Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 19:18
Uma baleia jubarte, de cerca de 1 ano de idade e 8 metros de comprimento, foi encontrada morta na sexta-feira (22) em um manguezal da cidade de Soure, na Ilha de Marajó, Pará. O animal, um macho, deve ter sido levado pela forte maré que atingiu a ilha na semana passada a maior do ano, segundo a prefeitura.>
Fotos do local onde ele foi encontrado acabaram chamando a atenção nas redes sociais, pois dão a impressão que a baleia foi achada em meio à floresta. Mas especialistas que avaliaram o caso apontam que a distância até a praia foi de no máximo 15 metros.>
A ilha tem uma amplitude de maré muito grande. A diferença entre a alta e a baixa pode chegar a 2 km, segundo a oceanógrafa Maura Elisabeth Moraes de Sousa, do Instituto Bicho DÁgua, ONG de conservação marinha da região que foi chamada para avaliar o caso.>
As macro marés comuns na costa Norte do Brasil tornam compreensível que uma carcaça vá parar dentro do manguezal, explica. Ela acredita que o animal provavelmente se perdeu do grupo. É um filhotão que deve ter tentado fazer sua primeira migração e por algum motivo não conseguiu, deve ter se perdido e já chegou ali morto, afirma.>
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As pesquisas com baleias jubarte no País reconhecem populações do mamífero circulando entre a Antártida e o arquipélago de Abrolhos, no litoral da Bahia. No norte do País, elas não costumam ser avistadas. A plataforma continental aqui é muito extensa por causa da influência do Rio Amazonas. A área rasa é longa, o mar aberto fica muito longe, e por isso as baleias não são comuns por aqui, diz. Segundo a pesquisadora, houve poucos casos anteriores de encalhe de jubarte na Região Norte um no ano passado, no Amapá, e outro em 2009, em Quatipiru (PA).>
Dirlene Silva, secretária do Meio Ambiente de Soure, conta que foi avisada na noite de quinta-feira, 21, que um pescador havia encontrado uma baleia na beira da Praia de Araruna. Como o local não tem energia elétrica, a maré tinha subido muito e a praia é de difícil acesso, só foi possível chegar à região na tarde de sexta.>
Sinceramente, achei que íamos encontrá-lo na beira da praia, como me relataram, mas não tinha nada ali. O que nos chamou a atenção foram os urubus para dentro da mata. A maré deve ter sido mesmo muito forte, porque é um bichão, relata.>
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Pesquisadores da Bicho DÁgua, do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal do Pará em Castanhal fizeram coletas para analisar o motivo da morte. "O dilema agora é conseguir remover o animal do local, onde vivem alguns pescadores. Ali não dá para chegar com máquinas. Estamos pensando em usar búfalos para puxar a baleia. Ou descarná-la e recuperar ao menos o esqueleto. Mas precisamos arrastá-la dali, diz Dirlene.>
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