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É engenheiro e administrador. É membro fundador do Movimento ES em Ação. Foi diretor da Aracruz Celulose, da Fibria e presidente da CMPC

2026 não é apenas outra eleição: é a chance de reorientar o Brasil

A eleição de 2026 precisa entrar no nosso radar desde agora. Este é o momento de formular uma agenda convergente e mobilizar a sociedade para sustentá-la politicamente

  • Walter Lidio Neto É engenheiro e administrador. É membro fundador do Movimento ES em Ação. Foi diretor da Aracruz Celulose, da Fibria e presidente da CMPC
Publicado em 04/12/2025 às 11h43

O Brasil vive uma crise que expõe problemas históricos ainda não superados. A pressão por reformas cresce, mas elas só avançarão com mobilização coordenada, persistente e guiada pelo interesse público — conduzida por lideranças e entidades comprometidas com uma visão de Estado.

O desafio não é apenas formular propostas, mas construir uma agenda capaz de atravessar governos e ciclos eleitorais. Isso exige uma base sociopolítica ativa, consciente de seu papel e disposta a sustentar transformações duradouras.

Hoje convivemos com um modelo anacrônico, marcado por patrimonialismo, corporativismo e populismo assistencialista guiado pelo imediatismo eleitoral. O resultado é um Estado que arrecada muito, entrega pouco e responde mal à sociedade. A polarização sequestra o debate e empurra reformas essenciais — como a administrativa e a política — para o segundo plano.

A estagnação também se explica pela omissão de lideranças e por uma cultura de cidadania que critica muito, mas age pouco. A eleição de 2026 é um marco decisivo: precisamos mobilizar a sociedade para viabilizar reformas estruturantes e novos paradigmas de governança.

É urgente promover uma mobilização construtiva, fortalecendo entidades sociais e apoiando lideranças responsáveis. O debate eleitoral deve transformar problemas em oportunidades e organizar prioridades coletivas.

A cidadania deve ser ativa e vigilante. Não basta propor: é preciso acompanhar, cobrar e avaliar o desempenho dos eleitos. No diálogo com candidatos, cabe à sociedade pautar claramente o que precisa ser feito, e não apenas ouvir promessas.

O país precisa de reformas que adequem o Estado às demandas contemporâneas, tornando-o um indutor eficiente do desenvolvimento social e econômico. Isso significa fazer mais com menos, priorizando serviços essenciais e colocando o cidadão no centro das decisões.

Também é essencial criar um ambiente que estimule o empreendedorismo, integre infraestruturas públicas e privadas e elimine entraves que limitam a competitividade brasileira.

Cabe a nós — que conhecemos necessidades e oportunidades — escolher lideranças com valores, visão e capacidade de realizar. É hora de romper o padrão histórico de eleger uma corte e depois viver como súditos. Superar patrimonialismo e corporativismo é condição para um novo ciclo.

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Urna eletrônica. Crédito: Shutterstock

Transformar o país exige ir além da crítica. É preciso usar os canais democráticos para apoiar lideranças comprometidas com desenvolvimento sustentável, inovação e redução das desigualdades. A construção desse novo ciclo depende de motivação coletiva e de um projeto que supere disputas partidárias imediatistas.

O futuro não será obra do acaso, mas do esforço coordenado de uma sociedade que decide assumir seu protagonismo. 2026 não é apenas outra eleição: é a chance de reorientar o Brasil, consolidar reformas e iniciar uma trajetória de desenvolvimento com responsabilidade e inclusão.

A eleição de 2026 precisa entrar no nosso radar desde agora. Este é o momento de formular uma agenda convergente e mobilizar a sociedade para sustentá-la politicamente. Se deixarmos para a última hora, perderemos espaço e a capacidade de construir a consciência coletiva necessária para avançar.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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