Em tempos de Inteligência Artificial, precisamos refletir sobre a velocidade com que a inovação tem impactado o setor financeiro e, principalmente, sobre como podemos manter o equilíbrio entre a transformação digital e a experiência humana, que é, em essência, o que sustenta a confiança dos clientes ou associados nas instituições financeiras.
Em um cenário de mudança constante, a busca por inovação deixou de ser um diferencial e passou a ser uma condição de permanência. Não se trata apenas de acompanhar tendências, mas de entender profundamente como cada avanço tecnológico pode contribuir para oferecer soluções mais seguras, acessíveis e personalizadas.
O mercado financeiro vive hoje a transição de um modelo centrado em produtos para um modelo baseado em plataformas e experiências. E, nesse processo, temas como inteligência artificial generativa, open finance, biometria, tokenização de ativos e segurança digital passam a compor a base sobre a qual se estruturam as novas jornadas dos clientes.
Os dados apresentados na Febraban Tech, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro do Brasil, realizado no mês passado, mostram com clareza a transformação digital em curso. Atualmente, 97,4% das transações financeiras no Sicoob são digitais, a maioria concentrada em dispositivos móveis, como celulares, cujo uso cresce de forma consistente ano após ano.
Desse total, cerca de 10% das transações já são realizadas de forma automatizada, por meio de integrações via Open Finance com APIs, ou seja, conjunto de ferramentas que permitem que diferentes softwares se comuniquem e interajam entre si, sem necessidade de intervenção humana. Esse cenário demonstra o apetite dos brasileiros por soluções digitais visando a melhoria contínua com foco em acessibilidade, fluidez e segurança.
Nesse ambiente, o desafio não é apenas tecnológico, mas estratégico. Estamos diante de um novo ciclo, no qual a capacidade de integrar sistemas, proteger dados e escalar soluções de forma ágil se torna tão importante quanto a sensibilidade para interpretar os comportamentos dos usuários e antecipar suas necessidades.
É um tempo em que a tecnologia redefine o que entendemos por confiança, proximidade e eficiência. O desafio está em implementar ferramentas e construir caminhos que façam sentido para as pessoas. Caminhos em que a inovação não seja um fim, mas um meio para gerar valor real, afinal, o digital é fundamental, mas o olho no olho ainda tem o seu lugar. Nesse processo, olhar para o futuro é necessário, mas entender o presente, com suas demandas humanas e suas complexidades, é indispensável.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.