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É advogado e diretor da Ene Inteligência Empresarial

Web Summit Lisboa: o Espírito Santo na rota da inovação global

O setor de Tecnologia da Informação já representa cerca de 5% do PIB estadual, reunindo mais de 2.500 empresas formais e empregando mais de 20 mil profissionais qualificados

  • Márcio Brotto É advogado e diretor da Ene Inteligência Empresarial
Publicado em 12/11/2025 às 13h18

Em novembro, Lisboa retorna ao epicentro mundial da tecnologia e da inovação com o Web Summit, e chega reforçando como o Brasil e, em especial, o Espírito Santo, tem muito a oferecer e a aprender nesse ambiente pujante de negócios, networking e tendências digitais.

O evento, que reúne líderes globais, investidores e visionários, reafirma a Europa como destino estratégico para startups de tecnologia que buscam escalar internacionalmente. E Portugal, com seu ecossistema em franca expansão, reafirma-se como uma das principais portas de entrada do mercado europeu.

O Espírito Santo, historicamente reconhecido pela sua eficiência industrial e capacidade logística, vem se destacando também como um celeiro de inovação tecnológica. O setor de Tecnologia da Informação já representa cerca de 5% do PIB estadual, reunindo mais de 2.500 empresas formais e empregando mais de 20 mil profissionais qualificados, segundo o Observatório da Indústria da Findes.

Portugal
Rio Tejo em Lisboa, Portugal. Crédito: Pixabay

Em cidades como Vitória, Serra e Vila Velha, iniciativas como o Findeslab, o StartupES e o Tecnova têm fortalecido a conexão entre startups, indústrias e investidores, consolidando um ambiente propício à geração de soluções disruptivas.

Esse cenário converge com o movimento que Portugal vem liderando na Europa. O país ocupa a 7ª posição entre os mais atrativos para startups europeias, e oferece um conjunto de incentivos robustos à internacionalização, incluindo fundos europeus para research & development e programas de apoio à inovação tecnológica.

A sinergia entre o que se desenvolve no Espírito Santo e o que o mercado europeu demanda abre um mar de oportunidades em ambos os lados do Atlântico. Áreas como automação industrial, inteligência artificial, cibersegurança e transformação digital estão no centro das atenções de investidores e empresas que buscam eficiência e competitividade global.

Startups capixabas já protagonizam missões comerciais e participam de eventos estratégicos no continente europeu, sinalizando que o movimento de internacionalização deixou de ser uma ambição distante e passou a ser uma estratégia de expansão real e de médio prazo.

Mas o caminho não se faz apenas com boas ideias. A internacionalização planejamento, estruturação jurídica e visão estratégica. Entender as nuances dos sistemas regulatórios, os modelos de tributação e a proteção da propriedade intelectual são essenciais para garantir segurança jurídica e sustentabilidade dos negócios. Nesse contexto, a inteligência empresarial surge como aliada vital ao cruzar dados, mapear players e antecipar mudanças normativas, reduzindo riscos e ampliando as chances de êxito nos investimentos.

O papel jurídico deixa, portanto, de ser mero instrumento de conformidade e passa a atuar como vetor de desenvolvimento, promovendo confiança nas relações transnacionais e viabilizando a expansão das empresas de forma estruturada.

No Web Summit, as conversas sobre o futuro da tecnologia são, na verdade, conversas sobre o futuro das conexões, entre países, ecossistemas e pessoas. E é exatamente nessa interseção que o Espírito Santo pode ocupar um lugar de protagonismo: com capital humano qualificado, soluções tecnológicas robustas e uma cultura empreendedora cada vez mais orientada à internacionalização.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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