A primeira bicicleta funcional, a draisiana, foi inventada em 1817 pelo alemão Karl von Drais. Feita de madeira, era impulsionada pelos pés e não tinha pedais. De lá até hoje, foram investidas diversas inovações tecnológicas na fabricação das bicicletas, melhorando o desempenho e inserindo itens de luxo.
No entanto, as maiores inovações causadas pelas bicicletas foram nas cidades. Andar de bicicleta tornou-se em muitos países um estilo de vida que vem influenciando mudanças na mobilidade urbana em todo o planeta. O uso da bicicleta nas cidades exigiu repensar e planejar a cidade sob nova ótica, a da micromobilidade.
Com essa nova forma de circular pela cidade para diversos fins, como trabalho e lazer, é preciso ter infraestrutura. Para que as cidades ofereçam condições seguras de circulação de bicicletas é preciso investir em ciclovias. As ciclovias foram planejadas para oferecer uma barreira física e garantir a separação entre o tráfego de outros modais.
Segundo dados da Aliança Bike 2024, as capitais brasileiras somaram 4.106,81 km de ciclovias e ciclofaixas, um aumento de 7,3% em um ano. A média nacional é de 152,1 km por capital, equivalente a 11,09 km para cada 100 mil habitantes. Dessa forma, o Brasil vem aderindo à tendência global de investimento na mobilidade sustentável. Aos poucos em todo o país aumentam os investimentos em políticas públicas para promoção da inserção desse modal na vida urbana.
A bicicleta é hoje, inegavelmente, uma ferramenta de transformação nos hábitos das pessoas, promovendo a sustentabilidade, a inclusão social e o desenvolvimento econômico, e melhorando a saúde. Pedalar influencia diretamente em menor incidência de doenças crônicas, como obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes. A condição de se movimentar livremente contribui, ainda, para a manutenção da massa muscular, da força e da flexibilidade, aspectos vitais para uma vida longa e saudável.
No entanto, vários são os desafios para que haja mobilidade urbana sustentável e a inclusão segura das bicicletas na infraestrutura das cidades. Enquanto as mudanças necessárias não ocorrem de forma satisfatória há o registro por todo o país de graves acidentes. Na última década cerca de 13 mil ciclistas morreram em acidentes de bicicleta. A principal causa dos acidentes é a falta de infraestrutura das cidades.
No entanto, países como a Holanda, a Dinamarca, Colômbia, França e Alemanha se consolidaram como referência em investimento no futuro. Ao unirem inovação, respeito ao ciclista, e, acima de tudo visão estratégica, esses países revolucionaram a mobilidade urbana. Tal revolução gerou resultados positivos, tais como, redução no trânsito, menores emissões de carbono, e um estilo de vida mais ativo e saudável para a população.
Logo, investir em planejamento urbano para mudanças na rede cicloviária nas cidades é investir em impactos positivos duradouros a longo prazo. No Dia Mundial da Bicicleta devemos comemorar importantes avanços. Mas, também, é uma data para se refletir o quanto aprimoramos nossas cidades para adotar a mobilidade sustentável em nossas rotinas, ou seja, o quanto investimos em um futuro mais consciente e preservando os recursos para as próximas gerações.
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