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É biólogo, analista ambiental e mestrando em Biologia Animal (Ufes)

Incêndios florestais podem provocar redução do regime de chuvas

Além da questão ambiental, o fogo causa graves problemas sociais e de saúde pública, com o comprometimento da qualidade do ar de regiões próximas

  • Daniel Gosser Motta É biólogo, analista ambiental e mestrando em Biologia Animal (Ufes)
Publicado em 26/08/2021 às 02h00
Bombeiros reforçam combate aos incêndios no Pantanal
Bombeiros reforçam combate aos incêndios no Pantanal. Crédito: Divulgação/ Governo do Mato Grosso do Sul

Com o passar dos anos, são registrados recordes de temperaturas em diversos países pelo mundo, e o principal responsável por esses acontecimentos é o aquecimento global. Tal processo sempre aconteceu na história da Terra, mas vem sendo acelerado principalmente pela grande emissão de gases poluentes na atmosfera, como o metano, dióxido de enxofre e gás carbônico.

As temperaturas altas prolongam os períodos de estiagem e baixa umidade ambiental em determinadas partes do globo, fazendo com que os incêndios florestais sejam mais intensos e frequentes nessas regiões. Os incêndios florestais podem acontecer de várias formas:

  • Causas naturais: descargas elétricas e grande incidência de raios solares sobre a vegetação seca;
  • Causas acidentais: fogueiras perto de matas e queimadas que saíram do controle;
  • Causas criminosas: piromaníacos e incendiários encomendados por donos de terras.

No Brasil, segundo o ICMBio, a grande maioria dos incêndios florestais que ocorrem na Amazônia e no Pantanal são causados por ação humana, por queimadas ou incêndios criminosos. As queimadas são práticas da agropecuária para as limpezas de terrenos e formação de pastos. Elas devem ser autorizadas pelo Ibama e controladas para que o fogo permaneça apenas na área determinada, porém nas maiorias das vezes isso não ocorre, e elas saem de controle e acabam devastando milhares de hectares de vegetação.

Falando em vegetação devastada, lembramos infelizmente da Amazônia, que ao longo dos últimos 30 anos perdeu mais de 87,2 milhões de hectares de área por conta das queimadas e desmatamentos que acontecem nesse bioma, ao passo que a agropecuária vai crescendo a região. Assim como no Pantanal, que em 2020 teve 30% de todo seu bioma consumido pelo fogo, acarretando no maior desastre ambiental da sua história.

As consequências dos incêndios florestais são imensuráveis e vão desde a grande perda da fauna e flora regional até eventos de proporções mundiais, já que as queimas das vegetações liberam grandes quantidades de gás carbônico, aumentando a crise climática e os efeitos do aquecimento global.

Além da questão ambiental, o fogo causa graves problemas sociais e de saúde pública, com o comprometimento da qualidade do ar de várias regiões próximas ou de cidades mais afastadas. Com isso, muitos estudos médicos constataram o aumento de internações de pacientes com doenças respiratórias, devido à constante inalação dos gases provenientes das queimadas.

As projeções futuras sobre os efeitos dos incêndios florestais são muito preocupantes, prevendo a diminuição da quantidade de chuvas na Amazônia, eventos de seca de maior magnitude, redução do número de espécies de vegetais e animais e falta de água potável para a maior parte da população da Terra.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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