Durante muitos anos, o uso de incentivos fiscais para esporte, cultura e projetos sociais foi tratado por empresas como gesto de boa vontade ou resposta a demandas pontuais. Investia-se para “ajudar”, não para construir valor. Esse modelo ficou para trás. Hoje, as empresas mais competitivas entenderam que incentivo fiscal só faz sentido quando está integrado à estratégia de marca, relacionamento e reputação.
O ponto central é investir melhor. Projetos incentivados não são doações disfarçadas; são plataformas de conexão com públicos, territórios e valores. Quando escolhidos com critério, funcionam como extensão viva do posicionamento da empresa.
A Claro é um exemplo ao patrocinar à Maratona do Sol. Não se trata apenas de exposição de marca em um evento esportivo, mas de presença real no cotidiano das pessoas, conectando-se a saúde, bem-estar e estilo de vida. O patrocínio deixou de ser mídia e passou a ser experiência.
Na cultura, o movimento é semelhante. A Biancogres, ao apoiar a exposição "Rembrandt – O Sinal e a Luz", não apenas investiu em arte. Encontrou um território simbólico alinhado ao seu design, à sua estética e ao valor de sofisticação que deseja projetar. O resultado foi reputação, diferenciação e legado — algo que campanhas tradicionais raramente entregam.
Na prática, a diferença de postura entre quem aplica parte do Imposto de Renda em incentivos fiscais e quem não aplica não é retórica. É concreta. Não se trata de abstração ou discurso institucional, mas de competitividade de mercado. Se o seu concorrente transforma imposto em marca, relacionamento e reputação, e você não, a perda de espaço é inevitável. É simples assim.
E há um detalhe decisivo: para empresas que apuram o Imposto de Renda anualmente, esse investimento só pode ser feito em dezembro.
Não é por acaso que grandes empresas fazem isso de forma estruturada. A Suzano investe em feiras literárias e projetos de leitura porque educação e sustentabilidade fazem parte do seu DNA. A Toyota direciona recursos para projetos ligados à mobilidade, inovação e meio ambiente. A Vale investe em música, cultura e desenvolvimento territorial, alinhando marca e impacto social. Elas não investem por investir. Investem porque faz sentido para quem são.
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