Publicado em 10 de agosto de 2020 às 17:51
A blogueira Monique Baptista Aguiar foi nomeada nesta segunda-feira (10) para o cargo de coordenadora de projetos especiais da diretoria-executiva da Funarte (Fundação Nacional de Artes), vinculada ao Ministério do Turismo. A nomeação foi feita pelo ministro da pasta, Marcelo Álvaro Antonio, e publicada no Diário Oficial da União. >
Aguiar, que é criadora de um canal no YouTube chamado Com Olhar Turístico, já havia sido nomeada em abril para outra função ligada ao ministério. Na época, havia sido escolhida para o cargo de coordenadora técnica da superintendência do Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.>
No entanto, no mês seguinte, ela deixou o posto após sofrer uma série de críticas de entidades ligadas à preservação do patrimônio e de a Controladoria Geral da União ter apontado falta de qualificação da blogueira para ocupar a função no Iphan. Em seu canal no YouTube, Aguiar se define como "futura turismóloga, criativa, apaixonada por fotos e viagens", mas seu currículo não inclui nenhum curso superior.>
Com a nomeação desta segunda-feira para a Funarte, a blogueira volta a ocupar um cargo de nível hierárquico equivalente ao seu anterior dentro da pasta.>
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Em nota, o Ministério do Turismo afirma que Aguiar "cumpre os requisitos estabelecidos por lei para assumir a função e, portanto, está apta a assumir o cargo de coordenadora de projetos especiais, da diretoria-executiva da Funarte".>
"Entre as exigências está a realização de cursos de capacitação - com carga horária mínima acumulada de 120 horas - em escolas de governo em áreas correlatas ao cargo ou à função para o qual tenha sido indicado", finaliza a nota.>
Quando Aguiar foi nomeada para o Iphan, em abril, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro declarou ser preocupante a escolha de alguém que não é arquiteto e urbanista, "como é de praxe em todos as coordenações técnicas do país - e há mais de 30 anos no Rio de Janeiro".>
Na mesma época, José Paulo Julieti, diretor de Auditoria da Área Social da CGU, disse ao site da revista Época, que "por mais louvável que sejam, curso de formação de professor e curso de teatro não se coadunam com o perfil técnico para assumir o cargo".>
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