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Bebê de 5 meses recebe vacina contra a Covid-19 por engano em SP

Bebê de 5 meses recebe vacina contra a Covid-19 por engano em SP

Caso aconteceu em Jundiaí. A criança teria sido levada pelos pais a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade para receber uma vacina do calendário convencional para a idade, mas a funcionária do posto se confundiu

Publicado em 9 de novembro de 2021 às 10:11

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Vacina Pfizer-BioNTech
Funcionária do posto se confundiu e aplicou o imunizante da Pfizer. (Carlos Alberto Silva)

Um bebê de 5 meses recebeu por engano uma dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 na última quinta-feira (4) em Jundiaí, no interior de São Paulo.

A criança teria sido levada pelos pais a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade para receber uma vacina do calendário convencional para a idade, mas a funcionária do posto se confundiu e aplicou o imunizante da Pfizer.

A prefeitura de Jundiaí, por meio da UGPS (Unidade de Gestão de Promoção da Saúde), confirma o ocorrido e explica que medidas foram tomadas logo que o erro foi identificado.

"Imediatamente, a equipe entrou em contato com a família para esclarecer o fato e iniciar o monitoramento, conforme protocolo orientado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo", afirma a prefeitura em nota.

Ainda segundo a administração municipal, a criança foi levada para um hospital particular na própria quinta-feira (4), por decisão da família, para ter seu quadro acompanhado de perto por médicos.

Segundo a UGPS, as equipes de Jundiaí estão acompanhando o caso de perto e tanto a estrutura municipal, quanto a equipe responsável, seguem à disposição da família 24 horas por dia.

Sobre a funcionária que cometeu o erro na aplicação da vacina, a gestão de Luiz Fernando Machado afirma que o fato está sendo apurado em processo administrativo e que "a profissional foi afastada das atividades técnicas até a conclusão da investigação".

Questionada sobre o estado de saúde da criança no momento, a prefeitura afirmou que "prossegue monitorando o caso, mas que informações sobre o estado da criança só podem ser fornecidas pela família".

A reportagem não conseguiu contato com os pais da criança até o momento desta publicação.

Incógnita Para Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP e presidente do departamento de infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a situação é uma incógnita pois ainda não existem estudos que permitam afirmar com certeza se a criança terá ou não reações ao imunizante, porém ele acredita que é difícil que a vacina acarrete algum problema de saúde ao bebê.

"Eu acredito que não terá problemas de saúde por causa da dose recebida. Ele até vai, provavelmente, desenvolver uma resposta imune para a Covid-19", afirma Sáfadi.

Mas o infectologista diz que a criança deve ser observada de perto agora. "Tem que acompanhá-la para analisar como ela vai se comportar. Da mesma forma como se faz nos estudos, só que neles tudo é controlado, inclusive a dose da vacina que vai ser usada é adequada para a idade."

Atualmente, apenas crianças com mais de 12 anos podem receber as doses do imunizante da Pfizer contra a Covid-19.

Na última semana, o governo de São Paulo chegou a solicitar à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) a autorização para a aplicação da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

A agência, no entanto, afirmou que esse tipo de pedido, de inclusão de novo grupo no público-alvo de imunizantes, deve ser feito pelo laboratório e não pelo governo.

Questionada se a aplicação do imunizante poderia acarretar problemas à saúde do bebê, a Pfizer Brasil afirmou em nota que "um estudo clínico da Pfizer na faixa etária menor de 5 anos já foi iniciado, porém ainda não há dados preliminares de segurança e eficácia" e que "as informações serão divulgadas em breve".

O laboratório ainda apontou que a criança "deve ser monitorada e se houver alguma dúvida e algum sintoma a recomendação é procurar um profissional ou serviço médico de referência".

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A Pfizer ainda pontuou que "realiza habitualmente o acompanhamento de relatos de potenciais eventos adversos de seus produtos, mantendo sempre informadas as autoridades sanitárias brasileiras, de acordo com a regulamentação vigente" e que criou um portal para registro de notificações de eventos adversos.

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