneceu por dois anos e três meses à frente da pasta, à qual Exército, Marinha e Aeronáutica estão ligados.

MILITARIZAÇÃO

Ao mesmo tempo em que reforça a militarização de seu governo ao entregar cargos como a presidência da Petrobras a um general, Bolsonaro decidiu nas últimas semanas arejar seu núcleo duro e levar nomes do Centrão para o Palácio do Planalto, local onde trabalham seus principais conselheiros.

Há um mês, Bolsonaro deu posse a Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como ministro da Secretaria-Geral, em mais um passo no sentido de colocar políticos para perto de si. Onyx agora despacha mo quarto andar da sede do governo, a um lance de escadas do chefe.

Este movimento de amenizar a hegemonia militar em seu principal círculo de influência começou com o ingresso de Fábio Faria (PSD-RN) no governo, em junho do ano passado, e ganhou corpo com a mudança dele, ministro das Comunicações, para o segundo andar do Planalto, apenas um pavimento abaixo do gabinete presidencial - antes despachava no prédio da pasta, a cerca de 1 km do Planalto.

Pelo lado militar, estão no Planalto os generais da reserva Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), além do chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, que começou forte no governo, mas perdeu influência e hoje se tornou um coadjuvante.

MINISTROS MILITARES DE BOLSONARO

Origem nas Forças Armadas

  • Casa Civil - Walter Souza Braga Netto, general da reserva do Exército
  • Secretaria de Governo - Luiz Eduardo Ramos, general da reserva do Exército
  • Gabinete de Segurança Institucional - Augusto Heleno, general da reserva do Exército
  • Ciência e Tecnologia - Marcos Pontes, tenente-coronel da reserva da Aeronáutica
  • Minas e Energia - Bento Albuquerque, almirante da Marinha
  • Infraestrutura - Tarcísio de Freitas, capitão da reserva do Exército
  • Controladoria-Geral da União - Wagner Rosário, capitão da reserva do Exército

DUAS MUDANÇAS EM UM DIA

Nesta segunda, outro integrante do primeiro escalão do governo, Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, pediu demissão, após críticas feitas por deputados, senadores e empresários quanto à condução da pasta em meio à pandemia de Covid-19. Atritos com países estratégicos são apontados como entraves à compra de vacinas.

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