A história recente do Espírito Santo mostra que desenvolvimento sustentável não se faz com sorte; é resultado de uma agenda de Estado ancorada em uma visão de longo prazo e na capacidade de articular diferentes setores em torno de um objetivo comum: um futuro para todos.
Nas últimas décadas, mesmo diante de crises, o Espírito Santo avançou em organização fiscal, investimentos recordes e fortalecimento de políticas sociais. Esses movimentos só ganharam tração quando a sociedade capixaba reconheceu que planejamento requer direcionamento, propósito e, principalmente, pensar o futuro com responsabilidade.
Esse histórico é o que ajuda a entender por que o Plano ES 500 Anos é mais do que um documento. Ele se materializa como um mapa estratégico que orientará o Espírito Santo até 2035, dando continuidade à trajetória iniciada nos planos ES 2025 e ES 2030.
Instituído pela lei estadual 12.375/2025, um marco inédito, o plano estabelece uma governança compartilhada estruturada, capaz de orientar políticas públicas e conectar temas como transição energética, inclusão produtiva, infraestrutura adaptativa, educação de qualidade e bem-estar social.
Para colocar isso em prática, o documento prevê mais de 30 metas com prazos definidos e foco em resultados mensuráveis, organizadas em cinco missões: Economia Inovadora, Diversificada e Sustentável, Polo de Competências, Cuidado Integral, Sustentabilidade e Resiliência Climática e ES Ágil e Inteligente.
Sua construção envolveu ampla mobilização social. Foram realizadas 10 oficinas regionais e 34 temáticas, um evento sobre tecnologias emergentes e mais de 120 entrevistas com especialistas. Ao todo, 1.700 pessoas de 230 instituições participaram do processo de elaboração do documento. Um plano escrito coletivamente, a muitas mãos.
A mesma lógica de cooperação se reflete na governança compartilhada, que articula setores público e produtivo, sociedade civil e academia para atuar como observatório de desenvolvimento, acompanhamento e avaliação do progresso, mantendo diálogo republicano e atuação coordenada e harmônica.
Com esse objetivo, foram criadas diferentes instâncias para a execução do planejamento. A Coordenação conduz a concepção, a orquestração e o monitoramento das Missões. Ao seu lado, atuam o Conselho de Líderes, a Secretaria-Geral e a Assembleia Geral, além dos núcleos de Inteligência e Observatório das Missões e de Comunicação e Engajamento.
O modelo inclui ainda arenas de participação social, compostas por conselhos regionais e por debates nas redes sociais, além da Comunidade ES 500 Anos, espaço digital que permite à população propor ideias e contribuir para o mapa estratégico.
Juntos, esses grupos distribuem responsabilidades e fortalecem a perenidade do processo, instaurando uma inteligência coletiva e consolidando o plano como política de Estado contínua.
O ES 500 Anos herda um legado, mas se compromete a ir além. Com as metas já apresentadas à sociedade, inicia-se a fase de transformá-las em resultados, o que requer monitoramento constante, ajustes quando necessários e participação ativa de todos.
O plano estabelece um pacto que ultrapassa ciclos administrativos e convoca instituições e cidadãos a acompanhar e participar da execução da agenda. É um esforço que só avança quando a sociedade mantém o compromisso vivo e rejeita qualquer retorno ao improviso.
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