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Empreendedora do ES cria roupa de banho que ajuda crianças e adultos a nadar

Empreendedora do ES cria roupa de banho que ajuda crianças e adultos a nadar

Conheça a história da mãe e empresária que criou uma ideia de negócio a partir da necessidade de sua filha pequena

Gabriela Maia

Estagiária / [email protected]

Publicado em 11 de outubro de 2025 às 14:54

Cássia Dilem inventou um traje de banho seguro e que facilita o aprendizado do nado

A necessidade vivida em família se transformou em inspiração para uma mãe começar a empreender. Pensando em proporcionar conforto e, principalmente, segurança para sua filha dentro d’água, Cássia Dillem desenvolveu um traje de banho que ajuda crianças e adultos a aprenderem a nadar. A invenção fez sucesso e até ganhou reconhecimento em programa de televisão nacional. Depois disso, a a nova empreendedora decidiu abandonar o cargo de liderança de uma empresa para se dedicar ao negócio que criou.

Cássia conta que sempre teve uma veia empreendedora e, durante sua atuação profissional, desenvolveu projetos e eventos inovadores em sua área. “Eu empenhava um papel institucional. Criava e promovia muitos eventos para a indústria. Convivi por 30 anos no meio de empresários”, relata.

“Eu sempre empreendi mesmo no meu meio de trabalho com carteira assinada. Então, sempre me preocupei em levar recursos e capacitações através de projetos na empresa e promover coisas que pudessem dar sustentabilidade ao trabalho. Me dedicava muito em um negócio que não era meu", completa.

Em 2012, quando sua filha Lara tinha apenas 1 ano de idade, Cássia teve dificuldades de encontrar boias que a deixassem segura e confortável. A menina não se adaptava às boias de braço e sempre acabava removendo a peça de proteção. 

“Lara sempre gostou muito de água. Ela não podia ver piscina que se jogava dentro de roupa e sapatinho. Mas ela detestava as boias. Chegou até a morder e furar aquelas boias de de ar. Fora as vezes em que tive de pular de roupa para pegá-la dentro da água no fundo da piscina. Ela não dava sossego", lembra Cássia.

Diante dessa situação, a empreendedora resolveu achar soluções que pudessem satisfazer a filha. “Comecei a amarrar aquele macarrão de piscina na cintura e no peito dela e ela ficava muito bem, sem nada que imobilizasse os braços dela. Porém, aquilo não era seguro, porque se soltava”, afirma.

Foi aí que a empreendedora teve a ideia de prender o macarrão diretamente na roupa de banho da filha, fazendo aquele que seria o primeiro modelo do que é hoje o carro-chefe de vendas. “Depois de muito pensar, resolvi costurar o macarrão no maiô. No início, preguei até com grampo e vi que o negócio deu certo. Daí veio a ideia de costurar."

“Eu idealizei os primeiros protótipos. Como não sei costurar, ia levando para uma profissional, até que a gente chegou em um modelo que ficou mais perto do ideal. A partir daí, minha filha só usava aquilo”, completa.

Cássia Dillem, criou um modelo inovador de trajes de banho
Cássia Dillem criou modelo inovador de traje de banho para quem está aprendendo a nadar Crédito: Vitor Jubini

A invenção de Cássia passou a chamar a atenção de outras mães, que começaram a perguntá-la de onde eram as roupas. Ao descobrirem que se tratava de uma criação própria, passaram a fazer encomendas do produto.

“Todo mundo falava: 'gente, que negócio legal!', 'O que é isso?', 'Como faço para comprar?'. E foi aí que eu pensei que isso poderia virar um negócio. E virou”, destaca.

A partir daí, a empreendedora começou uma saga para começar a fabricar as primeiras peças e para registrar o produto nos órgãos responsáveis. “Antes de começar a fabricar, busquei no escritório de patente para fazer uma pesquisa e vi que até então não existia fabricação desse produto. Com isso, a gente entrou com um pedido de invenção aqui no Brasil”, detalha.

No início, a produção ainda era pequena e atendia, em sua maioria, amigos, familiares e conhecidos. “Comecei a fabricar timidamente. Fiz para o meu sobrinho, para uma amiga, depois para uma amiga de uma amiga, fiz para uma vizinha... Eu ia produzindo em uma escala menor”, recorda Cássia.

Enquanto o negócio ia dando os primeiros passos, Cássia continuava trabalhando em seu emprego formal, conciliando os dois trabalhos com a maternidade. Até que um convite da produção de um programa de televisão alavancou o negócio e impulsionou o trabalho da empreendedora.

Shark Tank Brasil

O trabalho de Cássia chamou a atenção da produção do Shark Tank Brasil, um reality show de empreendedorismo exibido pela Sony Channel. Na dinâmica do programa, os empreendedores têm a oportunidade de apresentar os seus negócios e oferecer uma porcentagem de participação para um time de empresários e investidores, que decidem se vão se tornar sócios dos participantes.

A apresentação da Titibum, marca criada por Cássia, bateu um recorde no programa com o fechamento de negócio mais rápido da história. O empresário e ex-atleta profissional de natação Joel Jota se interessou pela proposta e topou virar sócio da empreendedora.

“Por ser dessa área e ter os filhos pequenos, Joel se interessou pelo negócio. Ele também conhece os números de afogamento infantil, que são coisas que fui vendo depois que eu já estava atuando. É a maior causa de mortalidade de crianças, de 1 a 4 anos, não só no Brasil como também no mundo", observa a empresária.

Cássia conta que a ida ao programa foi uma virada de chave no fluxo das vendas “Nós fomos ao ar em outubro e, a partir desse dia, a gente já começou a vender. Os meses que passei esperando depois que voltei do programa também aproveitei para me preparar e produzir mais."

Outros projetos

Com o tempo, a ideia de Cássia passou a impactar um público ainda maior, possibilitando que crianças paraplégicas e com mobilidade reduzida pudessem estar em praias e piscinas com mais segurança e inclusão. “Nós fizemos um teste com uma fisioterapeuta de Sorocaba (SP), que trata de um grupo de crianças paraplégicas, que não andam ou têm alguma dificuldade motora. A gente chegou lá, colocou o produto nas crianças e, quando vimos, estavam nadando”, conta.

A empreendedora afirma que crianças autistas e com síndrome de Down também responderam bem ao uso do traje. “Muitas dessas crianças têm mais sensibilidade ao usar boias e coisas que apertem o corpo delas. A gente faz muito sucesso com esse público."

Além disso, a Titibum também fechou negócio com o governo da Bahia. Com a parceria, Cássia desenvolveu e adaptou o traje para adultos, que estão sendo usados em aulas de natação no Estado. “A gente está muito animado e acreditando que pode realmente atingir muito mais gente de forma positiva”, confia.

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