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É presidente da Vale

Usina de briquetes da Vale: ES como motor da descarbonização mundial

Com esse novo passo, estamos oferecendo aos nossos clientes produtores de aço um apoio fundamental no desafio de promover a descarbonização de suas operações, atendendo às demandas da sociedade e à urgência na luta contra as mudanças climáticas

  • Eduardo Bartolomeo É presidente da Vale
Publicado em 12/12/2023 às 11h08

O Espírito Santo é palco do início de uma revolução na siderurgia mundial. Nesta terça-feira, dia 12, vamos inaugurar, na Unidade Tubarão, em Vitória, a primeira usina de briquetes de minério de ferro do mundo, um produto que tem o potencial de revolucionar a siderurgia, reduzindo em até 10% as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no alto-forno e possibilitando, no futuro, quando o hidrogênio verde estiver disponível, a produção de aço de zero emissão.

Uma redução relevante quando se leva em conta que a siderurgia é responsável por cerca de 8% das emissões do mundo. Desenvolvido com tecnologia brasileira, o briquete é produzido a partir da aglomeração a baixas temperaturas de minério de ferro de alta qualidade utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, que confere elevada resistência mecânica ao produto final.

Um produto inovador assim só poderia mesmo ganhar forma em Tubarão, local que consolidou a Vale no mercado internacional e que também recebeu, em 1969, a primeira usina de pelotização do país, um produto premium, com tecnologia embarcada, e que possibilitou a evolução da siderurgia ao longo dos anos.

E é justamente essa primeira usina que foi adaptada para produzir os briquetes que inauguramos agora em dezembro. Em 2024, vamos iniciar a operação da segunda usina convertida para este fim, também em Tubarão. Juntas, elas terão capacidade de produzir 6 milhões de toneladas de briquetes de minério de ferro por ano.

Com esse novo passo, estamos oferecendo aos nossos clientes produtores de aço um apoio fundamental no desafio de promover a descarbonização de suas operações, atendendo às demandas da sociedade e à urgência na luta contra as mudanças climáticas.

Além disso, estamos induzindo a neoindustrialização do Brasil, que será baseada na indústria de baixo carbono, e cumprindo mais uma vez a vocação da Vale de âncora do desenvolvimento regional. No Espírito Santo empregamos cerca de 24 mil pessoas diretamente. Para a adaptação das usinas no Espírito Santo, foram investidos R$ 1,2 bilhão e gerados 2.300 empregos no pico das obras. Um montante que se une ao investimento de R$ 4,6 bilhões em controles ambientais que estamos fazendo em Tubarão para reduzir nossas emissões de material particulado.

A maior parte das nossas emissões de carbono (cerca de 98% do total) é oriunda da cadeia de valor, principalmente de nossos clientes siderúrgicos. Por isso, estamos engajados em contribuir com a descarbonização da indústria do aço. Temos a meta de reduzir em 15% as emissões de escopo 3, onde se encaixam essas emissões, até 2035. Em três anos, fechamos parcerias visando soluções de descarbonização com aproximadamente 50 clientes, que representam cerca de 35% das emissões da nossa cadeia de valor.

Também estamos na busca por soluções para reduzir nossas emissões líquidas de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) em 33% até 2030, como primeiro passo para nos tornarmos uma empresa carbono zero em 2050.

Em meio ao debate sobre as mudanças climáticas que se intensificaram na última semana, na COP 28, em Dubai, a mineração e a siderurgia assumem papel fundamental para a mudança nos modos de produção e de consumo, visando à descarbonização global.

Briquete verde produzido pela Vale
Briquete  produzido pela Vale. Crédito: Valdirene Resende/ Vale

E o Brasil, com 90% de sua matriz energética renovável, pode assumir um papel de destaque em energias limpas e economia verde. Recente diagnóstico publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca que o país tem potencial para protagonizar o desenvolvimento do mercado de hidrogênio de baixo carbono.

A Vale tem escala e capacidade de investimento para alavancar ações que sejam relevantes para a sociedade como um todo, com geração de resultados para o negócio e para o desenvolvimento socioeconômico das comunidades onde estamos presentes. O início da produção do briquete no Espírito Santo é um passo importante que conecta nossas ambições. Graças à competitividade já comprovada do país na produção de energia renovável e à crescente demanda mundial pelo uso dessas fontes, cabe agora às grandes organizações e demais agentes de transformação impulsionarem as mudanças.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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