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É sócio do escritório Motta Leal & Advogados Associados, advogado especialista em privacidade e proteção de dados

Lei criada por ChatGPT em Porto Alegre é revolução da IA no Direito

É essencial considerar as implicações éticas e práticas dessa integração. O uso da IA na elaboração de leis requer cautela, transparência e um entendimento claro dos limites e potenciais da tecnologia

  • Carlos Augusto Pena da Motta Leal É sócio do escritório Motta Leal & Advogados Associados, advogado especialista em privacidade e proteção de dados
Publicado em 01/12/2023 às 16h21

A recente aprovação pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre de uma lei escrita pela inteligência artificial ChatGPT é mais um demonstrativo da transformação da interação entre tecnologia e Direito. A lei, que isenta os cidadãos da cobrança pela substituição de medidores de água furtados, é um exemplo da utilidade prática que a inteligência artificial generativa terá cada vez mais no dia a dia.

Esse evento é um reflexo da crescente integração da tecnologia nas diversas esferas da vida humana. O ChatGPT, uma inovação da OpenAI, representa um avanço significativo na automação de tarefas burocráticas e repetitivas. Ao gerar a estrutura inicial de um documento legal, essa ferramenta proporciona uma base sólida que o ser humano pode aprimorar, incorporando suas habilidades analíticas e conhecimento especializado. Esse processo não apenas economiza tempo, mas aumenta a eficiência, permitindo que os profissionais se dediquem a aspectos mais complexos e criativos da prática jurídica e legislativa.

É importante ressaltar que a inteligência artificial, embora cada vez mais avançada, não substitui a capacidade humana de discernimento e análise crítica. A IA (Inteligência Artificial) opera de forma mais eficiente quando recebe instruções precisas e detalhadas, evidenciando a necessidade de uma pessoa capacitada dando os comandos adequados. Enquanto a IA pode lidar com o aspecto rotineiro, são os especialistas que trazem nuances, perspectivas éticas e considerações de justiça indispensáveis na criação de leis.

A lei aprovada em Porto Alegre ressalta a relevância de abordar questões práticas e cotidianas por meio da legislação. O problema dos medidores de água furtados, embora específico, é uma questão real que afeta muitos cidadãos. A solução apresentada com o uso da IA, e aprovada pelos legisladores, demonstra como a tecnologia pode ser usada para identificar e resolver problemas concretos da sociedade de maneira muito mais prática, oferecendo respostas diretas e benéficas para a população.

Além disso, esse caso pioneiro abre novas possibilidades para a elaboração de políticas públicas. Com a tecnologia provando sua eficácia, abre-se um novo campo para a inovação no setor público. A colaboração entre inteligência artificial e profissionais do Direito possibilita maior agilidade para o Legislativo e para o Judiciário, com o potencial de atender as necessidades emergentes da sociedade.

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Inteligência artificial . Crédito: rawpixel.com / Benjamas

Contudo, é essencial considerar as implicações éticas e práticas dessa integração. O uso da IA na elaboração de leis requer cautela, transparência e um entendimento claro dos limites e potenciais da tecnologia. A supervisão humana é crucial para garantir que as propostas geradas pela IA estejam em conformidade com os princípios jurídicos, éticos e sociais.

Portanto, a iniciativa em Porto Alegre não apenas destaca o potencial da inteligência artificial na otimização de atividades, mas também destaca a importância da colaboração entre a expertise humana e a eficiência da tecnologia. Enquanto a IA oferece uma plataforma inicial, são as competências humanas que conferem a profundidade e a sensibilidade necessárias para a criação de leis que verdadeiramente atendam às necessidades da população. Esse caso dá indícios de um futuro no qual a aplicação da IA nas tarefas humanas contribuirá significativamente para um Direito mais justo e eficiente.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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