Publicado em 25 de novembro de 2020 às 14:02
O que era uma tendência ainda em ensaio transformou-se em cena constante da vida real (e virtual!). De repente, a pandemia deixou todos confinados dentro de casa para a sobrevivência não só de pessoas, mas também de negócios e carreiras. >
Entre março e abril de 2020, instalava-se um divisor de águas no mundo do trabalho. Home office implantado, videoconferências a todo vapor, contato físico zerado. Meses se passaram e vieram o relaxamento das medidas de segurança e a ampliação da adesão ao modelo híbrido, com as atividades sendo desempenhadas parte a distância e parte presencialmente.>
É o novo normal corporativo. Mas esse sistema misto é mesmo eficaz? O que levar em conta ao aderir a ele ou mesmo ao teletrabalho integral? O trabalho híbrido, se bem planejado, tende a ser uma experiência de valor. Empresas perceberam que esse novo formato mantém a produtividade em alta e ainda oferece qualidade de vida para os colaboradores, observa a psicóloga Gisélia Freitas, especialista em pessoas e carreiras.>
Todas as áreas que não exigem presença física como hospitalar, laboratorial, construção civil e atividades de campo podem adotar o método mesclado, cita ela. Como uma boa ferramenta tecnológica, é possível desenvolver a maioria das atividades em casa, desde que a empresa possa auxiliar na estruturação de trabalho.>
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Outro ponto que ganha peso, explica a especialista, é a possibilidade de os pais participarem ainda mais da rotina de seus filhos. Mas ainda há entraves, pondera. >
Gisélia Freitas
Especialista em pessoas e carreirasA prática do teletrabalho parece ter atendido às expectativas dos profissionais, aponta pesquisa recente realizada com colaboradores de grandes empresas brasileiras e também em multinacionais. O home office agradou 81,3% dos entrevistados, mostra o levantamento feito por uma companhia de soluções tecnológicas.>
A consulta aponta que 60,8% dos funcionários desejam incorporar a jornada remota parcialmente após a pandemia, equilibrando assim parte da agenda de trabalho no escritório e a outra parte em casa.>
Isso já é realidade na vida do analista de negócios Pedro Ferrari, de 33 anos, funcionário de uma companhia de TI que aderiu ao teletrabalho e agora abraçou de forma permanente o esquema híbrido. Uma vez, a cada 15 dias, ele vai à sede da empresa para reuniões; o restante da agenda é cumprido em home office, ou melhor, na sua varanda office, já que ele adaptou esse espaço do seu apartamento, em Itapuã, Vila Velha, como escritório.>
Trabalhava numa mesinha improvisada no meu quarto. Ou seja, dormia e acordava olhando para o trabalho. Não conseguia me desligar. Na varanda, consegui criar um ambiente em que me sentia de fato entrando e saindo do trabalho, fazendo com que as oito horas fossem produtivas, e não cansativas. Eu me visto e me calço devidamente para trabalhar, para me sentir em outro ambiente que não seja o doméstico.>
O home office significou redução de custos, sem prejuízo à produtividade, para Eduardo Poncio, CEO de uma empresa de marketing digital. O serviço remoto ajudou-o a entender que, neste momento, era correto adotar esse formato para assegurar a saúde dos colaboradores e de seus clientes.>
Nossa prioridade sempre foi garantir a saúde mental e física de todos. Até adotarmos o teletrabalho, fizemos alguns testes. Logo depois, percebi que era vantajoso e positivo e, então, resolvi dar continuidade a ele, conta.>
Com a mudança, o maior medo como gestor era perder o controle da equipe. No entanto, busquei trabalhar com alguns sistemas que medem o desempenho e controlam os prazos. Com isso, ganhei o comprometimento deles, que a cada dia mais se esforçam para entrega positiva dos resultados, destaca.>
Para ele, a única desvantagem desse processo é a falta de contato físico com o pessoal. Por mais que tenhamos vários softwares para isso, é diferente quando algo não funciona e não temos mais o colega do lado para resolver o problema, explica.>
Por outro lado, a mudança também refletiu positivamente na economia, já que o custo fixo da empresa sofreu uma queda de 70% com a equipe trabalhando no novo formato híbrido. Tivemos uma redução significativa com os custos de água, energia, internet e vale-transporte. Neste momento, não vemos possibilidade de retornar com os colaboradores para o escritório. Tudo está seguindo muito bem, e enquanto for assim, vamos continuar adotando esse novo método, enfatiza.>
Isole uma área de sua casa
Crie seu escritório, se possível, em um lugar reservado. Estrutura simples mesmo: uma cadeira, uma escrivaninha e um computador. É importante você se sentir em horário de trabalho. Deve também evitar o entra e sai de familiares.
Wi-Fi? Indispensável
Se for preciso estar em constante contato com chefias e colegas, mantenha uma boa rede de conexão web em casa.
Disciplina
Disciplina sempre, sem dispersão. Cuidado com as redes sociais e a TV. Se elas não forem importantes para seu trabalho, limite as telas.
Cuide-se: a pandemia não acabou!
Nas visitas à empresa, no caso de trabalho híbrido, obedeça às medidas de segurança para evitar o contágio do coronavírus.
Aproveite tudo que puder na jornada presencial. Tire todas as dúvidas
Certifique-se de tornar as reuniões mais produtivas e não deixar pontas soltas nas orientações para o trabalho em casa. É a hora de aparar as arestas e até eliminar conflitos. Nada como um papo olho no olho.
Cuidado com o material de trabalho
Ainda no trabalho remoto, certifique-se de não esquecer material em casa quando tiver de ir à empresa, ou vice-versa. Armazene documentos em nuvem ou em programas específicos, para evitar a perda de informações. São conteúdos que você pode acessar de qualquer lugar.
Gerenciadores de projetos: uma boa!
Esses programas são bem importantes, pois mostram o passo a passo de cada tarefa. Neles, é possível monitorar o que sua equipe de trabalho está realizando. Há opções gratuitas que podem ser acessadas via link de e-mail de qualquer lugar. E dá para adicionar participantes.
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