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É economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES)

O desemprego e seus efeitos devastadores, da economia à saúde

Entre as medidas que deveriam ser adotadas para estimular contratações estão linhas de créditos para os setores afetados pela pandemia, programas de capacitação para a população e a reforma tributária

  • Ricardo Paixão É economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES)
Publicado em 12/05/2021 às 14h00
Carteira de Trabalho e previdência social
Desemprego atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Crédito: Fernando Madeira

Com a taxa de desemprego alcançando 14,4%, no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo quase 14,5 milhões de pessoas, de acordo com dados do IBGE, vários trabalhadores estão encontrando muita dificuldade para conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.

Com o desemprego elevado, a renda média das famílias se reduz, afetando negativamente o consumo, além de alterar as expectativas dos empresários que, diante de um cenário incertezas, vão produzir menos e prestarão menos serviços, demandando um número menor de trabalhadores, podendo até demitir parte dos colaboradores com carteira assinada.

O impacto negativo da pandemia na economia, em particular nos setores de eventos e turismo, aliado à baixa escolaridade de parte dos trabalhadores e a piora das condições no ambiente de negócios do país, são algumas das causas do aumento do índice de desemprego no Brasil.

É importante destacar que, com a queda de 4,1% no PIB em 2020, a economia brasileira não foi capaz de gerar postos de trabalho com carteira assinada para absorver boa parte dos desempregados. Muitas das vezes, a saída encontrada por essas pessoas que perderam o emprego é arrumar uma renda no trabalho informal, atuando, por exemplo, como vendedores ambulantes.

O problema tende a ser mais grave nos Estados mais pobres, que possuem menos setores produtivos e também um contingente populacional menos escolarizado. Nesses casos, a insuficiente lucratividade gerada na região e o custo elevado do trabalho regido pela CLT são obstáculos naturais para a formalização da mão de obra.

Não podemos deixar de mencionar que o desemprego pode afetar a saúde física e mental do trabalhador, fazendo com que se acentue a procura pelos serviços de saúde. Seus efeitos estão relacionados também ao aumento da violência e da criminalidade. Portanto, torna-se imperativo a ação governamental, visando a atenuar os efeitos negativos do desemprego.

Entre as medidas de combate ao desemprego que poderiam ser executas, podemos destacar o incentivo ao investimento produtivo privado, criação de linhas de créditos especiais para os setores mais afetados pela pandemia e de programas de capacitação para a população, a reforma tributária e a melhoria do ambiente de negócios. Dessa forma, unem-se esforços para minimizar os problemáticos impactos do desemprego, hoje uma realidade devastadora.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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