Doença caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura em algumas partes do corpo, o lipedema tem sido destaque na imprensa e nas redes sociais, especialmente nos últimos dois anos. Uma condição que até então poucos conheciam ganhou visibilidade gradual nos meios de comunicação.
Estima-se que a doença afete cerca de 10% das mulheres, mas até bem pouco tempo quase não se ouvia falar do problema. Ao contrário do que muitos podem pensar, contudo, o lipedema não é um assunto que surgiu da noite para o dia. Tampouco é uma “doença da moda”.
Na verdade, sempre foi um problema, mas alguns fatores contribuíram para que essa patologia passasse despercebida por longos anos. Um deles é o fato de o lipedema ser confundido com obesidade, o que ainda acontece nos dias de hoje.
Por se tratar de uma condição que provoca o acúmulo de gordura nas partes afetadas (como braços, pernas, coxas e quadris), muitas pacientes acabam sendo diagnosticadas como obesas. No entanto, são duas doenças diferentes, apesar de algumas características comuns. A gordura do lipedema não é eliminada apenas com exercícios e dieta, como geralmente ocorre na obesidade. Por isso, muitas pacientes passam pela frustração de não obter os resultados desejados.
O tratamento dessa patologia demanda uma atuação multidisciplinar de diversos especialistas, como médicos endocrinologistas, angiologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos e cirurgiões plásticos, se houver indicação cirúrgica.
Após ter sido negligenciado por muitos anos por médicos e pacientes, o lipedema ganhou um importante reconhecimento: em 2022, passou a fazer parte da Classificação Internacional de Doenças (CID), ou seja, foi finalmente reconhecido como patologia.
A partir daí, ganhou mais notoriedade através de informações disseminadas por especialistas no tratamento dessa condição e também de pessoas famosas que compartilharam o diagnóstico de lipedema em seus canais de comunicação.
Ainda há muito a avançar em diversas frentes, principalmente em relação à conscientização da população feminina, para que as mulheres reconheçam os sinais do lipedema e busquem ajuda, e para que mais profissionais de saúde se especializem no tratamento da doença e possam oferecer um atendimento mais específico e eficaz.

O lipedema é uma enfermidade dolorosa, progressiva e sem cura. Agravantes podem complicar a saúde das pacientes ao longo do tempo, caso o problema não seja tratado corretamente. Portanto, essa condição está longe de ser apenas um assunto do momento só porque ganhou destaque através de alguma celebridade e passou a ser pauta nos jornais mais conhecidos.
A doença afeta a saúde física e emocional de muitas mulheres, que precisam e merecem ser informadas e assistidas da forma mais eficiente possível, para que assim voltem a ter esperança de uma vida sem sofrimento.
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