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Bolsonaro chega a hospital de São Paulo em estado grave, mas estável

Bolsonaro chega a hospital de São Paulo em estado grave, mas estável

Candidato do PSL está internado no Albert Einstein, na capital paulista

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 15:18

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Ambulância transportando o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, chega ao Hospital Israelita Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, nesta sexta-feira, 7. (TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após ter sido alvo de um ataque a faca em ato de campanha na quinta-feira à tarde em Juiz de Fora (MG). Ele chegou ao local às 10h40 e, às 11h15, o hospital informou que o quadro clínico continua "grave, mas estável".

Em vídeo divulgado pela manhã nas redes sociais, Bolsonaro, falando com dificuldade, agradeceu a equipe médica que o atendeu. Líder nas pesquisas de intenção de votos, o candidato era carregado na região central da cidade quando foi golpeado na altura do abdome por seu agressor, identificado como Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, que foi preso.

Após chegar ao aeroporto de Congonhas, o candidato ficou por volta de 20 minutos no local enquanto a família decidia como seria feito o transporte até o hospital. Por fim, a decisão foi de que ele iria de helicóptero e, depois, de ambulância. Ele chegou ao Hospital Albert Einstein por volta de 10h50. Uma equipe multidisciplinar será responsável por avaliar Bolsonaro. Um novo boletim médico sobre a saúde do candidato deve ser divulgado por volta de 14h.

O candidato sofreu um único golpe de faca que perfurou em três partes o intestino delgado, provocando traumatismo abdominal e hemorragia interna. Segundo o último boletim médico, divulgado ainda na cidade mineira, o quadro de saúde do deputado era “grave, mas estável”.

O vídeo, publicado pelo senador Magno Malta (PR-ES), que foi ao hospital visitar o colega, mostra Jair Bolsonaro fazendo sua primeira declaração pública após o ataque. Bolsonaro agradeceu a equipe médica, Deus e disse ser inofensivo. “Será que o ser humano é tão mau assim? Eu nunca fiz mal a ninguém", disse o presidenciável do PSL. "Essa equipe maravilhosa e abençoada evitou que o mal maior acontecesse", complementou Bolsonaro, com voz baixa.

O fato deixou mais imprevisível a eleição deste ano, acrescentando nova variável na disputa pelo Planalto, segundo analistas ouvidos pelo Estado. O atentado seria capaz de mudar os rumos da corrida eleitoral restando menos de um mês para o primeiro turno.

Na quinta-feira, algumas campanhas começaram a rever estratégias, entre elas a tática de ataques ao candidato do PSL. A expectativa no momento é sobre a força do tempo de TV no horário eleitoral e a capacidade de transferência de votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja candidatura pelo PT foi barrada pela Justiça Eleitoral. A dúvida agora passa a ser quanto ao tempo de recuperação física de Bolsonaro. Conforme a equipe médica, o tempo mínimo de internação a que ele estará submetido é de uma semana.

TRANSFERÊNCIA

 

O presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Loures, disse que o deputado foi transferido em condições "muito boas", lúcido e comunicativo. Loures acrescentou que, se houvesse atraso na cirurgia, Bolsonaro poderia ter morrido. Ele explicou também o motivo de não ter saído muito sangue na hora da perfuração.

"Na hora da perfuração é comum não sair muito sangue. A perfuração foi única. Essa faca, o buraco é pequeno, não sai o sangue. Ele fica sendo acumulado no abdome. Tinha mais ou menos, segundo os médicos, 2 litros de sangue dentro da cavidade abdominal", afirmou.

Por conta do vazamento da foto de Bolsonaro no leito hospital, Loures confirmou que policiais federais fizeram vistoria em celulares da equipe médica e quem estava no local. "Não se pode permitir que seja vazada uma foto do paciente dentro do centro cirúrgico. Não sabemos se foi um médico ou um colaborador, mas podemos afastar um médico se tiver sido um. Pode ter sido uma pessoa também que estava junto daquele tumulto de Polícia Federal e segurança", afirmou.

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O ATENTADO

Jair Bolsonaro logo após ser esfaqueado em Juiz de Fora . (Reprodução)

O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado na tarde desta quinta-feira (6) durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele era carregado por apoiadores quando foi golpeado no abdômen. O suspeito, identificado como Adelio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante por policiais militares que estavam no local no momento do atentado. Bolsonaro estava sem colete à prova de balas, de acordo com o delegado Rodrigo Rolli, da Delegacia de Homicídios de Juiz de Fora, em Minas Gerais. 

PRISÕES

A Polícia Militar identificou o suspeito de esfaquear Jair Bolsonaro. Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, confessou o crime. O homem é natural de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, e foi preso em flagrante logo após o atentado. Em depoimento, o acusado disse que o ataque contra o candidato foi "a mando de Deus", segundo diz a polícia. Autor do ataque também alegou 'questões pessoais' para agredir Bolsonaro. Além de Adélio, a polícia prendeu outras duas pessoas, que devem ser liberadas após prestarem depoimento na sede da Polícia Federal em Juiz de Fora.

Suposto autor do ataque a facada em Bolsonaro. (Reprodução)

CONFUSÃO ANTES DO ATAQUE

Tumultos, tensão e bate-boca marcaram a visita de Jair Bolsonaro ao hospital filantrópico da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Ascomcer), em Juiz de Fora, Minas Gerais, horas antes de ser atacado. Pacientes idosos em tratamento contra a doença tiveram dificuldade para entrar na unidade, devido a um cordão de isolamento feito por integrantes de um movimento conservador da cidade. Vestidos de preto, eles se diziam policiais e afirmavam fazer "segurança voluntária" do candidato.

Bolsonaro em agenda de campanha em Juiz de Fora. (Fabio Motta)

A HORA ATAQUE

O candidato Jair Bolsonaro foi atingido com uma faca por volta das 15h40 desta quinta (6), enquanto era carregado nos ombros por um apoiador em um evento de sua campanha em Juiz de Fora. Ele foi prontamente socorrido e levado para cirurgia. Médicos constataram lesões no intestino e em uma artéria que alimenta o sistema digestivo. No fim da tarde, o estado de Bolsonaro era considerado estável. Após o procedimento cirúrgico, ele foi levado para o CTI. Médicos do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, vão a Minas Gerais avaliar o parlamentar para uma possível transferência para SP.

Uma tentativa de agressão ao candidato do PSL a presidente da República, Jair Bolsonaro, durante caminhada no Parque Halfeld em frente à Câmara Municipal de Juiz de Fora, Minas Gerais, cumprindo o dia inteiro extensa agenda na cidade mineira. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO. (FABIO MOTTA)

NOTA DA POLÍCIA FEDERAL

A Polícia Federal informa que o candidato à Presidência da República, Jair Messias Bolsonaro, contava com a escolta de policiais federais quando foi atingido por uma faca durante um ato público na cidade de Juiz de Fora/MG. O agressor foi preso em flagrante e conduzido para a Delegacia da PF naquele município. Foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato.

Para a Polícia Militar, o crime foi premeditado. Os policiais estão atrás de telefones celulares, documentos ou qualquer outra pista que possa esclarecer e o autor do crime agiu sozinho ou se teve ajuda. 

VÍDEOS

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Jair Bolsonaro sendo carregado por apoiadores após ser atingido na região do abdômen. Nas imagens (assista abaixo), o candidato aparece com as mãos na barriga.

LOCALIZAÇÃO

A rua onde Jair Bolsonaro realizava ato de campanha quando recebeu a facada é considerada a principal do centro da cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O local é conhecido por abrigar lojas, cinemas e cafés. É uma espécia de calçadão exclusivo para pedestres. Tem cerca de 400 metros, entre as avenidas Barão do Rio Branco e Getúlio Vargas.

FILHOS NO TWITTER

Filhos de Jair Bolsonaro atualizaram o estado de saúde do pai poucos minutos após o atentado. Segundo Flavio e Eduardo Bolsonaro, nas primeiras publicações que realizaram em redes sociais, o presidenciável passava bem.

 

Deputado Federal em São Paulo, Eduardo Bolsonaro também utilizou as redes sociais para comentar o ocorrido. “As informações que tenho são preliminares e neste tipo de situação sempre há muita notícia desencontrada. Mas chegou a mim que Jair Bolsonaro foi esfaqueado num evento em MG, mas está fora de risco de morte. Peço que orem por ele”, publicou.

A CIRURGIA

A cirurgia realizada no candidato à presidência Jair Bolsonaro terminou por volta das 19h40. Segundo informações, uma artéria chamada mesentérica foi rompida, mas o sangramento foi contido. O presidenciável foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Juiz de Fora. Na cirurgia foi realizada uma ileostomia. O procedimento conecta o intestino delgado para uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem pelo intestino grosso e possam causar uma infecção no local onde os médicos resolveram a perfuração.

Jair Bolsonaro levou uma facada em ato de campanha em Minas Gerais. (Reprodução)

ALTA MÉDICA

O quadro de saúde do deputado não é aparentemente tão simples como pensava a própria família. A previsão de internação do presidenciável é de oito a dez dias. Um médico do Espírito Santo ouvido pela reportagem do Gazeta Online avalia que Bolsonaro pode ficar afastado até a eleição.

REPERCUSSÃO NA IMPRENSA INTERNACIONAL

Veículos de imprensa internacional repercutiram o ataque que ocorreu com o candidato à presidência. Os jornais "Clarín", "The News York Times" e "The Guardian" destacaram que a agressão gerou comoção entre os eleitores do candidato. As redes televisão "CNN" e "BBC" também destacaram o caso.

TWITTER MUNDIAL

O ataque sofrido por Jair Bolsonaro 'invadiu' o Twitter e o tema aparecia 8 vezes entre os 10 assuntos mais comentados do Brasil. Bolsonaro também teve destaque no Trending Topic's Mundial. O assunto teve 808 mil menções na rede social. 

 

O assunto bombou no Twitter e o tema aparece 8 vezes entre os 10 assuntos mais comentados do Brasil. No mundo, o nome e os vários codinomes de Bolsonaro aparecem 3 vezes nos Trending Topics. (Reprodução | Twitter)

PRESIDENCIÁVEIS 

Os candidatos à presidência da República comentaram o atentado sofrido por Jair Bolsonaro. Fernando Haddad (PT) classificou o ato como "lastimável e "absurdo". Já Ciro Gomes (PDT) disse que "toda violência deve ser repudiada". Marina Silva (Rede) escreveu que "a violência contra o candidato Jair Bolsonaro é inadmissível". Alvaro Dias (Podemos), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo) e Cabo Daciolo (Patriota) também se manifestaram nas redes sociais.

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