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É presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES) e mestre em Arquitetura e Cidade

Nossos prédios estão seguros contra incêndios?

Incêndio de grandes proporções em um prédio em São Paulo demonstrou o grande perigo das construções antigas em nossas cidades

  • Heliomar Venancio É presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES) e mestre em Arquitetura e Cidade
Publicado em 18/07/2022 às 12h47

recente incêndio de grandes proporções em um prédio em São Paulo na região de numeroso comércio, e com circulação de milhares de pessoas na região de 25 de março, demonstra o grande perigo das construções antigas em nossas cidades. O fogo iniciou na área térrea de uma edificação e se alastrou facilmente para outros imóveis, que felizmente foram evacuados a tempo.

O sinistro assustou a sociedade paulistana e o país com a dimensão do fogo e o tempo que os imóveis arderam em chamas, apesar de todo esforço do Corpo de Bombeiros, levando dias para ser controlado. O resultado é a possível demolição do prédio de 10 andares, milhões em prejuízos financeiros com todo evento, risco aos bombeiros que combateram o fogo e a conclusão óbvia de que a edificação estava irregular junto ao Corpo de Bombeiros, não possuindo o AVCB (Auto de Avaliação do Corpo de Bombeiros).

E aqui no Espírito Santo, nossos prédios estão seguros?

Apesar dos contínuos esforços do CBMES, a demanda é gigantesca para fiscalizar, pois são centenas de construções antigas nas cidades capixabas, onde Vitória concentra uma grande quantidade de prédios no Centro, sendo o risco maior para prédios antigos e edificações históricas.

Essas construções antigas foram construídas sob normas técnicas antigas, que hoje são altamente ultrapassadas, como instalações elétricas frágeis com materiais que podem gerar sobrecargas em tomadas, escadas com medidas e técnicas fora dos atuais padrões de segurança, sendo frágeis rotas de fuga em caso de incêndio e pânico, além da ausência de equipamentos básicos de prevenção e combate a incêndios.

Uma linha de defesa importante seriam campanhas de educação e conscientização de proprietários e moradores contra os riscos de incêndio e prevenção de sinistros, e claro programas de fiscalização através de exigência de laudos de vistoria e periódicas para edificações com este grau de risco, feito por profissionais habilitados pelo CAU e CREA. Uma ideia para acrescentar a esse debate seria a criação de um Selo de Segurança para as edificações, dando uma nota ou classificação quanto ao grau de segurança da construção.

É importante jogar luz sobre esse importante assunto, com necessidade de fazer um alerta à nossa sociedade para evitar tragédias. A prevenção e a conscientização podem traçar um caminho que minimize os riscos de incêndios em nossas cidades.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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