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Publicado em 30 de setembro de 2025 às 08:00
Não é preciso esperar os dias de sol chegarem para se ter certeza de um item essencial para a saúde da pele: o protetor solar. Em qualquer época do ano, é ele o escudo do corpo contra os danos causados pela radiação ultravioleta (UV) — como rugas, manchas e câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).>
Ainda assim, o item nem sempre é visto como bonzinho. Nas redes sociais, membros do time anti-protetor solar costumam taxá-lo como desnecessário, afirmando que ele impede a absorção da vitamina D, essencial para o funcionamento do corpo. Publicações com a hashtags #AntiSunscreen ou #NoSunscreen (nomes do termo em inglês) já somavam milhares de visualizações nas redes sociais.>
De acordo com o dermatologista Elimar Gomes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essa é uma meia-verdade que precisa ser contextualizada. Ele explica que a produção de vitamina D depende da exposição à radiação UVB, mas estudos mostram que o uso regular de protetor solar não impede essa síntese em níveis adequados.>
"Esse tipo de desinformação se espalha com facilidade porque oferece respostas fáceis para temas complexos, apela ao 'natural' como sinônimo de seguro e reforça a desconfiança em relação à ciência e aos produtos industrializados", destaca.>
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Quem se expõe ao sol em situações cotidianas, como caminhadas no calçadão à caminho do trabalho ou faculdade, não terá qualquer problema para produzir a vitamina. Além disso, o médico lembra que, em casos de deficiência, a suplementação oral é uma forma segura e eficaz de cuidar da pele sem colocá-la em risco, mediante devida orientação médica.>
Elimar Gomes
DermatologistaUm ponto importante, de acordo com o dermatologista, é que não é possível generalizar padrões de exposição ou cuidados, já que os efeitos das radiações variam conforme o tom de pele, a predisposição genética, o estilo de vida e as condições de saúde de cada indivíduo. Por isso, ainda que os cuidados sejam individualizados, o protetor solar segue sendo o melhor amigo de todos. >
“Pessoas de pele clara, por exemplo, apresentam maior suscetibilidade a queimaduras solares e ao câncer de pele, enquanto peles mais escuras têm maior proteção natural, mas também acumulam danos quando expostas de forma excessiva”, detalha. >
Benefícios cientificamente comprovados do protetor solar:
- Reduz a incidência de câncer de pele, incluindo melanoma
- Previne o envelhecimento precoce (rugas, manchas e flacidez)
- Evita queimaduras solares e danos ao DNA celular
- Protege contra doenças como melasma, lúpus, rosácea e porfirias
- Possui fórmulas modernas, com maior segurança dermatológica e menos riscos de alergia
O dermatologista Carlos Barcui ressalta que a fotoproteção não deve ser entendida como o hábito de evitar completamente o sol. Pelo contrário, trata-se de uma forma de exposição consciente. Segundo o médico, é perfeitamente possível aproveitar os benefícios da exposição sem aumentar qualquer risco para a pele. Uma das recomendações é a exposição controlada.>
Cerca de 10 a 15 minutos de sol nos braços e pernas por dia são suficientes, preferencialmente antes das 10 horas da manhã ou após às 15 horas. Fora dessas janelas, a proteção precisa ser reforçada. “Após esse período, é fundamental aplicar protetor solar, usar roupas com proteção UV, chapéus de aba larga e óculos escuros”, aconselha.>
Na visão do dermatologista, o protetor solar é um verdadeiro aliado da saúde e deve ser utilizado desde a infância. No entanto, não basta aplicá-lo apenas em dias ensolarados ou em só um período do dia, o uso deve ser diário, com reaplicações a cada duas horas, em média. Mais do que uma questão estética ou um hábito ligado à vaidade, essa prática garante uma prevenção a longo prazo.>
Carlos Barcaui
Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)Mas por que tanta proteção? Visível ou não, o sol emite dois tipos principais de radiação ultravioleta: UVA — que consiste em raios que penetram profundamente na pele, aceleram o envelhecimento e contribuem para o câncer — e UVB — principais responsáveis por queimaduras solares e alterações no DNA das células da pele, que também podem levar ao desenvolvimento de carcinomas. >
Sem o devido cuidado, as células da pele acumulam os efeitos dessas radiações, aumentando o risco de lesões pré-cancerígenas, como queratoses e actínicas. Esses danos não surgem do dia para a noite, assim como uma única aplicação de filtro solar não garante a proteção da vida inteira. Quando usado corretamente e todos os dias, o protetor forma uma barreira de proteção da pele eficaz contra esses perigos. >
O médico destaca ainda que, mais importante do que o número do FPS, é a forma como o produto é usado. A quantidade aplicada e a frequência da reaplicação fazem toda a diferença. "A recomendação é seguir a chamada “regra da colher de chá”, que indica uma colher de chá para o rosto e pescoço e cerca de três colheres de sopa para o corpo todo. A reaplicação deve ser feita a cada duas horas e sempre após suor excessivo, banho ou atrito com roupas ou toalhas. Na hora de escolher um protetor, é essencial verificar se ele é de amplo espectro, ou seja, se protege tanto contra os raios UVB quanto contra os UVA", finaliza Carlos Barcui. >
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