Publicado em 18 de novembro de 2021 às 14:29
Após dizer que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) finalmente começou a adquirir as feições de seu governo conservador, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou nesta quarta-feira (18) que a prova nunca serviu para medir o conhecimento dos estudantes. >
"Olha o padrão do Enem no Brasil. Pelo amor de Deus. Aquilo mede algum conhecimento? Ou é ativismo político e na questão comportamental?", declarou Bolsonaro durante visita ao Qatar, parte de seu giro pelo Oriente Médio.>
Apesar disso, o presidente assegurou que não viu a prova deste ano com antecedência. "Não vi, não vejo, não tenho conhecimento", declarou.>
A realização do Enem, cujo início está marcado para o próximo domingo (21), foi abalada nos últimos dias pela renúncia de diversos servidores dos cargos de chefia que mantinham no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), organizador da prova.>
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Como razão para isso, citaram falta de capacidade gerencial da direção do órgão, e fragilidade técnica e administrativa. Para o governo, o motivo real foi uma disputa por valores de gratificação, o que os servidores negam.>
A base conservadora do presidente sempre teve o Enem como um dos seus alvos prediletos, por mencionar temas como identidade de gênero, direitos humanos e minorias, seja em questões ou na redação.>
Bolsonaro, na entrevista, reforçou essa opinião. "Você gostava dos temas do passado? Pelo amor de Deus. Você tem família, tem filhos, que temas esquisitos esses que havia no passado. Acaba com isso", afirmou.>
O Brasil, segundo Bolsonaro, vive uma situação de atraso educacional. Para ilustrar esse fato, ele deu o exemplo de uma escola não especificada, que teria trocado as datas da Independência e da Proclamação da República.>
"Eu vi uma escola agora dizendo que era feriado dia 15 de novembro em virtude da Independência do Brasil. Pelo amor de Deus, será que não sabe o básico, quando é a Independência do Brasil, quando é a Proclamação da República?">
Bolsonaro deu as declarações no final de uma viagem que o levou a Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Qatar. Ele citou estes países como exemplos educacionais.>
"Tive agora num país, o Bahrein, que tem 35 km por 15 km [de território], é um retângulo. Olha o que eles são, olha o que nós não somos. A mesma coisa aqui no Qatar, você vê progresso, desenvolvimento".>
Segundo ele, o Brasil precisa se aproximar destes e outros países com bons indicadores de ensino. "O que falta para nós, brasileiros, para chegarmos a esse desenvolvimento? Falta a gente se aproximar de países como Qatar, Emirados Árabes, Israel, Coreia do Sul, e trocar informações".>
O presidente afirmou que nestes países, ao contrário do Brasil, a educação sempre foi prioridade. "Aqui tem investimento pesado em educação séria, não essas besteiras que nós vemos no Brasil.">
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