Graduado em Economia pela UFES, com pós-graduação em Gestão Financeira pela FGV/Mmurad. Agente de Investimentos autorizado pela CVM. Sócio da Valor Investimentos.

Crise econômica e o desafio de conhecer o perfil do investidor

A grande maioria dos investidores não conhece o seu perfil até viver uma crise econômica de grandes proporções e experimentar o que chamamos de 'bear market': período de desvalorização dos ativos no mercado

Vitória
Publicado em 28/03/2022 às 08h55

Os últimos dois anos nos fez experimentar uma combinação inédita: uma pandemia e uma guerra em que as consequências econômicas de uma se misturaram às consequências econômicas da outra. Essa combinação, somada a algumas decisões políticas, como a flexibilização do teto de gastos nos levou a experimentar um período de inflação muito elevada.

Não apenas o Brasil passa por isso, mas como citado acima, nosso ambiente político se encarregou de potencializar um pouco mais a pressão inflacionária.

Feita a ressalva, o que essa introdução tem a ver com o Perfil do Investidor?

A grande maioria dos investidores não conhece o seu perfil até viver uma crise econômica de grandes proporções e experimentar o que chamamos de bear market: período de desvalorização dos ativos no mercado.

Em outras palavras, todo investidor se considera moderado ou arrojado, até passar pela primeira crise econômica ou até ver os seus investimentos se desvalorizarem.

Bear market: período de desvalorização dos ativos no mercado
Bear market: período de desvalorização dos ativos no mercado. Crédito: Vecteezy

As consequências dessa “descoberta” do verdadeiro perfil, pode gerar grande frustração para um investidor que espera aumentar o seu patrimônio por meio de aplicações financeiras.

Exemplo disso, é o clássico movimento de venda das ações na baixa e compra de ações na alta. Isto é, muitos investidores vendem ativos em meio à crise, quando os ativos estão baratos, e compram quando os problemas econômicos parecem ter sido superados e o preço dos ativos já está alto.

Esse tipo de postura fica ainda mais evidente quando estamos em um cenário como o atual, em que as oportunidades de investimentos em ativos de renda fixa estão atraentes. Com alternativas de investimento que superam os 14% ao ano, a renda fixa tem absorvido boa parte do fluxo de vendas das ações e outros ativos com maior risco.

É importante que o investidor perceba e compreenda se está preparado para manter sua carteira de investimentos durante os ciclos de crescimento ou aperto econômico, equilibrando-a seja de forma conservadora ou mais arrojada.

É preciso ter em mente que a atratividade dos ativos muda de acordo com os ciclos econômicos e, infelizmente, na maioria das vezes, não é possível antecipar-se aos movimentos desses ciclos.

Por fim, é sempre bom lembrar: permita-me a redundância, mas investimentos em renda variável variam. É a natureza deles. Assim, o que o investidor pode controlar é a decisão de montar uma carteira de investimentos aderente ao seu perfil.

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