O crescimento do uso de bicicletas e patinetes elétricos nas cidades de Vitória e Vila Velha é visível. Seja pela busca por alternativas de transporte mais sustentáveis, seja pela praticidade que esses veículos oferecem, o fato é que a chamada micromobilidade elétrica ganhou força e está transformando a paisagem urbana.
No entanto, essa mudança acelerada também trouxe desafios. O aumento dos acidentes envolvendo esses modais tem gerado preocupação entre profissionais de saúde e órgãos reguladores. Em novembro de 2024, por exemplo, Vila Velha regulamentou a velocidade máxima desses veículos em ciclovias, limitada a 20 km/h — uma medida importante, mas que ainda esbarra na falta de fiscalização e, principalmente, de consciência dos usuários.
Em meu consultório, como terapeuta ocupacional especialista em reabilitação das mãos, observei um dado preocupante: nos últimos 12 meses, o número de atendimentos relacionados a traumas causados por quedas de patinetes e bicicletas elétricas aumentou em 50%. A maioria dessas lesões ocorre quando o indivíduo tenta se proteger da queda apoiando-se com as mãos, o que pode causar fraturas, luxações, rupturas de tendões e lesões nos nervos.
A reabilitação das mãos é um processo minucioso, que exige tempo, técnica e muita dedicação por parte do paciente. Não se trata apenas de recuperar movimentos, mas de devolver autonomia para tarefas simples como escrever, dirigir, trabalhar ou até segurar uma xícara.
Por isso, deixo aqui um alerta à população: o uso desses veículos exige responsabilidade. Capacetes e luvas adequadas são equipamentos essenciais. As luvas, muitas vezes negligenciadas, são fundamentais para proteger as estruturas delicadas das mãos. Elas ajudam a amortecer o impacto de quedas, reduzem o risco de abrasões graves, fraturas e cortes profundos, além de oferecer maior aderência e controle no manuseio do guidão.

Existem modelos específicos com reforço nas palmas e articulações que são altamente recomendados para quem utiliza patinetes e bicicletas com frequência. Investir nesse equipamento é uma atitude preventiva que pode evitar meses de tratamento e perda funcional.
O respeito às normas de trânsito, a atenção ao entorno e o conhecimento dos próprios limites também são fundamentais para evitar acidentes.
Cidades modernas precisam de soluções modernas, mas a segurança não pode ficar em segundo plano. Prevenir traumas é sempre melhor do que remediar — ou reabilitar.
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