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Publicado em 22 de outubro de 2025 às 15:43
Combater a violência contra a mulher e até disputar recursos financeiros da China. Estes foram alguns dos assuntos tratados pelo Espírito Santo durante um fórum global de lideranças femininas, na Espanha. A secretária de Estado das Mulheres do Espírito Santo, Jacqueline Moraes, esteve na 10ª edição do Global Youth Leadership Forum (GYLF 2025), e representou o Estado ao lado de organizações sociais e empresariais para discutir soluções para os desafios do mundo contemporâneo. >
Em conversa com a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Maria Noel Vaesa, a secretária abordou como o Espírito Santo poderia disputar recursos financeiros oferecidos pelo governo da China. O presidente Xi Jinping anunciou a criação de um fundo de cooperação com a organização com um valor de US$ 10 milhões (cerca de R$ 53 milhões), durante os próximos 5 anos.>
“Quando estávamos lá (Espanha), a proposta de inserção do fundo de cooperação da China com a ONU Mulheres tinha acabado de sair. Para mim, ela representa uma oportunidade concreta para Estados que têm a Secretaria de Mulheres organizadas como nós”, afirma Jacqueline. >
A secretária pontua que sua ideia é sempre fortalecer as lideranças femininas e as negras. "Então, eu busco propor projetos que desenvolvam a autonomia local, autonomia solidária. A gente tem vários projetos estruturados para apresentar. Mas, como é muito recente, a gente ainda está buscando informação", acrescenta, ao comentar sobre os recursos da China. >
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Ao lado de Jacqueline, outras mulheres que ocupam posições de destaque na política e na gestão pública da América Latina e da Europa compuseram painel durante o fórum global, realizado no dia 14 de outubro, como Marisol Espinoza, Lady Camones, Diana Caiza e Adriana Accorsi. De acordo com a secretária, a participação do Espírito Santo a possibilitou compartilhar o trabalho realizado internamente, além de destacar as políticas públicas conduzidas pelo governo do Estado em favor das mulheres.>
“Nesse painel, a gente conseguiu falar o que estamos fazendo no Espírito Santo a partir do programa Mulher Viva+, que é um programa intersetorial e que traz a interseccionalidade, ou seja, olha as mulheres nas suas diferentes formas de ser mulher e também entende que a política pública para as mulheres tem que ser pensada em todos os órgãos do governo, não somente em uma secretaria”, ressalta.>
A secretária afirma que o espaço também debateu as dificuldades de acabar com os índices de violência “Ao falar disso, a gente também falou dos nossos desafios, que ainda é a violência contra as mulheres, porque nós temos os números globais dos aumentos da dessa violência no mundo todo, não é um fenômeno só do Espírito Santo. No Estado, nós falamos da redução do feminicídio que tivemos, mas, em contrapartida, também do aumento de notificação de violências.">
Na apresentação feita durante o GYLF, Jacqueline abordou a importância da liderança feminina para a construção de sociedades mais justas, democráticas e inclusivas, articulando sua trajetória pessoal — da periferia de Cariacica à vice-governadora do Espírito Santo — às conquistas recentes alcançadas pelo Estado em políticas de equidade. "É uma honra representar o Brasil e o Espírito Santo neste espaço de cooperação global. O mundo precisa compreender que a paridade e a igualdade não são concessões, mas compromissos com a justiça social e o desenvolvimento", frisa a secretária. >
Jacqueline destaca a importância da participação de mulheres em cargos de liderança na sociedade e da criação de redes de proteção. “Dentro desse fórum, a gente fala da falta de presença nas mulheres e, quando uma mulher lidera e desenvolve política pública específica para as mulheres, a gente consegue fazer com que a confiança nas redes, nas nossas redes de proteção, aumente e as encorajamos a denunciar”, defende Jacqueline.>
Um dos destaques apontados pela secretária é criação de uma rede de mulheres negras. “A gente faz uma proposta de criação de uma rede internacional de mulheres negras líderes, para articular suas experiências, mentoria, apoio técnico e um intercâmbio político entre essas mulheres, sejam da política, sejam do mundo corporativo. Foi um evento grandioso do ponto de vista de poder falar dos desafios da liderança feminina, mas saber que em todo mundo as mulheres estão avançando. Mesmo que lentamente, estamos avançando”, completa. >
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