Autor(a) Convidado(a)
É médica oncologista

Um alerta para o risco de doenças relacionadas ao trabalho

O risco de exposição a agentes cancerígenos deve estar bem claro para o trabalhador que as realiza, justamente para que ele possa exigir de seus empregadores ou contratantes condições adequadas para executar sua função de forma segura

  • Virgínia Altoé Sessa É médica oncologista
Publicado em 12/06/2025 às 15h46

Ministério da Saúde atualizou, após mais de duas décadas, a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), ampliando de 182 para 347 o número de enfermidades reconhecidas oficialmente como doenças ocupacionais, que são aquelas produzidas ou agravadas pelo exercício de uma atividade profissional.

Entre as inclusões, destacam-se a Covid-19, doenças relacionadas à saúde mental, distúrbios musculoesqueléticos e diversos tipos de câncer, como o de pulmão. Essas condições podem afetar profissionais de diversas categorias.

Diversos estudos científicos evidenciam a toxicidade existente em alguns ambientes laborais que colocam a saúde de trabalhadores em risco.

Um estudo publicado pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), na revista The Lancet Oncology, revelou que a inalação do vapor de gasolina automotiva pode causar câncer de bexiga e leucemia mieloide aguda em pessoas adultas.

A pesquisa aponta diretamente para o risco que atinge os profissionais que estão mais vulneráveis à exposição dessas substâncias, como frentistas e outros que lidam diretamente com o combustível.

Na lista de profissionais que estão expostos a perigos no ambiente de trabalho também podemos destacar agricultores, operários da indústria química e da construção civil, funcionários de laboratórios e de empresas de mineração, entre outros.

Diante de tais ameaças, é fundamental a implementação de políticas de segurança que visem ao cuidado e à prevenção de patologias laborais.

Doenças causadas pelo excesso de trabalho: dor nas costas
Doenças causadas pelo excesso de trabalho: dor nas costas. Crédito: Shutterstock

O risco de exposição a agentes cancerígenos deve estar bem claro para o trabalhador que as realiza, justamente para que ele possa exigir de seus empregadores ou contratantes condições adequadas para executar sua função de forma segura. E da mesma forma deve ocorrer com o risco de outras enfermidades relacionadas ao trabalho.

Em meio a descobertas da tecnologia, da ciência e de tantas frentes que contribuem para avanços significativos, a segurança laboral deve despontar na linha de frente para garantir a proteção da saúde. Afinal, nenhuma evolução ou produções em grande escala se justificam por meios que coloquem em risco um bem tão valioso e insubstituível como a vida.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Ministério da Saúde Saúde doenca medicina Saúde mental Segurança do Trabalho

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.