O ambiente de negócios do Espírito Santo vem avançando ano após ano, como demonstra o Indicador de Ambiente de Negócios da Federação das Indústrias do Espírito Santo (IAN-Findes). Ainda assim, persistem desafios que precisam ser superados. Um olhar atento sobre esse indicador nos permite ainda compreender a dimensão do cenário atual e definir os caminhos que devemos percorrer, potencializando, assim, o desenvolvimento socioeconômico do Estado.
Para trilharmos esse caminho é essencial avaliar e monitorar os municípios individualmente. É olhando as especificidades de cada um que é possível construir o planejamento estratégico e a formulação de políticas públicas efetivas em nível estadual e municipal. Contribuindo com esse processo, desde 2019, o IAN acompanha anualmente a evolução de indicadores municipais. A ferramenta desenvolvida pelo Observatório Findes metrifica, de forma estruturada, indicadores dos 78 municípios do Estado. E, com visão estratégica e transparência, ele é capaz ainda de orientar decisões empresariais.
Os eixos de Gestão Pública, Infraestrutura, Capital Humano e Potencial de Mercado em que está estruturado – distribuídos em 12 categorias e 42 indicadores – permite que o IAN disponibilize diagnósticos técnicos, análises comparativas por clusters (grupos de municípios com características semelhantes) e sugestões de boas práticas. Assim, ajuda a reduzir assimetrias de informação, mitigar riscos de investimentos e priorizar ações voltadas ao aumento da competitividade e do bem-estar social.
Em 2025, os dados do IAN apontam uma trajetória consistente de evolução do ambiente de negócios no Estado. O indicador médio dos municípios alcançou 5,36 pontos, em uma escala de 0 a 10, com crescimento anual médio de 4,7% desde 2019 e alta de 3,5% em relação a 2024. O resultado revela ainda que 64 dos 78 municípios evoluíram no último ano e que, comparando com 2019, todos os 78 apresentaram melhorias no ambiente de negócios. Os avanços mais expressivos ocorreram nos eixos de Gestão Pública e Infraestrutura.
O salto qualitativo em Gestão Pública foi notório. Entre 2019 e 2025, o eixo passou de 3,61 para 5,92 pontos, impulsionado por mais investimentos públicos, maior controle fiscal e processos mais simples para abertura de empresas. A ampla maioria dos municípios avançou nesses aspectos, indicando fortalecimento da eficiência e da governança.
A Infraestrutura, segundo maior destaque, progrediu principalmente na expansão do saneamento básico, com melhoria no índice de atendimento de água e na cobertura da coleta de resíduos. Observamos também melhores indicadores de segurança pública, como a redução de furtos e roubos a pessoas em vias públicas.
No eixo Capital Humano, a combinação entre valorização da qualificação da mão de obra, aumento da escolaridade, acesso ao emprego formal e melhorias em saúde resultou em crescimento médio anual de 5,7% entre 2019 e 2025. Já o Potencial de Mercado teve um desempenho mais discreto, passando de 4,43 para 4,47 pontos, sendo o principal desafio identificado pelo IAN. O resultado evidencia o desafio do Estado e a necessidade de diversificar a sua estrutura produtiva e ampliar o acesso a mercados, criando condições para que empresas cresçam, aumentem a produtividade e gerem mais renda.
Para sustentar a tendência de melhoria do ambiente de negócios, é necessário enfrentar desafios estruturais em inovação e avançar na qualidade da educação básica. A expansão das matrículas em cursos técnicos e profissionalizantes, assim como iniciativas que promovam maior equilíbrio da estrutura produtiva, devem ser prioridades. O caminho para o desenvolvimento passa por unir diagnóstico à articulação coordenada entre poder público, setor privado e sociedade.
O IAN 2025 demonstra que gastos públicos mais eficientes, menos burocracia, infraestrutura urbana fortalecida e trabalhadores mais qualificados tornam os municípios capixabas mais atrativos e competitivos para empreender e investir de forma sustentável. Mais do que números, essa ferramenta amplia a capacidade de transformar recursos em oportunidades e impacto social.
A evolução do ambiente de negócios no Espírito Santo confirma que o desenvolvimento sustentável depende de diagnóstico qualificado, coordenação entre setores e ações consistentes. Os avanços recentes são sólidos, mas os desafios estruturais ainda exigem atenção contínua. Transformar os dados do IAN em decisões efetivas é o passo decisivo para ampliar competitividade, consolidar oportunidades e manter o Estado como um território fértil para investir, empreender e gerar impacto social duradouro.
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