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É diretor-executivo da Universal Imobiliária e Urbanismo

Bairros planejados são nova forma de pensar, projetar e ocupar a cidade

Inspirado no conceito da “cidade de 15 minutos”, proposto pelo urbanista Carlos Moreno, esse modelo propõe que todas as necessidades do cotidiano, como trabalho, educação, saúde, lazer e consumo, estejam a poucos minutos de casa

  • Dídio Neves É diretor-executivo da Universal Imobiliária e Urbanismo
Publicado em 07/07/2025 às 15h16

Morar em um lugar onde é possível caminhar até o trabalho, levar os filhos à escola em poucos minutos e ter acesso a serviços essenciais sem depender do carro ainda é um privilégio para poucos capixabas. Essa realidade, no entanto, está mudando. À medida que cresce a valorização por qualidade de vida, mobilidade e praticidade, os bairros planejados surgem como uma resposta concreta a esse novo modo de viver. Eles reúnem, em um só projeto, eficiência urbana, integração social e desenvolvimento sustentável.

Essa mudança de mentalidade não é isolada; ela reflete uma urgência global. O Relatório Mundial das Cidades 2022, da ONU-Habitat, mostra que as áreas urbanas já abrigam 55% da população mundial, e esse número deve crescer para 68% até 2050. A grande questão é: como crescer de forma sustentável e centrada nas pessoas?

É nesse contexto que os bairros planejados ganham protagonismo. Inspirado no conceito da “cidade de 15 minutos”, proposto pelo urbanista Carlos Moreno, esse modelo propõe que todas as necessidades do cotidiano, como trabalho, educação, saúde, lazer e consumo, estejam a poucos minutos de casa, acessíveis a pé ou de bicicleta. Menos tempo no trânsito significa mais tempo de vida. Essa é uma transformação silenciosa, mas poderosa, que redefine a relação entre as pessoas e a cidade.

Obra, bairro, condomínio
Obra de bairro . Crédito: Pixabay

Presente em diversas regiões do país, esse modelo urbano evoluiu significativamente nos últimos anos. Hoje, os bairros planejados vão além da boa localização: incorporam soluções sustentáveis, inovação tecnológica, paisagismo qualificado, segurança, mobilidade eficiente e uso misto do solo.

No Espírito Santo, essa tendência ganha cada vez mais força. Grandes empreendimentos imobiliários já vêm adotando princípios de planejamento urbano mais integrados e sustentáveis na região da Grande Vitória, com destaque para os municípios de Cariacica, Vila Velha e Serra. A proposta agora é construir bairros que funcionem como ecossistemas completos, onde moradia, trabalho e lazer coexistem de forma harmônica e eficiente.

Esses bairros se conectam à cidade de forma aberta, sem barreiras físicas. Essa abertura com a malha urbana favorece o convívio social, fortalece o comércio local e estimula a economia. Em vez de se fecharem em limites definidos, essas localidades ampliam o acesso à infraestrutura urbana e promovem espaços mais inclusivos e dinâmicos.

Além disso, os bairros planejados respondem diretamente às crescentes demandas por sustentabilidade. Reduzir deslocamentos diários, estimular o transporte ativo e preservar áreas verdes são ações concretas que diminuem a pegada ambiental e ajudam a construir um futuro urbano mais responsável.

Mas é importante destacar: planejar um bairro vai muito além de lançar imóveis. Trata-se de um compromisso com o território. Exige escuta ativa da comunidade, diálogo entre setor público e privado e uma visão de longo prazo para o desenvolvimento urbano.

Os bairros planejados representam mais do que uma nova forma de viver. Representam uma nova forma de pensar, projetar e ocupar a cidade. No Espírito Santo, esse modelo aponta para um futuro mais sustentável, humano e conectado. E esse futuro depende das decisões que tomamos hoje.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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