O Noroeste do Espírito Santo tem o empreendedorismo como a marca da construção de seu espaço geográfico – considerando o humano, o social, o econômico e a transformação de sua paisagem física.
As primeiras pessoas que chegaram, no início do século XX, encontraram uma terra inóspita, mas ao mesmo tempo promissora, como hoje se comprova. Isso é empreendedorismo pessoal, do qual todos nós hoje nos beneficiamos e somos herdeiros, com seus erros, mas, sobretudo, com seus acertos.
Das matas fizeram pontes para o futuro. Obviamente que, se houvesse naqueles tempos as preocupações de hoje, danos ambientais teriam sido evitados – mas é o retrato de uma época e, como sociedade, precisamos nos perdoar pelos nossos erros do passado, para que possamos viver em paz no presente e projetar um futuro próspero.
Podemos dividir o desenvolvimento econômico e social da região Noroeste em três fases:
- A FASE DO EXTRATIVISMO – quando as pessoas chegavam, derrubavam as florestas, montavam serrarias, construíam suas casas, suas fazendas, e plantavam as sementes do futuro.
- A FASE DA AGRICULTURA – quando a cafeicultura e a pecuária se destacaram, colocando a região em evidência – na verdade, são bases econômicas que prevalecem até os nossos dias, mas que precisam de inovação.
- A FASE INDUSTRIAL – que se instalou a partir de uma segunda “revolução extrativista”, baseada no negócio das rochas ornamentais, à qual foi agregada a indústria, depois de algum tempo em que somente saíam blocos brutos para serem beneficiados no Sul do Estado.
Essa nova fase teve seu nascimento nos anos 80 e se expandiu a partir da gestão anterior do prefeito Enivaldo dos Anjos, entre 1989 e 1992, quando implantou a Vila Industrial como um marco dos novos tempos.
Neste momento, com sua fundação sobre as bases sólidas dos negócios lastreados no uso da terra e do que ela pode nos dar – seja por meio da exploração comercial ou da agricultura familiar, que também é forte entre nós – e da exploração das riquezas que vêm do solo (as nossas rochas ornamentais), temos o prenúncio de uma quarta fase, a saber:
– A FASE DA LOGÍSTICA - que podemos pensar em termos de logística, serviços e tecnologia, com melhorias de nossa infraestrutura urbana, de transporte, de circulação de mercadorias e telecomunicações, de disponibilidade energética, criando um ambiente favorável aos negócios privados.
Esses são fatos que podemos considerar num recorte do Noroeste como os municípios polarizados entre Barra de São Francisco e Nova Venécia, mas precisamos ter em conta o polo de Colatina, com uma conformação mais ampliada e repercussão sobre o restante da região.
O que se constata é um grande salto de desenvolvimento, principalmente a partir da inclusão dos municípios acima do Rio Doce nos benefícios e incentivos da Sudene, ocorrida na segunda metade dos anos 90.
Vamos voltar o nosso recorte para a microrregião de Barra de São Francisco. O município tem dado sua contribuição, cuidando das pessoas, criando novas áreas de expansão, oferecendo incentivos naquilo que está ao seu alcance para que novos empreendimentos se estabeleçam e para melhorar o ambiente de negócios. O resultado já se vê, com geração recorde de empregos neste primeiro semestre.
O Estado tem comparecido com intervenções importantes, como a obra em execução de recapeamento do trecho da ES 080, entre Três Vendas e Água Doce do Norte e, agora, uma obra reivindicada há 40 anos e que nosso mandato assumiu como questão de honra: a pavimentação da ES 320, entre Barra de São Francisco e Santa Luzia, e de Santa Luzia a Mantenópolis.
Apesar da importância das intervenções públicas, no que lhe compete, o ator fundamental no desenvolvimento é o investidor privado. A Frente Parlamentar do Desenvolvimento Econômico e Social do Noroeste quer ouvir os representantes dos poderes públicos estadual e municipais, as instituições de fomento, e também os representantes do setor privado, para compreendermos esse momento que estamos vivendo em nossa região, e definir o foco de seu trabalho.
Por isso, estamos constituindo um conselho consultivo, composto por representantes de todos os setores, para subsidiar nosso trabalho e proporcionar que o resultado da existência da Frente Parlamentar seja o mais efetivo possível para ajudar a região Noroeste a construir o seu futuro. Sobre as bases sólidas de seu passado e a visão projetada pelo seu presente.
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