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Casos de sífilis são evitados com uso de preservativo. Falta informação?

Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) mostram que o Espírito Santo ocupa o quarto lugar no ranking nacional de casos de sífilis, um aumento de 4.000% (você não leu errado) nos últimos 10 anos

  • Darly Júnior
Publicado em 01/11/2020 às 09h00
Preservativo distribuído na rede pública
Preservativo distribuído na rede pública . Crédito: Divulgação / Ministério da Saúde

Sempre acreditei no poder de penetração dos meios de comunicação. Eles exercem grande influência no nosso dia a dia, em nossas ações etc. Quem nunca ligou a TV, o rádio ou acessou site de notícias em busca de informações antes de sair de casa ou viajar? Os meios de comunicação nos possibilitam viajar pelo mundo sem ao menos nos mover.

Fui uma criança dos anos 90 e a televisão foi o meio que mais me influenciou. O aparelho, segundo o IBGE (2018), está presente em 96,4% dos lares do país. Uma diversão gratuita e que, na minha infância, era o principal meio de entretenimento, o eletrônico com o poder de reunir a família sentada diante dele.

Entre os conteúdos que consumi na TV durante a infância e a adolescência, estava o intervalo comercial, o maior palco de campanhas de conscientização contra o uso de drogas e a favor do uso de preservativo, que é principal forma de se proteger da Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). De uns anos para cá, esses tipos de campanha deixaram de ser veiculadas. Como um telespectador assíduo de TV, não pude deixar de notar.

Uma das principais perdas que a mídia sofreu foi com o fim da MTV Brasil, em 2013, um canal que carregava no DNA as campanhas de conscientização, com falas diretas para o jovem e as razões nas quais deveriam se proteger nas relações sexuais, com direito a depoimentos reais de portadores de ISTs que não tomaram o devido cuidado. Muitas vezes, o assunto “sexo” é um tabu dentro dos lares, daí a importância do papel de “babá” que a TV e mídia em geral exercem.

Por que resolvi escrever este artigo? Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) mostram que o Espírito Santo ocupa o quarto lugar no ranking nacional de casos de sífilis, um aumento de 4.000% (você não leu errado, são quatro mil por cento) nos últimos 10 anos. Foram 118 casos em 2010 e 5.123 em 2019. Também registramos uma média de 1.200 novos casos de Aids por ano. Todos esses casos poderiam ter sido evitados com o simples uso de preservativo. Falta de conscientização ou falta de informação? Proteja-se na relação, abra-se à informação.

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