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É mestra em Administração e professora da UVV ON

Falta de concentração pode ser sintoma silencioso de quadro sério

Síndrome de Burnout acomete mais de 30% dos brasileiros. É preciso avaliar rotina, respeitar limites e aprender a dizer não, abrindo espaço para exercícios e lazer

  • Lorrara Imagawa É mestra em Administração e professora da UVV ON
Publicado em 21/05/2021 às 14h00
Uma boa produtividade requer planejamento e respeito ao corpo
Uma boa produtividade requer planejamento e respeito ao corpo. Crédito: Energepic.com/ Pexels

“Tão natural quanto a luz do dia” é estarmos sempre sobrecarregados. Não termos tempo e estarmos sempre na correria. Chegamos ao final do dia com um sentimento de desespero por termos trabalhado o dia inteiro e, ainda assim, não conseguimos amenizar a rotina.

Se você tem tempo e não consegue se organizar e cumprir seus prazos, faça neste momento uma autoavaliação. A procrastinação e a falta de concentração podem ser sintomas silenciosos de quadros sérios, como a depressão, a ansiedade ou a baixa estima. Se você se esforça para manter a sua organização e cumprir com suas obrigações, mas não consegue, se distrai facilmente e sempre chega ao final do dia com um sentimento de impotência, fique atento e procure uma avaliação médica. A sua falta de concentração pode ter uma causa mais profunda.

Mas se você não tem nenhum impeditivo maior para cumprir sua rotina, e seu caso é apenas uma questão de se organizar melhor, fique comigo! Talvez eu possa te ajudar. Você tem tantas obrigações que se torna humanamente impossível dar conta de tudo. Talvez o seu problema seja a sobrecarga. Você chega ao final do dia com um sentimento de baixa produtividade, mesmo tendo trabalhado o dia inteiro.

Fique atento à Síndrome de Burnout. Ela refere-se ao estado constante de tensão emocional e estresse provocado por condições de trabalho desgastantes. Indivíduos levados à exaustação extrema e ao esgotamento profissional. Alguns sintomas são falta de concentração, ansiedade, lapsos de memória, desânimo e o isolamento.

Segundo a Associação Internacional do gerenciamento do estresse (Isma-BR), aproximadamente 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem com esse quadro. Em um ranking de oito países, somos o segundo país com a maior incidência do esgotamento profissional. Estamos à frente da China e dos Estados Unidos – e perdemos apenas para o Japão, onde 70% da população apresenta os sintomas da Síndrome Burnout.

Mas se “existe um lado bom nessa história”, é que podemos simplificar. Analise sua rotina e verifique se é humanamente possível dar conta de tudo que precisa fazer. Respeite suas limitações e aprenda a dizer não para convites que não quer participar e poderia evitar. Estabeleça prioridades e faça uma pausa para planejar sua rotina.

Faça uma linha do tempo com 24 horas e monte um cronograma mensal, semanal e diário. Separe a demanda que você precisa entregar por ordem de importância. Quais são os seus prazos? Se não for possível realizar a entrega, tente replanejar e negociar novos prazos com antecedência. Para manter uma boa produtividade, tente reduzir as distrações. Procure manter seu ambiente de trabalho organizado. Desative as notificações das redes sociais, estabeleça pequenas metas diárias para facilitar seus dias. Programe pausas sistemáticas: trabalhe por 30 minutos e só depois pegue o celular.

Você precisa respeitar seu corpo e sua mente. Isso faz falta no dia a dia. Se você̂ não tiver saúde e não estiver bem, nenhum planejamento vai funcionar! Manter uma boa produtividade não significa ter dias exaustivos sem pausas para descanso e lazer. Tente na medida do possível dormir bem, comer bem e se exercitar. Separe um tempo do seu dia para fazer uma atividade física e ter um momento descontraído para seu lazer. É um clichê, eu sei. A gente já sabe disso, mas não consegue manter esse padrão. Precisamos continuar tentando! Para que você possa gerir bem o seu tempo, a sua produtividade e aproveitar a vida: defina suas prioridades, planeje sua rotina, reduza as distrações e cuide de você. 

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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