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É coordenadora do curso de Enfermagem da Faesa

Fumante gasta quase 10% da renda mensal com cigarro

Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou recentemente um estudo inédito sobre outro impacto do tabagismo além da saúde: o quanto o vício afeta o bolso

  • Débora Martins É coordenadora do curso de Enfermagem da Faesa
Publicado em 24/08/2023 às 11h16

O tabagismo é um grave problema de saúde pública, responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil, por doenças respiratórias, circulatórias, do coração e câncer. Sendo uma doença crônica causada pela dependência de nicotina, a forma mais comum de consumo é pelo cigarro, mas também é importante saber que há no mercado uma variedade de itens derivados de tabaco, que podem ser usados de diversas formas: fumado, inalado, aspirado, mascado ou absorvido pela mucosa oral.

Todos eles podem causar dependência, pois a nicotina é uma substância altamente viciante. O tabagismo foi inserido na Classificação Internacional de Doenças, no grupo de transtornos mentais e de comportamento, em consequência do uso de substâncias psicoativas. O uso contínuo do tabaco está associado a uma série de doenças graves que afetam os pulmões, o coração, os vasos sanguíneos e outros órgãos vitais, podendo levar à morte. Além disso, não é só o próprio fumante que se prejudica com o consumo de tabaco. O tabagismo passivo, a exposição à fumaça do cigarro de outras pessoas, também pode levar a problemas de saúde significativos.

Recentemente, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um estudo inédito sobre outro impacto do tabagismo além da saúde, na renda do brasileiro: o fumante gasta quase 10% da renda mensal com cigarro. Os números mostram ainda que praticamente uma a cada dez pessoas fuma no Brasil - 9,51% da população, e o impacto do vício pesa no bolso de toda a população: o SUS gasta em média R$ 125 bilhões por ano para tratar pacientes com doenças causadas pelo cigarro, como o câncer.

Ou seja, já passou da hora de eliminar de vez esse hábito vicioso da vida dos brasileiros. Embora o tabagismo seja considerado uma doença, vale ressaltar que também é um fator de risco modificável, em que o indivíduo consegue fazer tratamento e modificar esse hábito para uma melhor qualidade de vida.

Para isso, é importante o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, a qual pode incluir profissionais de diferentes áreas (médico, nutricionista, psicólogo, dentista, enfermeiro) que trabalham em conjunto para fornecer suporte aos indivíduos que desejam parar de fumar.

A composição exata da equipe pode variar dependendo das necessidades individuais e dos recursos disponíveis em cada contexto de tratamento, sendo possível o tratamento medicamentoso, a Terapia de Reposição de Nicotina, o aconselhamento e apoio comportamental, Programas de Cessação do Tabagismo e suporte social com apoio encorajador de amigos e familiares

Mulher quebra cigarro
Mulher quebra cigarro. Crédito: Freepik

O importante é garantir uma abordagem holística, pois a cessação do tabagismo é um processo desafiador, mas é possível com assistência adequada que aborde todos os aspectos da dependência nicotínica e forneça auxilio para maximizar as chances de sucesso na cessação do tabagismo.

É importante ressaltar que cada pessoa é única e pode responder de maneira diferente aos tratamentos ofertados. Desse modo, é recomendável procurar orientações dos profissionais de saúde e adaptar o tratamento às necessidades individuais.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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