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É médico cardiologista da Cardiodiagnóstico

É possível prever infarto e AVC?

Autoconhecimento e prevenção são palavras que andam juntas quando o assunto é o cuidado com a nossa saúde

  • José Renato Altoé Franco É médico cardiologista da Cardiodiagnóstico
Publicado em 21/05/2024 às 16h03

O que é possível fazer em uma hora? Assistir à parte de um filme, colocar as séries em dia, preparar o jantar… No dia a dia corrido, contabilizamos o tempo de trabalho como dinheiro, o tempo de lazer como ouro, mas nenhum minuto vale mais que o tempo de espera de quem sofre um infarto ou um AVC.

É por isso que, embora cada caso apresente suas particularidades, estar atento aos primeiros sinais dessas emergências para saber quando é o momento de buscar ajuda é um fator determinante para a sobrevivência e a qualidade de vida.

Segundo os dados do relatório “Carga Global de Doenças e Fatores de Risco Cardiovasculares”, publicado em dezembro de 2023 no Journal of the American College of Cardiology, um conjunto de 18 doenças cardiovasculares provocou a morte de 400 mil brasileiros em 2022.

O infarto do miocárdio e as diferentes formas de Acidente Vascular Cerebral correspondem a 76% de todos os casos registrados no Brasil e no Paraguai, os dois países integrantes da sub-região denominada América Latina Tropical no estudo.

O chamado ataque cardíaco ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do músculo cardíaco é bloqueado, geralmente devido a um coágulo sanguíneo. Os principais sinais de infarto incluem dor no peito, frequentemente descrita como uma sensação de aperto, pressão, ou queimação, que pode irradiar para os ombros, braços, pescoço, mandíbula e costas; falta de ar; náusea; sudorese; fraqueza e fadiga sem explicação, e palpitações.

Já o AVC, que ocorre quando o suprimento sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido, têm como principais sinais de alerta a dificuldade de falar claramente; alterações na visão; dor de cabeça súbita e intensa; confusão mental e dificuldade de compreensão.

Quando um paciente tem sintomas sugestivos de infarto ou AVC, é preciso buscar imediatamente por socorro, pois cada minuto de demora significa perda de miocárdio viável (porção de músculo do coração que assegura a circulação sanguínea) e perda de neurônios.

 Para dar um exemplo, diretrizes de sociedades médicas, como a American College of Cardiology (ACC) e a American Heart Association (AHA), destacam a importância do tempo desde a chegada do paciente ao hospital até a abertura da artéria bloqueada no tratamento de infartos. Elas enfatizam a necessidade de minimizar o tempo de isquemia miocárdica para melhorar os resultados clínicos.

Mas é preciso lembrar também que infartos e AVCs podem ocorrer sem a manifestação dos sintomas clássicos. São os chamados infartos e AVCs silenciosos. É aí que entra a importância das consultas de rotina como um fator preponderante de prevenção.

Monitor cardíaco, aparelho que consome energia elétrica
Monitor cardíaco. Crédito: Divulgação

É preciso considerar ainda que, assim como a hipertensão é um grande fator de risco para os dois problemas, distúrbios metabólicos como o diabetes não controlado e níveis de colesterol elevados, frequentes na população brasileira, também favorecem a ocorrência desses eventos.

Por isso, o controle do sobrepeso e a eliminação ou ao menos a redução de fatores de risco, como o estresse, o hábito de fumar, ingerir álcool, dormir mal, ser sedentário e se alimentar com ultraprocessados é essencial para reduzir as chances de ser surpreendido por um evento cardiovascular, cujas sequelas poderão acompanhar o paciente ao longo da vida.

Autoconhecimento e prevenção são palavras que andam juntas quando o assunto é o cuidado com a nossa saúde. 

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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