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É criador do Baile Voador e diretor da Sagui Produções

Há dez anos o Baile Voador tem uma missão com o carnaval de Vitória

Em dez anos, muita coisa mudou. A nossa cena de blocos de rua cresceu e renasceu com o Centro de Vitória. Ganhamos companhia nessa empreitada

  • Bruno Lima É criador do Baile Voador e diretor da Sagui Produções
Publicado em 14/02/2024 às 14h00
O Baile Voador acontece em 9 e 10 de fevereiro, no Álvares Cabral, em Vitória
O Baile Voador aconteceu em 9 e 10 de fevereiro, no Álvares Cabral, em Vitória. Crédito: Baile Voador

Há dez anos, eu queria mostrar que não era preciso pegar a estrada ou ir para o aeroporto em busca de carnaval. Eu queria mostrar que, ficando em Vitória, seu feriadão também seria de confete e serpentina. Nasceu então o Baile Voador e dois grandes desejos: mudar esse raciocínio do folião capixaba e agitar a nossa cena carnavalesca. Nossa vontade de festejar é grande - mas os desafios dessa missão são tão proporcionais quanto.

Em dez anos, muita coisa mudou. A nossa cena de blocos de rua cresceu e renasceu com o Centro de Vitória. Ganhamos companhia nessa empreitada. O Baile Voador também ganhou corpo: virou festival ao ganhar mais dias, mais um palco e mais atrações. Parimos até um filho no domingo de carnaval, o Bailinho Voador, já que as crianças também merecem decolar na festa do Momo.

Os desafios cresceram junto. Como duelar na disputa por grandes atrações com praças já consolidadas na folia, como Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro? Costumo brincar que é mais fácil você ver uma vaca voando do que “tirar” o Bell Marques de Salvador no Carnaval. É também preciso, ano a ano, continuar dialogando com o folião capixaba: “Fica, vai ter Baile”. O saldo vem sendo interessante, já que essa história inclui nomes como Baiana System, Gilsons, Bloco do Sargento Pimenta, Orquestra Voadora; e uma plateia lotada a cada ano.

As marcas passaram a entender os valores dessa missão e caminham conosco nessa década de história. Afinal, em muitas edições conseguimos entregar uma experiência 100% sem copos plásticos nos bares, diminuindo em 80% a quantidade de lixo gerado num evento de grande porte. Associações de Catadores de Materiais Recicláveis também já deram as mãos conosco, em algumas edições, buscando uma destinação mais sustentável dos resíduos. O respeito a todos os corpos e orientações também é muito caro para nosso festival, seja na hora de formar a equipe de trabalho, seja na hora de comunicar nosso evento.

Valorizar o capixabismo também é um norte. Com o tempo, criamos o Edital Voador, uma iniciativa que convida projetos musicais capixabas, que possuam verve carnavalesca no repertório, a se inscreverem e serem avaliados por uma curadoria. Os premiados ganham, além do prêmio em dinheiro, uma vaga no nosso line-up e se apresentam para o público. Tem dado certo e muitos talentos são revelados e valorizados desde então.

Por fim, chegamos aos 10 anos assoprando as velas de uma história que ganha contornos de missão cumprida. Sempre na sexta-feira de carnaval, quando todo o povo passa a ser tomado por um espírito livre e leve de folia, o Baile Voador decola novamente, convidando o capixaba a festejar conosco, na nossa terra, com a Baía de Vitória ao lado e a certeza de que a nossa carne e a nossa mente são de Carnaval.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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