Considerada uma doença de difícil diagnóstico e bastante confundida com a obesidade, o lipedema tem como principal característica o acúmulo desproporcional de gordura em algumas partes do corpo, como pernas e braços.
Junho é mês de conscientização do lipedema, período em que entidades médicas e especialistas no tratamento da doença disseminam informações importantes sobre essa condição, que afeta principalmente o público feminino.
Apesar de não ter cura, o lipedema pode ser controlado com tratamento especializado, que consiste em uma atuação integrada de diversos especialistas, como fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, endocrinologista, angiologista e, em caso de indicação cirúrgica, um cirurgião plástico.
A endocrinologista Lusanere Cruz, do Instituto Lipelife, destacou que, diante da dificuldade em se chegar a um diagnóstico, é importante estar atenta aos sinais do corpo e procurar ajuda especializada. Além do acúmulo de gordura, o lipedema apresenta outros sintomas, como edemas (inchaços) e hematomas pelo corpo, dores nos membros afetados, exaustão, e ainda pode causar impactos emocionais, como ansiedade e até depressão.
“Ao observar esses sintomas, é fundamental buscar um médico especialista no tratamento do lipedema, e caso haja uma confirmação do diagnóstico, o tratamento precisa iniciado o quanto antes. Isso vai ajudar a controlar os sintomas e prevenir o avanço da doença para estágios mais graves, quando o acúmulo de gordura vai ficando ainda maior”, explicou Lusanere.
A cirurgiã plástica Patricia Lyra informou que a gordura do lipedema é dolorosa, inflamatória e desproporcional, diferente da obesidade, quando o sobrepeso se manifesta em todo o corpo.
“Mulheres com a doença relatam que se sentem em dois corpos. Quando o lipedema é nas pernas, por exemplo, a paciente tem um corpo com peso normal da cintura para cima, e com excesso de gordura nas partes inferiores. Geralmente, essa gordura não é eliminada apenas com dieta e exercícios físicos, e quando a mulher observa que não está conseguindo eliminar o excesso de gordura, é fundamental investigar se ela tem lipedema”, destacou a médica.
Além do tratamento conservador, a cirurgia é uma opção para controlar o lipedema, mas depende de cada caso. “A intervenção cirúrgica ajuda a interromper a progressão da doença e melhora a qualidade de vida da paciente, aliviando os sintomas e melhorando a aparência dos membros afetados”, esclareceu a cirurgiã plástica Patricia Lyra.
A fisioterapeuta Larissa Musso explica que, mesmo quando a paciente for submetida a um procedimento cirúrgico, é preciso manter o tratamento conservador, que deve ser contínuo. “Adotar um estilo de vida saudável com exercícios físicos indicados para quem tem lipedema, dieta anti-inflamatória, fisioterapia, uso de meias de compressão e seguir as orientações médicas farão toda a diferença nos resultados”.
Patricia Lyra diz que é fundamental que as pacientes se comprometam com um estilo de vida saudável. “Ter uma alimentação anti-inflamatória e se comprometer com a atividade física são medidas fundamentais para combater os sintomas da doença e evitar que essa condição evolua para estágios mais graves. E mesmo quando há indicação de cirurgia, a paciente precisa manter continuamente as outras terapias do tratamento conservador”.
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