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Publicado em 15 de outubro de 2024 às 09:00
O mês é marcado pela campanha Outubro Rosa, uma iniciativa global que visa aumentar a conscientização sobre o câncer de mama e promover a detecção precoce da doença. O movimento começou em 1990 e, no Brasil, ganhou força a partir dos anos 2000, com a união de instituições de saúde, ONGs e do governo. >
O câncer de mama é o tumor mais comum entre as mulheres, afetando cerca de 2,3 milhões de mulheres anualmente em todo o mundo. No Brasil, são esperados aproximadamente 70 mil novos casos a cada ano. >
O câncer de mama é um tumor maligno que se origina nas células da glândula mamária, podendo ser classificado em dois tipos principais: aqueles que se formam nos ductos mamários e aqueles que se desenvolvem nos lóbulos mamários.>
Os sintomas mais comuns são o caroço na mama ou na axila, inchaço, a vermelhidão na pele da mama, a saída de qualquer líquido do mamilo, as alterações na mama como retrações ou inversão. Qualquer alteração deve ser investigada, independentemente da idade.>
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O cirurgião oncológico e mastologista Caetano da Silva Cardial diz que as mulheres devem realizar consultas regulares e exames, pois muitos casos podem ser identificados antes que o câncer apresente sintomas. "O câncer de mama é mais frequente após os 40 anos, enquanto o câncer do colo do útero é comum entre os 30 e 50 anos".>
Fatores como predisposição genética, estilo de vida sedentário, sobrepeso, tabagismo e consumo de álcool estão associados ao aumento do risco da doença. "Quanto mais inicial é o tumor, menos sintomas ele causa, tornando a realização de exames de rotina fundamental”. >
Pacientes com diagnóstico precoce da doença tem elevadas chances de cura, podendo chegar a 95% e serão provavelmente submetidas as cirurgias mais conservadoras, o que impacta muito positivamente na autoestima e qualidade de vida dessas mulheres. >
Os benefícios da mamografia de rastreamento incluem a possibilidade de encontrar o câncer no início e ter um tratamento menos agressivo, assim como menor chance de morte pela doença, em função do tratamento oportuno.>
Segundo a mastologista Karolline Coutinho, da Rede Meridional, a mamografia é o único método comprovadamente capaz de reduzir a mortalidade pelo câncer de mama. “No Brasil, o programa de rastreamento desta doença estabelece como devemos conduzir cada paciente, observando seu risco pessoal de desenvolver a doença”.>
As sociedades médicas recomendam que toda população feminina se submeta a mamografia anual a partir dos 40 anos. Isso é aplicável a pacientes assintomáticas. Mulheres que apresentam algum sintoma como nódulo palpável, alteração de pele, retração de mamilo, caroço nas axilas, devem ser submetidas a exames de diagnóstico, independentemente da idade.>
Atualmente os médicos conseguem estratificar o risco individual da paciente para o câncer de mama. Mulheres com risco habitual devem seguir o rastreamento padrão. Pacientes de alto risco, principalmente com alterações genéticas comprovadas, precisam ser aconselhadas de maneira diferente. Geralmente iniciam mamografia 10 anos antes, muitas vezes associada a ressonância magnética.>
O autoexame é importante como mecanismo de alerta a alterações que possam ser percebidas pela própria paciente, funcionando no auxílio na detecção da doença, mas jamais substituindo a mamografia, alertou a médica.>
Para o oncologista Fernando Zamprogno, a mamografia e o ultrassom são exames complementares, que ajudam na identificação do câncer de mama. O ultrassom vai mostrar possíveis nódulos, já através da mamografia pode-se identificar situações que ainda não viraram nódulos, mas que estão tendo calcificações agrupadas. “Por isso, que a técnica é tão importante. O que buscamos com a mamografia é diferente do que buscamos com o ultrassom. Então, esses exames se complementam e ajudam no rastreamento do câncer de mama, mas são completamente distintos um do outro".>
Além da mamografia, a adoção de hábitos saudáveis é uma das iniciativas mais importantes que pode prevenir o câncer de mama e outras doenças. "Em qualquer idade, as mulheres devem incluir em sua rotina a prática regular de atividades físicas e a alimentação balanceada, ações que auxiliam na manutenção do peso corporal. É importante também evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo", conta o mastologista Roberto Lima.>
Geralmente, as alterações nas mamas podem ser percebidas no autoexame realizado pela própria mulher. "A mulher deve identificar um momento no cotidiano em que se sinta confortável para fazer o autoexame. Quanto antes qualquer alteração for identificada e investigada, maior a chance de sucesso no tratamento", diz. >
Karolline Coutinho lembra que um grupo que merece muita atenção e que é pouco lembrado são as mulheres trans. Elas podem ter um risco aumentado para o câncer de mama devido à utilização de hormônios femininos, e nesse caso, devem realizar mamografia sim. Homens trans que não tenham realizado a mastectomia, retirada das mamas, tem um risco similar ao de mulheres cisgênero. Também precisam realizar mamografia.>
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