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É gerente de operações da Serttel

Como as bicicletas vêm transformando as cidades

A bicicleta não é a única resposta aos desafios urbanos, mas certamente é uma das mais simples, acessíveis e eficazes

  • Renan Borsatto É gerente de operações da Serttel
Publicado em 03/06/2025 às 15h11

A transformação das cidades passa, inevitavelmente, pela forma como nos deslocamos. A mobilidade urbana deixou de ser apenas uma questão de infraestrutura: tornou-se um tema central nos debates sobre saúde pública, sustentabilidade e qualidade de vida. Nesse cenário, a bicicleta surge como uma aliada cada vez mais presente — silenciosa, acessível e altamente eficiente.

Mais do que um meio de transporte alternativo, a bicicleta representa um novo modo de pensar a ocupação urbana. Seu impacto é direto: menos emissão de gases poluentes, menos ruído, menos trânsito e mais espaços humanizados. E o Brasil tem avançado nesse campo. Dados do IBGE estimam que 50 milhões de brasileiros possuem bicicleta. Ainda que apenas 7% da população a utilize como meio principal de transporte, segundo o Ipea, esse número está em crescimento, impulsionado por políticas públicas, infraestrutura e acesso a sistemas compartilhados.

No mundo, mais de 2 bilhões de bicicletas estão em uso atualmente, segundo dados do Banco Mundial (2023). No Brasil, os sistemas de bicicletas compartilhadas têm desempenhado um papel cada vez mais relevante na mobilidade urbana. Em Vitória e Vila Velha, por exemplo, os projetos Bike Vitória e BikES somam juntos mais de 2,4 milhões de viagens realizadas até abril de 2025. Só no último ano, foram mais de 460 mil deslocamentos — a maioria deles substituindo o uso de carros em trajetos do dia a dia.

Um estudo da Universidade de Oxford reforça esse impacto: substituir o carro pela bicicleta uma vez por semana pode evitar até 0,5 tonelada de CO₂ por pessoa ao ano. Quando multiplicado por milhares de usuários recorrentes, o resultado ganha escala ambiental significativa.

Bicicleta pelas ruas de Paris
Deslocamento de bicicleta. Crédito: Vitor Jubini

Mas não é apenas o planeta que se beneficia. A mobilidade ativa também melhora a saúde individual, reduz o sedentarismo, promove a ocupação consciente dos espaços públicos e favorece a convivência urbana. As cidades ganham fluidez, os cidadãos ganham tempo e o coletivo ganha qualidade de vida.

A bicicleta não é a única resposta aos desafios urbanos, mas certamente é uma das mais simples, acessíveis e eficazes. Ao pedalar, o cidadão se desloca — mas também transforma. E esse movimento, cada vez mais coletivo, aponta caminhos reais para o futuro das cidades.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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