Assim como as olimpíadas esportivas incentivam a prática de atividades físicas, as olimpíadas do conhecimento, em suas tantas áreas, desafiam estudantes de todo mundo a irem além em seus estudos, fomentando assim, entre eles e institucionalmente nas escolas, a cultura da excelência acadêmica.
Isso dá a essas iniciativas, de caráter interno ou de dimensões estaduais, nacionais e mundiais, objetivos que sobrepujam o reconhecimento de talentos isolados e rechaçam a hipótese de que a sua realização desestimula estudantes com performances tímidas.
As olimpíadas incentivam, além dos alunos que já têm afinidade com determinadas disciplinas, aqueles que estão começando a descobrir o interesse. Elas também proporcionam vivências desafiadoras que desenvolvem habilidades como resiliência, autoconfiança, capacidade de lidar com fracassos e, em algumas delas, trabalho em equipe, oratória, domínio de outros idiomas e tomada de decisões.
Por reconhecer esses benefícios, muitas escolas incentivam a participação dos seus alunos e investem em ações de preparação. Nesse ponto, é verdade que obstáculos surgem, impulsionando as instituições a soluções inovadoras.
A formação de turmas olímpicas para aprofundamento de conteúdos é uma delas, apesar do dilema de inseri-las em agendas já repletas. O cuidado nesse planejamento deve priorizar não sobrecarregar os alunos, respeitando o equilíbrio entre estudo e descanso.
Outro dilema é o fato, não necessariamente negativo, de as olimpíadas terem distintos focos de cobrança: ou uma sólida base teórica, ou um pensamento lógico e criativo para resolução de problemas não convencionais, ou o desenvolvimento de projetos colaborativos e de investigação científica.
Isso traz uma pluralidade bem-vinda, mas também limita a criação de abordagens preparatórias únicas, o que pode ser solucionado com a criação de módulos focados em diferentes competências. Essa flexibilidade permite que os alunos identifiquem suas olimpíadas de preferência e aprimorem habilidades mais exigidas.
Outras soluções são o uso de tecnologias educacionais como: aulas gravadas disponibilizadas no Youtube, que estimulam o estudo autônomo; criação de grupos de WhatsApp onde desafios são compartilhados, estimulando a prática contínua e a interação; e utilização de plataformas colaborativas como o Padlet, para compartilhamento de soluções de desafios. Tudo isso fomenta o aprendizado coletivo de habilidades críticas.
Além disso, nesse processo, o envolvimento de professores especialistas de diferentes áreas contribui para enriquecer a preparação, assim como o treinamento de habilidades socioemocionais, especialmente com o reforço positivo de valorizar os pequenos avanços e práticas que os apoiem a, mesmo tão novos, lidar com a pressão das provas.
Vale ressaltar que as olimpíadas pressupõem mesmo a superação, o fazer mais do que é exigido e voluntariamente. Essa abordagem integrada é um possível caminho de apoio nessa busca dos alunos de não apenas conquistarem premiações, como também ganharem competências avançadas para a vida.
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