Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 15:32
SÃO PAULO - Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) têm um ano a mais de prazo para quitar um empréstimo consignado desde o último dia 6 de fevereiro. O governo federal ampliou de 84 meses para 96 meses o tempo máximo para quitar a dívida na modalidade de crédito com os juros mais baratos do mercado.>
De acordo com o INSS, o número de beneficiários que têm ao menos um contrato de empréstimo ativo neste mês supera os 15,4 milhões.>
Com o novo prazo, esses beneficiários podem considerar reduzir o valor das parcelas, estendendo o tempo do contrato, ou contratar um valor adicional de um empréstimo ativo. Eles também têm a opção de realizar a portabilidade do seu empréstimo consignado de um banco para outro com prazo maior.>
O empréstimo consignado do INSS é uma modalidade de crédito controlada pela Previdência Social, onde o pagamento das parcelas é descontado diretamente da folha de pagamento do beneficiário. De acordo com as regras atuais, o segurado do INSS pode comprometer até 45% do valor do benefício para essa modalidade de crédito.>
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Desse total, 35% podem ser destinados ao empréstimo pessoal, 5% ao cartão de crédito consignado e 5% ao cartão de benefício.>
O teto dos juros cobrados em empréstimos consignados do INSS passou para 1,80% ao mês. No cartão de crédito consignado e no cartão de benefício, sobe para 2,46%.>
Atualmente, 78 instituições financeiras conveniadas operam o consignado. Bancos como Caixa, Bradesco, C6 Bank e Itaú já aceitam a renegociação e a contratação de crédito consignado do INSS com prazo ampliado.>
De acordo com Tulio Oliveira, diretor executivo de negócios digitais do Bradesco, nas primeiras 24 horas, mais de 10 mil clientes fizeram novas contratações e ou renegociações com o banco>
Os bancos podem exigir um tempo mínimo de pagamento antes de permitir o refinanciamento para garantir que o cliente tenha capacidade de pagamento. Em geral, é preciso ter de 15% a 30% das parcelas quitadas para conseguir refinanciar o consignado.>
Ao analisar a opção de um refinanciamento, o credor deve se atentar ao seu planejamento financeiro. Se ampliar o número de parcelas e reduzir o seu valor vai ajudar a equilibrar o orçamento, por exemplo, a alternativa pode ser positiva.>
No entanto, embora a taxa máxima de juros tende a ser mais baixa do que a de outras operações de crédito devido à garantia da folha de pagamento, ela foi reajustada recentemente. Por isso, quem pegou empréstimo com juro abaixo de 1,80% ao mês deve fazer as contas se refinanciar em mais parcelas valerá a pena.>
Além disso, em caso de portabilidade, é importante considerar as tarifas administrativas e outros encargos que podem ser cobrados e verificar se há a exigência de seguros.>
De acordo com dados do Ministério da Previdência, cerca de 90% dos segurados que contratam o consignado tomam novos empréstimos para desafogar o orçamento. Em dezembro de 2024, havia mais de 48 milhões de contratos ativos de empréstimo consignado, mais de 10 milhões de contratos de cartão de crédito consignado e outros mais de 5 milhões de contratos do cartão consignado de benefício.>
"Refinanciar repetidamente pode levar a um ciclo de endividamento, onde o crédito constantemente renovado e os juros pagos aumentam significativamente essa dívida. É preciso avaliar o impacto no longo prazo. Mesmo que a parcela fique menor, o refinanciamento pode estender a dívida por muitos anos, aumentando o valor total pago", afirma Rafaela de Sá, planejadora financeira pela Planejar.>
A orientação da especialista é ler todas as cláusulas do contrato com atenção para entender todos os custos envolvidos antes de optar pelo refinanciamento e analisar se o novo valor será sustentável dentro do orçamento mensal.>
A pedido da reportagem o advogado Wagner da Silva e Souza, sócio do escritório Roberto de Carvalho Santos e Wagner Souza Sociedade de Advogados, simulou quanto ficam as parcelas de um empréstimo refinanciado até 96 vezes. Para o cálculo foi utilizada a taxa máxima de juros em vigor para empréstimo consignado do INSS, de 1,80%. >
TAXAS DE JUROS MAIS BAIXAS >
Se você consegue um refinanciamento com taxas de juros menores do que as do empréstimo original, pode ser uma boa oportunidade transferir a dívida para outro banco para reduzir o custo total do crédito, diminuindo o valor das parcelas mensais ou até mesmo o total pago ao final. Mas quando o beneficiário está próximo de quitar o empréstimo, os custos de um novo financiamento podem não compensar.>
NECESSIDADE DE REDUZIR AS PARCELAS>
Caso o valor das parcelas do empréstimo consignado esteja pesando no seu orçamento, refinanciar em mais vezes pode ajudar a diminuir esse valor, estendendo o prazo de pagamento e, assim, proporcionando um alívio financeiro.>
CONSOLIDAÇÃO DE DÍVIDAS>
Se você tem mais de um empréstimo consignado ou outros tipos de dívida com juros mais altos, refinanciar pode ser uma forma de consolidá-las em um único empréstimo, o que pode ajudar a organizar suas finanças.>
MELHORA NO PERFIL DE CRÉDITO>
Se a sua situação financeira melhorou desde que você contratou o empréstimo, é possível que você consiga condições mais vantajosas ao refinanciar.>
CUSTO TOTAL>
Mesmo com parcelas menores, o refinanciamento pode aumentar o custo total do empréstimo se o prazo for muito mais longo. Avalie sempre o impacto no valor total pago ao final.>
CUIDADO COM ARMADILHAS>
Alguns refinanciamentos podem envolver taxas e custos adicionais, que tornam a operação menos vantajosa do que parece à primeira vista. Antes de decidir refinanciar, faça uma simulação do novo empréstimo, verifique as taxas de juros e analise o impacto no seu orçamento.>
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