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É CEO da Mivita

Como saber identificar quando a pressão é um privilégio

A diferença fundamental entre a pressão saudável e a sobrecarga destrutiva é que a primeira vem acompanhada de propósito, apoio e reconhecimento. Já a segunda fala sobre desorganização, mal-estar e falta de sentido

  • André Pretti É CEO da Mivita
Publicado em 03/12/2025 às 17h17

Vivemos em um mundo que valoriza a performance, a entrega e a superação constante. Em meio a prazos, metas e expectativas, a palavra “pressão” costuma carregar um peso negativo — algo a ser evitado, um fardo que causa estresse e desgaste. Mas e se mudássemos a perspectiva? Se, em vez de enxergar a pressão como uma inimiga, passássemos a vê-la como um privilégio?

A frase “pressão é um privilégio” é atribuída à tenista norte-americana Billie Jean King. Também foi usada muitas vezes por ninguém menos que Novak Djokovic e por outros atletas de elite para expressar que, para eles, só existe pressão para quem adquiriu relevância suficiente para ser cobrado.

E assim, como em tantas outras situações, o contexto esportivo emprestou ao mundo corporativo uma analogia de valor. E é nesse sentido que podemos – e devemos – enxergar a pressão: como um reconhecimento de que você é capaz, é relevante e faz a diferença.

É claro que aqui não falamos de situações abusivas de estresse ou de excesso de demandas. Falamos da pressão como um sinal de confiança e credibilidade, como uma oportunidade de fazer algo importante, de oferecer uma entrega que tenha impactos reais.

Quando um líder, uma equipe ou uma empresa confia em alguém para resolver um problema, liderar um projeto ou conduzir uma entrega importante, está dizendo: “Acreditamos na sua capacidade”. E, nesse sentido, pressão não é punição, mas sim reconhecimento.

Outro ponto de reflexão importante é que nenhum crescimento se dá em zonas de conforto. A pressão — quando equilibrada e saudável — funciona como um estímulo para sair do piloto automático, pensar de forma criativa e buscar novos níveis de excelência.

É sob desafios que desenvolvemos resiliência, ampliamos repertórios e fortalecemos competências como foco, autogestão e adaptabilidade.

Em outras palavras, podemos dizer que a pressão nos ensina e nos lapida. Ela nos permite sair do óbvio, do mediano e alçar novos voos, em busca do excepcional.

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Equipe de trabalho. Crédito: Freepik

A diferença fundamental entre a pressão saudável e a sobrecarga destrutiva é que a primeira vem acompanhada de propósito, apoio e reconhecimento. Já a segunda fala sobre desorganização, mal-estar e falta de sentido.

Pressão positiva é aquela que inspira, estimula e nos faz dar o melhor. Já a sobrecarga mina a motivação, gera exaustão e leva ao burnout.

Empresas que compreendem essa diferença criam ambientes de alta performance sustentáveis, onde o desafio anda de mãos dadas com o equilíbrio e o bem-estar. Assim, pressão se torna privilégio e nos faz ir mais longe.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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