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É dentista oncológica e cirurgiã

Atendimento odontológico reduz o risco de morte em pacientes de UTI

A odontologia hospitalar é uma especialidade voltada para os cuidados ligados à saúde oral em ambiente hospitalar, geralmente, uma assistência direcionada a pacientes com quadros de alta complexidade

  • Beatriz Coutens É dentista oncológica e cirurgiã
Publicado em 15/09/2022 às 14h37

Quando se fala em atendimento odontológico, muitos pensam logo nos tradicionais consultórios dos dentistas, local onde se realiza uma gama de procedimentos voltados para a saúde bucal.

A cadeira do dentista é onde acontecem os mais diversos tratamentos, que desde cedo conhecemos quando aprendemos sobre a importância de fazer consultas regulares ao profissional de odontologia, seja para tratar, seja para prevenir doenças bucais.

A prática odontológica, contudo, vai além e se estende com um atendimento diferenciado e de fundamental importância: os leitos de hospital. Ainda pouco conhecida por boa parte da população, a odontologia hospitalar é uma especialidade voltada para os cuidados ligados à saúde oral em ambiente hospitalar, geralmente, uma assistência direcionada a pacientes com quadros de alta complexidade.

Muitos podem questionar: por que é tão importante cuidar da saúde bucal de um internado em unidades de terapia intensiva? Como nossa boca é uma das principais portas de entrada de vírus, bactérias e outros microrganismos prejudiciais ao organismo, é necessário que o paciente de UTI receba os cuidados para reduzir o risco do quadro por infecções.

Essa intervenção, comprovadamente, ajuda a reduzir o índice de mortalidade, pois melhora o quadro sistêmico do paciente e tem um impacto positivo na sua recuperação.

Reforçando a importância dessa prática, um recente estudo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, revelou que a higiene bucal adequada associada ao tratamento odontológico de enfermos internados em UTI diminuiu em 21,4% o risco de morte.

Segundo o estudo, na UTI clínico-cirúrgica o número de óbitos caiu de 36,28% para 28,52% depois da intervenção. Os resultados foram publicados no American Journal of Infection Control.

A saúde bucal tem ligação direta com a saúde geral de todos, e quando esse cuidado pode fazer diferença entre a vida e a morte num leito de UTI, as evidências de sua eficácia se tornam cada vez mais fortes.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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