Repórter de Política / [email protected]
Publicado em 4 de novembro de 2021 às 01:59
Imersão no mundo digital, novos modelos híbridos e remotos de trabalho e tendências de mercado focados na inovação. O mundo dos negócios sempre passou por mudanças constantes e teve esse processo de transformação alavancado pela pandemia de Covid-19, que esvaziou escritórios e deixou ainda mais clara a importância da tecnologia. Esse mercado, portanto, está em alta, e especialistas garantem que nele há espaço para diferentes profissões.>
Segundo a coordenadora do Findes Lab, Juliana Binda, foi possível experimentar dessa importância durante a pandemia. "Trabalho remoto, ensino on-line, home office… tudo isso demonstra que a transformação é um caminho sem volta", pontua.>
Assim, o mercado atual é o resultado de uma soma dos novos modelos de trabalho e uma demanda cada vez mais crescente de profissionais capazes de dominar as tecnologias e se adaptar a diferentes cenários. E essa realidade desafia todos os lados: os candidatos a se qualificarem; as universidades e redes de ensino a se atualizarem; e as empresas a se atualizarem nos processos de cultura organizacional; conforme aponta Marco Tulio Zanini, professor da FGV e especialista em comportamento organizacional.>
Entre as carreiras “em alta”, Zanini destaca todas que têm ligação com o domínio e uso da tecnologia, principalmente da tecnologia da informação (TI). “Envolve redes sociais, dados, machine learning, toda a grande movimentação de análise de dados, de desenhar produtos, serviços para os novos mercados, segurança de dados”, exemplifica.>
>
Mas, para além de demandas específicas para áreas ligadas ao Ti, Zanini ressalta que o domínio de ferramentas digitais tem se tornado diferencial em qualquer carreira, desde o cientista de dados até jornalistas e advogados que conseguem usar inteligência artificial, analisar dados e compreender profundamente sobre segurança no ambiente digital. >
Marco Tulio Zanini
Professor da FGV e especialista em comportamento organizacionalA mudança no perfil de profissional buscado pelo mercado deveria impulsionar, também, uma readequação de currículos e modelo de ensino nas faculdades, ponto de início da qualificação dos alunos. No entanto, ressalta Zanini, as mudanças na academia são mais lentas.>
"Algumas faculdades estão fazendo um esforço genuíno para incorporar novas disciplinas e competências nos currículos, mas eu diria que existe um gap muito grande entre a velocidade das mudanças de mercado e o currículo para as universidades", pontua.>
Uma forma de caminhar de forma mais próxima às expectativas dos alunos e futuros empregadores, aponta Guilherme Martins, diretor de graduação do Insper, é ouvir o mercado e investir em currículos multidisciplinares e práticos, fugindo da lógica mais tradicional e apostando na estratégia de garantir mais tempo de vivência da profissão para os alunos. O objetivo é formar profissionais que saibam unir conhecimento técnico e habilidade socioemocional.>
Guilherme Martins
Diretor de graduação do InsperA adequação a novos currículos de ensino é mais fácil para instituições privadas, que mantêm mais autonomia para efetuar mudanças. Algumas faculdades apostam em criar braços de educação profissional e incluir, em seu catálogo de ofertas, cursos de pós-graduação ligados à tecnologia.>
No caso do Insper, por exemplo, a instituição está apostando em oferecer cursos de curta e média duração, além de MBAs e pós-graduação, na área de Data Science e programação. O catálogo conta com cursos de dados aplicados ao Direito, Economia da Saúde e negócios. >
Segundo Paulo Vitor Onezorge, diretor executivo da UCL, a instituição também oferece cursos de pós-graduação voltados para duas das áreas de maior demanda: Segurança da Informação e Banco de Dados. >
Seguindo a tendência da multidisciplinaridade, a instituição abre o curso de Segurança da Informação, por exemplo, para gerentes, advogados, engenheiros, administradores, ou seja, profissionais que trabalham com informação corporativa e querem se aprofundar no mercado ou atuar com gestão e consultorias.>
Sem deixar de lado a demanda por profissionais inovadores, a faculdade também está apostando, segundo Onezorge, em um Hub de inovação para levar empresas para dentro da instituição, com intuito de pensar soluções e gerar novos negócios.>
O novo formato influencia, também, no engajamento dos alunos com a instituição. Martins relata que instituições que adequam a esse novo modelo de ensino registram maior participação e engajamento dos alunos, que gostam de ser desafiados e ter contato com os problemas e situações da profissão desde a graduação.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta