Publicado em 13 de julho de 2022 às 21:58
O Corpo de Bombeiros afirmou ter extinto por volta do meio-dia desta quarta-feira (13) o incêndio que atingiu um prédio de dez andares na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo (SP). O fogo começou na noite do último domingo (10).>
Ao todo, foram 63 horas de trabalho de mais de uma centena de bombeiros no combate às chamas.>
O prédio ainda corre risco de desabar, situação que impede a continuidade do trabalho dos bombeiros no interior do edifício.>
Dentro do prédio existem áreas em que a temperatura se aproxima dos 200° C, segundo o capitão Maycon Cristo, porta-voz dos Bombeiros. Parte do edifício está inacessível.>
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De acordo com o oficial, apesar de no início da noite desta quarta ainda aparecerem alguns focos de fogo no entulho dentro do prédio, que não podem ser apagados diretamente pela interdição do prédio, o incêndio foi declarado extinto no começo da tarde. O trabalho está sendo feito pelos bombeiros que estão do lado de fora.>
O capitão explica que o uso de jatos de água vindos de fora do prédio é ineficaz porque a água evaporaria antes de chegar ao fundo do prédio. Por isso, parte do trabalho de rescaldo é resfriar esses pontos para evitar que as chamas reacendam.>
"O risco de desabamento está presente o tempo todo", afirmou o porta-voz.>
A decisão de deixar o trabalho interno aconteceu na terça (12) após bombeiros ouvirem estalos e observarem o colapso de lajes do prédio. A laje de alguns pavimentos chegou a apresentar uma curvatura. Do lado de fora, é possível ver rachaduras nas paredes do edifício, mas não se sabe se foram causadas pelo incêndio, segundo os oficiais.>
Também não há informações sobre danos às colunas de sustentação do prédio. Mas o conjunto de sinais de perigo contribuiu para a avaliação de risco.>
"Com o risco de colapso, optamos pelo combate externo. Todo incêndio é dinâmico. Nesse caso, temos um prédio de dez andares com cerca de 40 anos e cercado por outros prédios. Com a avaliação sendo refeita e constatando que alguns pontos sejam possíveis de acessar com segurança, alteramos nossa atuação e entramos", disse o capitão.>
O prédio que pegou fogo tinha 78 salas e abrigava lojas, estoques e escritórios comerciais. Havia material inflamável no local, como capinhas de celulares e tecidos. Também havia um refeitório.>
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que a prefeitura pretende demolir o prédio. A Procuradoria-Geral do Município anunciou que pedirá à Justiça autorização para fazer a derrubada controlada do imóvel.>
"Se, depois de concluído o trabalho de rescaldo, houver necessidade de demolição, o dono da edificação terá que acionar o engenheiro contratado por ele para a realização do trabalho", afirmou a prefeitura, em nota.>
Conforme informações da Polícia Civil, o fogo teria começado por volta das 21h de domingo após uma explosão na altura do terceiro andar do prédio comercial, localizado na rua Comendador Abdo Schahin.>
Houve desabamento da estrutura da loja Matsumoto, que fica na rua Barão de Duprat, e do teto da Paróquia Ortodoxa Antioquina da Anunciação a Nossa Senhora, na rua Cavalheiro Basílio Jafet.>
O risco de que outros três edifícios atingidos pelo incêndio desabem não foi descartado. É o caso da loja e da paróquia.>
Ao todo, segundo a prefeitura, nove edifícios foram interditados parcial ou totalmente. Como não são residenciais, não há pessoas desabrigadas.>
De acordo com Roberto Monteiro, delegado da 1ª Delegacia Seccional do Centro, quando bombeiros tentavam chegar ao interior do prédio com oxigênio, na segunda-feira (11), teria ocorrido uma nova explosão, ferindo dois integrantes da corporação. Um deles teve 36% do corpo queimado. Ambos foram socorridos e levados ao pronto-socorro Tatuapé.>
Ainda segundo os bombeiros, o prédio não tinha AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). A prefeitura afirmou que a edificação é de 1948. No térreo funcionavam lojas e, nos demais andares, escritórios.>
Por causa dos incêndios, lojas da região de comércio popular de São Paulo ficaram com portas fechadas desde segunda-feira (11).>
À coluna Painel S.A. do jornal Folha de S.Paulo, Cláudia Urias, diretora-executiva da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências), afirmou que a associação vai fazer treinamentos com o comércio local e quer checar a documentação dos estabelecimentos. O cenário, diz ela, é de desespero, e os lojistas se preocupam em ficar mais um dia de portas fechadas.>
"Nem estou falando em faturamento. Imagine 150 mil a 300 mil pessoas por dia. Eu falo para eles que vai ser preciso entender que é por preservação e segurança, porque, se acontecer algum problema maior, a gente vai ter um impacto muito maior do que este que a gente já tem", afirma Urias.>
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